Inflação acelera para 0,48% em setembro, diz IBGE
Bom dia, leitores das análises diárias do mercado de câmbio. O dólar à vista fechou o último pregão cotado a R$5,3430 para venda, conforme informado pelos operadores da mesa de câmbio da corretora Getmoney.
As atas do Fed referentes à última reunião de política monetária dos EUA mostraram que o corte de juros foi justificado pelos riscos de baixa para o emprego terem aumentado por lá. A maior preocupação foi de fato a proteção do mercado de trabalho. Apesar disso, a maioria dos membros do Fomc vê perspectivas de inflação em alta e cada vez mais longe da meta de 2%. E nada de guidance para o mercado! Ficou em aberto o ritmo de corte de juros norte-americano, até porque os membros do colegiado estão divididos quanto a este tema. Atualmente a taxa de juros dos EUA está na banda entre 4,00% a 4,25%. A próxima decisão de juros será em 29 de outubro. Ainda falando de EUA, continua a paralisação parcial do governo por lá e estamos sem conhecer a divulgação de indicadores econômicos enquanto isso se mantiver.
E aqui no Brasil somos feitos de bobos todos os dias. Num dia o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fala em tarifa zero para o transporte público e o câmbio dispara devido ao risco fiscal. Já ontem o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que nada disso ocorrerá neste ano e nem no próximo. Seria muito interessante os discursos estarem no mínimo alinhados, afinal, ambos estão no governo. Se nem lá dentro falam a mesma língua, o mercado realmente fica confuso. Apesar de que não estou achando confiável a gente seguir nenhum dessas falas até que seja fato.
E por falar em cada dia uma novidade, ontem, por exemplo, o mercado poderia ter caído com ajuste de posições após o estresse no câmbio do dia anterior em função do que o ministro da Casa Civil “disdisse”, só que a expectativa em cima da votação da MP que trata da taxação de aplicações financeiras segurou o movimento de correção durante o pregão. Mas a medida caducou. O governo contava com essa taxação para fechar as contas.
Agora vamos falar de ameaças! Assim o mercado já amanhece com um pé atrás. Por um lado animadinho que a MP não passou e, por outro, venho trazer uma fala de ontem que confesso ter me deixado preocupada. O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) disse que se a MP não passasse, e não passou, o governo poderia adotar medidas como a publicação de decretos que aumentem impostos. Yuhuuu, que beleza. Parar de gastar não está no roteiro deles, então preparem seus bolsos que seremos nós que vamos pagar essa conta de um jeito ou de outro.
No calendário econômico para hoje na zona do euro acompanharemos a divulgação das atas da última decisão de juros na Europa (8:30 hrs) e o pronunciamento de Lane, do BCE (12:00 hrs). No Brasil teremos o IPCA de setembro (9:00 hrs). Nos EUA haverá discursos de Jerome Powell, chair do Fed, e de Bowman, do Fomc, além de pedidos por seguro-desemprego (9:30 hrs). O discurso de Barr, vice-presidente de supervisão do Fed, está previsto para 13:45 hrs.
Bons negócios a todos e muito lucro.
