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Emprego e Crescimento Econômico: Os Desafios da Transformação Digital no Brasil

Publicado 16.07.2021, 11:43
Atualizado 09.07.2023, 07:32
O emprego foi claramente afetado pela crise econômica agravada pela pandemia. São 14,4 milhões de pessoas desempregadas, que corresponde a uma taxa de desemprego de 14,4% (PNAD/IBGE). Pagamos o preço de uma política de desenvolvimento econômico pouco arrojada, de um baixo investimento em infraestrutura e da morosidade nas reformas (algumas ainda fora da agenda).

 

Essa taxa de desocupação de hoje pode ser só a ponta do iceberg, se considerarmos que o emprego e a competitividade do Brasil estão fortemente ameaçados também pela transformação digital e se medidas de preparo não forem tomadas.

Um estudo da PwC aponta que a inteligência artificial e a robótica podem colocar em risco 30% dos empregos até 2030. Os robôs estão assumindo de tarefas rotineiras e eliminarão muitos empregos de baixa qualificação. Considerando nossa abundância de mão de obra pouco qualificada, a preocupação se torna maior. Trabalhadores que realizam tarefas rotineiras consideradas “codificáveis” são os mais vulneráveis à substituição.

Muitas novas profissões também surgirão, mas vão requerer novas competências. Hoje estamos na 80ª posição em gap de talentos, num ranking de 132 países, de acordo com o The Global Talent Competitiveness Index 2020. Com a demanda por novas competências, esse gap só tende a aumentar se não agirmos.  É claro que o ritmo de desenvolvimento tecnológico não é homogêneo. Nosso país ocupa a 46ª posição no ranking The Global AI Index, que avalia investimento, inovação e implementação de IA em 62 países. Naturalmente, o ritmo da mudança aqui deve ser mais lento do que os dos líderes EUA, China e Reino Unido. E por isso mesmo é hora de agir. Se, por um lado, a substituição dos trabalhadores por algoritmos e robôs aqui será um pouco mais lenta, por outro, o crescimento econômico pode ser mais impulsionado pela transformação digital nos países mais desenvolvidos, aumentando a disparidade entre nações.

Num cenário de pandemia que afastou jovens da escola e aumentou a desnutrição infantil, é ainda mais importante perceber que o gap de talentos freia nosso desenvolvimento e que as medidas não podem ser só emergenciais, mas devem preparar o país para o futuro. A grande pergunta é como prepararmos as pessoas para os desafios que estão por vir.

O relatório do Banco Mundial A Natureza Mutável do Trabalho (2019) aponta três tipos de habilidades cada vez mais importantes: as cognitivas avançadas, como solucionar problemas complexos; as socioemocionais, como trabalhar em equipe; e combinações de habilidades, como ter bom raciocínio e autoeficácia. Muitos empregos exigirão uma combinação de know-how tecnológico, solução de problemas e pensamento crítico, bem como habilidades interpessoais.

A base do capital humano, criada na primeira infância, ganhou importância. O índice de capital humano do Banco Mundial destaca a ligação entre os investimentos em saúde e educação e a produtividade dos futuros trabalhadores. Nele, o Brasil está na posição 81, atrás de quase todos os países da América Latina.

Devemos considerar que o Brasil amarga o posto de 8ª pior nação do planeta em diferença de renda. O Índice de Gini no Brasil, de 2020, registra coeficiente de 0,539. O crescimento econômico, que muitos economistas esperam ser em K, gera mais preocupações com a desigualdade. Ficamos também na 79ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2019, baseado em indicadores de saúde, educação e renda.

Os países em desenvolvimento terão que investir em seus cidadãos, especialmente nas áreas de saúde e educação, e em infraestrutura, como acesso de baixo custo à Internet de qualidade, bem como infraestrutura rodoviária, portuária e municipal para se explorar todo o potencial das tecnologias. Também é desejável reduzir a informalidade, com trabalhos de baixa produtividade e pouco acesso à tecnologia.

Os investimentos na primeira infância, incluindo em nutrição, saúde, proteção e educação, criam bases sólidas para a futura aquisição de habilidades cognitivas e socioemocionais de alta ordem. O ensino superior oferece outra oportunidade para as pessoas adquirirem habilidades cognitivas gerais de alta ordem – como a resolução de problemas complexos, o pensamento crítico e a comunicação avançada. O desenvolvimento do capital humano objetiva diminuir perdas de produtividade, de emprego e de crescimento econômico. Mas como financiá-lo? Primeiro devemos gastar melhor. O Brasil investe mais na educação do que a média de países da OCDE, em termos de % do PIB. Ao mesmo tempo gasta menos por aluno. Mas não há margem para aumentar muito esse gasto. Por isso, a necessidade de eficiência.

Recursos podem ser liberados se resolvermos problemas da base tributária inadequada, de setores informais muito grandes e da administração ineficiente. Além das reformas em discussão no congresso, faz-se necessário pensar nos subsídios setoriais que adotamos. Gastamos 34,8 bilhões no Bolsa Família (2021) e R$ 348,3 bilhões com subsídios da União (2019). Será que todos esses subsídios são realmente necessários ou só estamos aumentando nossa desigualdade?

 
Por fim, o setor privado também tem seu papel para auxiliar a redução desses gaps, para daqui a alguns anos não ficar somente reclamando que não há mão de obra qualificada e que o país não cresce. O desenvolvimento humano tem que ser um compromisso de todos.
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Últimos comentários

Muito bom o material apresentado. Temos sim que olhar os indicadores de desenvolvimento e trabalhar agora se quisermos um futuro melhor para o país. Sabemos que não vai ser fácil quebrar este círculo vicioso de miséria e ineficiência, mas se nada for feito com coragem, determinação e persistência continuaremos sempre a caminhar para o final da fila.
Elaine você poderia ser a próxima ministra da economia brasileira, precisamos de pessoas humanas, que invista no humano
Bem observado. Resta saber quem consegue implementar tais mudancas se somos reféns de um CF88 que privilegia uma minoria em detrimento da maioria.
Muito bom. Podemos pensar se essas crianças que estão mais tempo com os pais, 1 anos com a família, já evoluam bem mais do que 3 anos na creche.
Otimo texto, Elaine! Bem escrito e bem objetivo!
eu até ia ler a reportagem mas quando escreveu que 14.4 milhões de desempregados são 14.4% da população perdeu a credibilidade
Ela está certa. Significa 14,4% de quem pode trabalhar
eu até ia ler a reportagem mas quando escreveu que 14.4 milhões de desempregados são 14.4% da população perdeu a credibilidade
Uso de "gap" é coisa de gente boçal
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