O dólar subiu ontem no Brasil, assim como em outros países emergentes.
O rali das taxas dos títulos de dívida do governo norte-americano tomou novo fôlego e ajudou a dar impulso ao dólar globalmente, na medida em que ampliou os retornos de investimentos na renda fixa lastreada na moeda dos EUA.
As chances são de mais de três elevações de juros nos Estados Unidos e também redução da carteira de ativos do banco central americano, uma combinação que enxugaria a quantidade de dólares no sistema financeiro, colaborando para aumento do preço da moeda.
Investidores aguardam números da inflação dos EUA, nesta semana, que podem reforçar as apostas de um aperto monetário.
Em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo Wall Street Journal, o presidente do Federal Reserve de Richmond, Tom Barkin, considerou que pode haver alta de juros em março nos EUA. Desde a ata da reunião de dezembro do BC americano, as apostas do mercado nessa elevação em março têm aumentado.
Na agenda de indicadores, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA será publicado amanhã e o índice de preços ao produtor (PPI), na quinta-feira.
O real voltou a mostrar fragilidade devido ao cenário para as contas públicas, cuja incerteza ganhou novos contornos com a pressão de servidores públicos por aumentos salariais. E não há espaço para aumento geral de salários neste ano dentro do teto de gastos constitucional.
O dólar comercial fechou ontem cotado a R$ 5,674, com alta de R$ 0,043 (+0,76%).
Hoje, teremos no Brasil IPCA de dezembro. Nos EUA, discurso de Powell (o acelerado ritmo de aumentos de preços provavelmente será um tópico central) e de membros do Fomc.
Bons negócios e seguimos acompanhando a agenda americana e a política brasileira.