Após termos discutido aspectos práticos sobre dividendos nas semanas passadas, neste artigo iremos abordar se o investimento em dividendos faz sentido no longo prazo. Para tal, serão utilizados uma série de resultados de estudos ao longo do tempo que mostrarão performances relacionadas a dividendos.
Antes de tudo, é importante entender o que é dividend yield. Nada mais é do que os dividendos pagos durante os 12 meses anteriores, dividido pela cotação atual da ação. Dito isso, vamos aos estudos.
1. Primeiramente, vale ressaltar o estudo de Ken French intitulado “Returns on Dividend Yield Classes: 1952 – 2001”. Conforma apontado no livro “Investment Fables” de Aswath Damodaran , French chegou na conclusão de que as empresas que possuíam os maiores dividend yields, performaram melhor do que as empresas que possuíam os menores dividend yields. Veja abaixo:
2. Além disso, em um editorial do “Financial Analysts Journal” de 2003, Robert D.Arnott concluiu que dos componentes de retorno das ações, os dividendos foram de longe os mais importantes. Arnott analisou o período compreendido entre 1802 e 2002 para chegar tal conclusão.
Sendo assim, do total anualizado de 7,9% de retorno das ações, 5% são provenientes de dividendos, 1,4% de inflação, 0,6% de retorno de aumento dos níveis de valuation e 0,8% de retorno real de crescimento dos dividendos.
No gráfico abaixo, vemos o quanto $100 (100 dólares) investidos em ações americanas gerariam ao longo do período retratado:
3. Ainda, com relação ao mercado americano, convém ressaltar a estratégia “Dogs of the Dow”. Esta estratégia foi popularizada por Michael B.O’Higgins e John Downies no livro “Beating the Dow” de 1991.
A estratégia consiste basicamente em investir nos 10 ativos de maiores dividend yields do Dow Jones Industrial Average de 30 companhias industriais. A estratégia obteve um retorno anualizado de 17,9% contra 13% do Dow Jones, durante 26 anos. Veja:
4. Com relação ao risco de se investir em empresas pagadoras de dividendos, há um estudo que pode nos indicar um norte interessante da relação risco x retorno.
O estudo é do banco Lehman Brothers, e compreende o período compreendido entre 1969 e setembro de 2005. Foi concluído que dentre as 1000 maiores empresas americanas, foi concluído que as empresas com altos dividend yields performaram melhor e com menos risco que as empresas com baixos dividend yields.
O top-yielding quintil produziu 13,7% de retorno (com pesos iguais nos ativos), com um desvio padrão de 15,5%. Já o bottom-yielding (pior quintil de yielding), retornou 9,0% com um desvio padrão de 29,1%. O resto do estudo está demonstrado na figura abaixo:
5. Ainda com relação ao mercado americano, existem dois estudos que abordam o S&P 500 (índice composto pelas 500 maiores ações americanas), que valem ser ressaltados neste artigo. O primeiro é o estudo “The Future of Investors”, Crown Business, de Jeremy Siegel. Nele, Siegel avalia o retorno das ações do S&P 500, ranqueadas por dividend yield, de 1957 a 2002.
O resultado foi de que o top-yielding quintil produziu um retorno anualizado de 14,7% contra um retorno anualizado de 11,18% do S&P 500, expresso no gráfico abaixo:
6. Ainda com relação ao S&P 500, um estudo do Credit Suisse (SIX:CSGN) mostrou que o investimento em empresas com altos dividend yields com baixos payouts, rendeu mais do que empresas com altos dividend yields com altos payouts. Veja:
7. Com relação a sustentabilidade dos dividendos, um estudo da Ned Davis Research sugere que empresas que aumentaram seus dividendos de modo sustentável ao longo do tempo obtiveram retornos superiores ao mercado (S&P 500), e a empresas com o quadro de pagamento de dividendos estável, no período compreendido entre 1972 e 2017. Abaixo, é possível ver no gráfico o retorno de 100 dólares investido em cada classe de ativo, corroborando a visão do estudo:
8. Com relação a ações globais, o estudo “The Importance of Dividend Yield in Country Selection”, The Journal of Portfolio Management, de 1991, indica que a estratégia mais rentável para investir em Global Equities. O retorno anualizado para os países com as ações com os maiores dividend yields foi de 18,49% (19,08% em dólares americanos), no período de 1969 a 1989. A estratégia menos rentável foi a de investimento no quintil com menor dividend yield, totalizando um retorno de 5,74% (10,31% em dólares americanos). Veja:
Sendo assim, podemos concluir que o investimento em ações pagadoras de dividendos se mostrou resiliente ao longo do tempo, tese corroborada pelos estudos mostrados acima.
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