Dados divulgados nesta segunda-feira reforçam que a economia dos Estados Unidos segue em expansão, com baixa probabilidade de que uma recessão já tenha começado ou esteja prestes a ocorrer. Ainda assim, o cenário pode mudar rapidamente diante das incertezas relacionadas à política tarifária. No momento, a atividade econômica mantém um ritmo relativamente sólido.
O Índice Nacional de Atividade do Fed de Chicago mostrou recuperação da atividade econômica em fevereiro. O dado mensal avançou, e a média móvel trimestral atingiu o maior patamar dos últimos três anos. Ambos os resultados estão bem acima dos níveis compatíveis com um quadro recessivo.
Vale destacar que os números de fevereiro ainda não capturam o impacto das novas tarifas comerciais. Seus efeitos devem começar a aparecer nos indicadores de março, embora os dados consolidados devam demorar algumas semanas para fornecer um diagnóstico claro. Mesmo assim, os resultados da pesquisa PMI divulgada ontem sugerem que a tendência geral segue resistente.
A atividade empresarial nos EUA acelerou em março, alcançando o maior nível em três meses, segundo o Índice Composto de Produção dos EUA, utilizado como proxy de curto prazo do PIB. O avanço foi puxado pelo setor de serviços, enquanto a atividade na indústria apresentou retração.
“A recuperação do setor de serviços em março contribuiu para um crescimento econômico mais forte no fim do primeiro trimestre”, avaliou o economista-chefe da S&P Global Market Intelligence. No entanto, a leitura da pesquisa indica que o ritmo de crescimento anualizado do PIB ficou em 1,9% em março e em 1,5% no trimestre — um sinal de desaceleração frente ao final de 2024.
Apesar dos dados favoráveis, as projeções para o início de 2025 apontam para perda de dinamismo. Conforme reportagem da CapitalSpectator.com, a mediana das estimativas para o PIB do primeiro trimestre indica uma desaceleração mais acentuada da atividade.
Por outro lado, a análise de diversos indicadores de ciclo econômico ainda aponta baixo risco de recessão, segundo o US Business Cycle Risk Report, publicação vinculada à CapitalSpectator. O modelo, que consolida variáveis para estimar a probabilidade de uma recessão segundo os critérios da NBER, mantém o risco estimado praticamente nulo.
Ainda assim, o sentimento entre economistas vem se deteriorando. Segundo levantamento da CNBC com 32 gestores, estrategistas e analistas, a probabilidade de recessão foi elevada de 23% em janeiro para 36% — maior patamar em seis meses.
Por ora, há uma desconexão entre os dados de alta frequência e as projeções mais pessimistas. Se ambos os lados convergirem para um mesmo sinal de risco elevado, o alerta será mais sério. Até lá, o mercado segue operando com um otimismo cauteloso.
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