Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com.
- Após constante rali desde o fim de junho, vendas aparecem
- Ethereum subiu mais, porém se desvalorizou mais em 7 de setembro
- Bitcoin, nova moeda nacional de El Salvador
- Coinbase enfrenta imbróglio regulatório
- Nova oportunidade de compra
Em 3 de setembro, tudo indicava que as duas criptomoedas líderes, bitcoin e ethereum, que detêm mais de 60% do valor do mercado, estavam rumo a novas máximas históricas. Naquele dia, o ethereum atingiu o nível de US$4000. Durante o fim de semana prolongado pelo feriado do Dia do Trabalho nos EUA, o bitcoin disparou para quase US$53000.
O bitcoin tocou sua máxima no dia em que a Coinbase Global (NASDAQ:COIN) abriu seu capital na Nasdaq, em 14 de abril de 2021. A cripto líder alcançou a cotação de US$65.520 no mercado futuro e quase US$64.800 no mercado de balcão organizado. A máxima do ethereum ocorreu em 12 de maio, quando seu valor superou a marca de US$4.370 à vista e de US$4.406.50 no mercado futuro.
Os mais recentes ralis nas principais criptos perderam força em 7 de setembro, quando El Salvador oficialmente adotou o bitcoin como sua moeda nacional. O bitcoin e o ethereum traçaram pontos gráficos enquanto registravam máximas menores. Os compradores encaram a ação dos preços como uma nova oportunidade de aumentar suas posições nas criptomoedas, enquanto aqueles que acreditam que elas não têm valor intrínseco continuam alertando para os riscos.
A volatilidade na classe de ativos é sem precedentes, criando muitas oportunidades de trading. No entanto, o potencial retorno é uma função dos muitos riscos de uma classe de ativos onde a extrema variação de preços é a regra, e não exceção. As criptos perderam a tendência de alta na última semana.
Após constante rali desde o fim de junho, vendas aparecem
No fim de julho, bitcoin e ethereum atingiram máximas levemente mais altas do que no fim de junho.
Fonte: CQG
O gráfico acima ressalta a mínima do bitcoin a US$28.800 no fim de junho, seguida de uma mínima de US$29.215 no fim de julho. O bitcoin subiu até US$53.125 em 7 de setembro, quando as vendas atingiram o mercado, criando uma reversão baixista nos gráficos diário e semanal.
Isso fez com que os preços tocassem a mínima de US$43.705 no contrato futuro mais ativo. O bitcoin subiu 84,5% desde a mínima de junho até o pico de 7 de setembro e se desvalorizou 14,3% durante a correção mais recente.
Ethereum subiu mais, porém se desvalorizou mais em 7 de setembro
Apesar da alta volatilidade do bitcoin, a variação de preços no ethereum foi ainda mais drástica.
Fonte: CQG
O ethereum futuro tocou a mínima de US$1697,75 no fim de junho. Seguindo o bitcoin, registrou mínima levemente mais alta a US$1715 no fim de julho, quando decolou.
O ethereum subiu 138,9% desde a mínima do fim de junho até o pico de US$4.056,25 e caiu 21,6% até a mínima de US$3.179,75 em 7 de setembro, aumentando o movimento percentual no bitcoin.
Bitcoin, nova moeda nacional de El Salvador
Ironicamente, o bitcoin afundou no mesmo dia em que se tornou moeda oficial de El Salvador. O país da América Central se tornou o primeiro a adotar o bitcoin como meio de troca. A moeda de El Salvador é altamente volátil, e o governo decidiu que usar a criptomoeda de forma oficial atrairia novos investimentos e estabilizaria sua economia.
Os salvadorenhos podem baixar uma carteira Chivo, aplicativo criado pelo governo que oferecerá US$30 em bitcoins para incentivar seu uso. O Fundo Monetário Internacional, instituição supranacional que forneceu um empréstimo emergencial para El Salvador em 2020, expressou preocupações com o movimento, citando efeitos econômicos, financeiros e legais.
No entanto, o governo de El Salvador chamou o 7 de setembro de “Dia do Bitcoin”. Ele celebrou a adoção comprando 200 moedas e elevando suas posses para 400 bitcoins. O líder de El Salvador, Nayib Bukele, prometeu comprar muito mais.
Muitos defensores das criptomoedas acreditam que El Salvador seja o primeiro de muitos países que irão adotar tokens digitais. Brasil e Argentina são candidatos, em vista do cerco montado sobre suas moedas há anos, real e peso. El Salvador é um teste, mas a ação dos preços em 7 de setembro não foi o tipo de reação que o governo esperava, já que sua cotação caiu feito pedra.
Coinbase enfrenta imbróglio regulatório
Em outros eventos do criptomercado, na semana passada, a SEC emitiu um alerta para a Coinbase. A COIN é a exchange de criptomoedas líder de mercado e a primeira a abrir seu capital em uma bolsa de valores.
O preço pré-listagem das suas ações foi de US$250, mas o papel subiu até US$429.54 em um frenesi especulativo durante sua estreia. Desde então, seus papéis caíram até a mínima de US$208 em 17 de maio e fecharam um pouco abaixo do preço de referência a US$248,32 em 10 de setembro.
O aviso da SEC para COIN tem a ver com a implementação do novo produto de empréstimos da exchange. A Coinbase pretende permitir que seus clientes detenham criptomoedas e as emprestem no mercado em troca de uma remuneração.
O movimento da SEC é o primeiro míssil regulatório a ser disparado contra a classe de ativos, o que pode ter causado sua desvalorização na última semana. A intenção alegada dos órgãos regulatórios e legisladores seria “proteger os participantes do mercado”.
No entanto, a preocupação verdadeira pode ser o controle da oferta monetária. As criptomoedas refletem uma filosofia libertária que devolve aos indivíduos o poder do dinheiro sob controle de governos, bancos centrais, autoridades monetárias e instituições financeiras privadas e supranacionais.
Nova oportunidade de compra
Os compradores sem dúvida acreditam que a última correção dos preços no bitcoin, ethereum e uma série de outras criptos representa uma oportunidade de compra rumo a preços mais altos.
As criptomoedas continuam em sua infância. O cenário de curto prazo registra máximas descendentes desde os picos de abril e maio. No médio prazo, a perspectiva continua sendo de alta, sujeita a oscilações parabólicas.