Audiência no STF sobre elevação do IOF termina sem acordo entre governo e Congresso
Em meio à enxurrada de manchetes, os mercados ainda não digeriram cinco eventos macroeconômicos cruciais:
- Elon Musk anuncia a criação do “America Party”;
- O presidente da Câmara, Mike Johnson, declara: “Vamos ter um segundo pacote de reconciliação fiscal no outono e um terceiro na primavera do ano que vem…”;
- Trump afirma: “As bolsas estão em máximas históricas, e vamos mantê-las, podem acreditar”;
- O economista Scott Bessent indica que o novo presidente do Fed pode ser nomeado em outubro, com posse em janeiro;
- O diretor do Escritório de Orçamento da Casa Branca (OMB), Russ Vought, envia carta oficial a Jerome Powell acusando-o de “má gestão grosseira” do Federal Reserve.
A criação do partido de Musk pode custar aos republicanos o controle da Câmara e do Senado nas eleições de meio de mandato de 2026, um risco político considerável para Trump.
A resposta do governo, por outro lado, tem sido inequívoca: aquecer a economia. Isso envolve mais estímulos fiscais por meio de novos projetos de reconciliação e aumento da pressão para que o Fed adote uma postura mais branda.
A interferência na independência do Federal Reserve vem se intensificando, com tentativas explícitas de justificar a substituição de Powell sob acusações como “conduta imprópria”.
Se o governo insiste em manter a economia superaquecida com a inflação já acima da meta e força uma reação leniente do Fed, o modelo de alocação de ativos migra para o cenário conhecido como “Everything Rally”, ou seja, valorização generalizada.
Historicamente, a melhor composição de ativos nesse ambiente envolve reduzir exposição ao dólar e a títulos de longo prazo, priorizando:
Ativos em dólares que gerem fluxos de caixa protegidos contra inflação;
PPAs, “Policymaking Protest Assets”, ou ativos de protesto contra distorções na política econômica.
Mas por que esses ativos tendem a se destacar nesse contexto?
O plano de Trump, baseado em tarifas, aumento de gastos e redução das taxas reais de curto prazo, tende a preservar o crescimento real, mesmo com a transmissão parcial das tarifas aos preços ao consumidor. O estímulo fiscal garante poder de compra à população e mantém os investimentos empresariais.
O crescimento nominal, por sua vez, deve se manter sólido, na faixa de 4% a 5%, com inflação persistente devido à política fiscal e tarifária. E as taxas reais seguirão comprimidas.
Em outras palavras: a economia é mantida aquecida.
Nesse cenário, mercados acionários compostos por empresas com forte poder de precificação, como o setor de tecnologia, costumam ter desempenho positivo, como já ocorreu nos períodos de 2003 a 2006 e de 2013 a 2019. A diferença agora é que esse novo experimento ocorre com inflação acima da meta, tarifas agressivas, ataques à autonomia do Fed e medidas hostis em relação a outros países.
Diante disso, um portfólio que combine ações com alto potencial de repasse inflacionário e PPAs parece mais adequado.
Os PPAs são ativos em dólares que funcionam como válvula de escape diante de políticas não convencionais, como compressão forçada das taxas reais em relação ao PIB nominal, manipulação da curva de juros via restrição de oferta ou pressão sobre bancos para comprarem títulos (via reforma do SLR), ou ainda estímulos para que outros países diversifiquem suas reservas e saiam do dólar.
O ouro e os metais continuam sendo os PPAs clássicos, e o bitcoin também é hoje um forte candidato a essa função.
As perguntas que o investidor precisa fazer:
- A) Tenho exposição excessiva ao dólar? (Provavelmente sim)
- B) Minha carteira inclui ativos que geram fluxos de caixa protegidos contra inflação? (Provavelmente não)
- C) Tenho uma parcela suficiente de PPAs? Ouro, metais, bitcoin? (Provavelmente não)
Por hoje é isso. Mantenha-se ágil e atento ao cenário macro.
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