Hoje é dia de rock, bebê
Quarta-feira agitada essa, não?
Ata do Fed, rodada do Brasileirão, reunião do Copom, feijoada aqui no Copacabana Palace da Faria Lima, pronunciamento do Obama...
Vou te antecipar o desfecho de todos os eventos do dia: vitória do Cruzeiro, aumento de 50 bps na Selic, engov, anúncio da Yellen, e “o comitê vai monitorar os próximos indicadores da economia e vai manter o programa de compra de títulos até que a identifique melhora consistente no mercado de trabalho”.
Se há algum espaço para surpresa ali, estaria no anúncio do Obama, mas eu não apostaria nisso.
Apesar de alguma evolução nas conversas com o Boehner (que não é o Willian), o anúncio não deve apontar alguma definição sobre a questão do teto do orçamento. É anunciar a Yellen e bye. O pronunciamento está marcado para as 16hs. O UFC começa as 18hs.
Ele voltou
O fluxo de capital estrangeiro na Bolsa, que registrou em junho seu pior mês do ano, vem apontando uma volta do gringo no terceiro trimestre. O saldo líquido ficou positivo em R$ 58 milhões em julho, pulou para R$ 2,1 bilhões em agosto e R$ 4,2 bilhões em setembro - volume que só ficou abaixo dos R$ 4,5 bilhões registrados em janeiro.
Se vai continuar?
O temor sobre o teto da orçamento está aumentando, enquanto o rating brasileiro ó...
Pequenas, por enquanto
Você saberia apontar, na Bolsa, quem hoje é pequeno desse jeito (ó), mas tende a virar gigante?
Traduzindo: quais elementos que você utilizaria para identificar uma small cap com potencial de virar blue chip?
Uma boa forma de trabalhar isso é partir da ideia central do Fisher (pai do growth investiment), de que o crescimento futuro pode gerar muito valor e que as grandes multiplicações em Bolsa viriam justamente das maiores expansões.
Alguns critérios para tal:
+ A margem líquida da empresa compensa? Uma empresa pode crescer uma enormidade, mas a expansão deverá ser acompanhada de lucros capazes de remunerar seus investidores.
+ O crescimento futuro exigirá levantar dinheiro via emissão de ações e, portanto, diluirá os acionistas antigos? A empresa precisa conseguir financiar-se com fluxo de caixa próprio ou a partir da tomada de dívida, sem pedir dinheiro novo aos acionistas.
Estes são apenas dois dos quinze critérios utilizados por Fisher. Aqui apresentamos e comentamos todos eles, e as três ações que atenderam a todos os requisitos.
O indicador do medo
Para reforçar a impressão de que o gringo está com a pulga atrás do orelha basta ver o comportamento do Vix, também conhecido como Volatility Index, ou índice de volatilidade. O mesmo ultrapassou a marca de 20 pontos ontem, com alta de quase 5%.
O Vix que é uma forma de se comprar volatilidade do mercado, e apostar nas variações de estresse dos investidores. Nesse sanos pós-crise do subprime, a coisa tem funcionado mais ou menos assim: quando o Vix se aproxima de 10 pontos o mercado começa a dar sinais de euforia (compre Vix), quando ultrapassa 20 pontos, sugere um nível de estresse exacerbado (venda).
Há elementos no horizonte para elevar ainda mais o estresse, mas, nesses níveis, a assimetria (entre espaço para alta e baixa do indicador) começa a ficar desfavorável.
O setor campeão da Bolsa
Apesar do agito da agenda econômica, o noticiário corporativo do dia reserva poucas novidades. As empresas estão naquela fase de descanso (período do silêncio) pré temporada de resultados do terceiro trimestre, e, tirando a novela diária atrelada às companhias X, sobra pouca novidade nos diários financeiros.
Com isso, sobressaem matérias sobre o que não falar na presença do headhunter, as lições do Carnaval para os gestores de empresas ou as ações que passaram de centavos para o (hum) real.
Também cabem os balanços do que já aconteceu, e ali, sobressai o desempenho do setor imobiliário na Bolsa em setembro. O IMOB, índice das ações do setor, subiu 9,45% em setembro, o campeão dentre os setores da Bolsa. O que é melhor? Comprar fundos imobiliários ao som dos canhões, ações de incorporadoras imobiliárias ou ações de empresa de renda imobiliária?
PS: O legal de assinar novo material de fundos imobiliários é que, pelo preço de quatro publicações/mês, você leva várias outras. Quem assinar hoje recebe amanhã, na faixa, um relatório especial sobre ações de renda imobiliária x FIIs, e já na segunda outro sobre os impactos da Selic sobre os fundos imobiliários.
Um negócio fadado à morte
Ops, vejo uma luz no fim do túnel! As ações da TIM operam na máxima histórica nesta quarta, com a notícia (ainda não confirmada) de que a Telecom Italia pode vender a companhia e já teria determinado um preço para a venda, que envolveria prêmio de 50% sobre as cotações de mercado.
TIM que possui um outro mérito, associado à concentração em telefonia móvel - simples assim.
O lado B do noticiário desta quarta também destaca que a Anatel busca reduzir o custo dos orelhões para viabilizar seu serviço. Em 2012, a receita proveniente dos orelhões atingiu R$ 300 milhões, menos de um terço do que cinco anos antes. As pesquisas de amostras por domicílios mais recentes mostram que 91% das residências brasileiras já tinham pelo menos um telefone celular em 2012, e apenas 39% ainda contavam com um aparelho de telefonia fixa...
Exposição a telefonia fixa é exposição a um negócio fadado à morte. Ouviu acionista da Oi? Ouviu acionista da Vivo?
Oportunidade de arbitragem
Dia desses comentamos sobre a diferença (de R$ 8 bilhões de dívida) entre OGX e HRT. Talvez você não tenha percebido, mas esta última oferece uma das grandes oportunidades de arbitragem do mercado brasileiro hoje.
Primeiro, levante R$ 600 milhões. Com eles, faça uma oferta para fechamento de capital da empresa a R$ 2 por ação, e compre todas as ações em circulação no mercado - daria coisa de 125% de prêmio para a base atual de acionistas.
Com isso, você leva cerca de R$ 820 milhões que estão no caixa da empresa (dados do final do 2T13) aproximadamente US$ 150 milhões em ativos para vender e, se for empresa, ainda pode se apropriar de R$ 500 milhões em crédito fiscal.
Por que ninguém ainda fez isso?
Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.