Sinceramente, achei que, após a Ata do Fed ontem, o dólar subiria ainda mais. Tá bom, fechou o dia em alta cotado a R$ 5,4231, o que já é bem forte, mas durante o pregão, chegou a operar até em R$ 5,4633. O Fed sinalizou que a inflação em níveis extremamente altos é o principal motivo da decisão de elevar a taxa de referência de 0,75% para uma faixa de 1,5% a 1,75%. O grande problema é que subir os juros para reduzir a inflação tem um custo: o risco crescente de recessão. Vamos acompanhar…
No mês passado, os juros dos EUA foram elevados em 0,75 ponto percentual, com as autoridades do Fed passando a priorizar a redução da inflação em vez da atividade econômica. Isso tem alimentado temores generalizados de uma recessão, já que taxas mais altas costumam frear os gastos de empresas e famílias.
O que também colabora para o cenário altista é o lockdown na China, que intensificou os gargalos na cadeia de suprimentos global, aumentando as pressões inflacionárias.
Por aqui, a atual tramitação de medidas de ampliação e criação de benefícios sociais no Congresso brasileiro tem acrescentado incertezas fiscais, o que ajuda a impulsionar a corrida pelo dólar, que é ativo de proteção quando o cenário é de aversão a risco. Um sinal da pior percepção sobre o cenário local é o indicador do risco-país que fechou a 298,13 pontos-base (nova máxima desde o fim de maio de 2020).
Agora, olho na agenda, turma: no Brasil, para hoje, IGP-DI de junho (índice de inflação) e vendas no varejo.
Na Europa, a ata da reunião de política monetária. E, para quem acompanha o Euro, ontem, a paridade com o dólar atingiu níveis abaixo de 1,018.
Nos EUA, agenda tem hoje a variação de empregos privados (ADP) e pedidos iniciais por seguro desemprego.
Também é bom saber que após o encerramento da greve dos servidores do Banco Central, um calendário de publicação para alguns indicadores que estavam atrasados serão finalmente atualizados nesta semana. Dentre eles, o Indicador de Commodities do BC (IC-Br), de abril a junho, e o Indicador de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), de março e abril.
Bons negócios a todos e vamos acompanhar a percepção do mercado quanto a Ata do Fed de ontem, que ainda repercutirá hoje e aos indicadores que finalmente sairão aqui, apesar de atrasados. E olho na paridade euro/dólar após ata do BCE.
Força, Real.