Enquanto no Brasil os debates seguem intensos sobre os possíveis nomes para a formação da equipe econômica, no mundo a retomada segue frágil, errática e abaixo do esperado. Segundo o FMI, há uma recuperação desigual na economia mundial e há riscos de um “novo (ciclo) medíocre”, segundo a chairwoman Christine Lagarde. Analisemos então, a seguir, de forma resumida, o desempenho da economia mundial neste ano e no próximo e suas implicações para o Brasil. Lembremos que em paralelo, acontece em Brisbane, na Austrália, o encontro do G-20, também importante na formatação do tabuleiro mundial.
Como está o mundo? O FMI, pelo último relatório World Economic Outlook de outubro, previa um crescimento mundial, revisado para baixo, em torno de 3,3% neste ano e 3,8% em 2015. Os mercados emergentes cresceriam 4,4% e 5,0% nos anos citados e as economias avançadas 1,8% e 2,3%. Nestas, destaque para os EUA, crescendo em torno de 2,5% e 3,5% e o Reino Unido (3,2% e 2,7%). Nos emergentes, a China continua crescendo, mas em desaceleração, 7,4% neste ano e 7,1% em 2105. Por fim, segundo o FMI, continua preocupante a situação do Brasil, Índia e Turquia, todos necessitando de um ajuste fiscal mais rigoroso e de reformas estruturais, para a superação dos gargalos de oferta. A Moody´s, agência de rating, por exemplo, acha que o crescimento mundial não deve registrar uma retomada significativa neste biênio “à medida que uma desaceleração gradual da economia chinesa e obstáculos estruturais na área do euro, Brasil e África do Sul continuarem pesando sobre a atividade econômica”. Na verdade, esta indagação é de todos. Em encontro no G-20 nesta semana, foi colocado em debate como mobilizar esforços e recursos para sair do baixo crescimento atual, principalmente na Zona do Euro. O FMI, por exemplo, “acha que o debate gira em torno da busca de respostas para a crise. O que se deve fazer para reagir”.
Economias avançadas. Dois países são destaques, EUA e Reino Unido. No primeiro, temos um crescimento mais sustentável, mas ainda em processo de transição na gestão monetária, dada a proximidade no início do ciclo de juro. Na Zona do Euro, o crescimento segue frágil e preocupa o risco de deflação. O FMI prevê crescimento de 0,8% neste ano e de 1,3% em 2015. Pelos dados mais recentes, o crescimento da região foi no mesmo patamar projetado no terceiro trimestre, com a Alemanha crescendo 1,2%, Portugal 1%, com a França e a Itália destoando, respectivamente, recuando 0,2% e 0,4%. Uma surpresa positiva foi a Grécia crescendo 1,7%, impulsionada pelo turismo. No BCE, o presidente Mario Draghi segue tentando injetar crédito na economia para estimular o consumo, mas as perspectivas são incertas. Achamos que a região vive no dilema entre precisar estimular a economia e realizar os ajustes fiscais. Estes precisam ser “moderados e alongados”, de forma a deixar a economia respirar e tentar voltar a crescer. A Alemanha também continua empacada, e não consegue sair da situação de baixo crescimento (1,4% e 1,5% nos anos em análise), visto que boa parte do seu fluxo de comércio acontece com os parceiros do bloco. Soma-se a isto, a crise na Ucrânia, em conflito com separatistas pró-Rússia, como um fator a mais de tensão na região.
Mercados emergentes. O FMI acha fundamental “manter o curso” dos ajustes fiscais nos emergentes, com destaque para Brasil, Índia e Turquia. Já a China deve desacelerar gradualmente sua economia, de 7,4% neste ano para 7,1% em 2015. Decorrente disto, as cotações das commodities minerais seguem em queda no mercado global, afetando as exportações de muitos destes países, considerados emergentes, neologismo de John Taylor.
Como está o Brasil? O FMI reduziu a estimativa do crescimento em 2014 para 0,3% para 2015, para 1,4%. Esta Consultoria projeta 0,2% para este ano e 0,8% em 2015. Na visão da Moody´s, “as exportações em ritmo mais lento para a China exacerbaram as fraquezas subjacentes e levaram as projeções para o crescimento do PIB para cerca de 1,0% em 2015. Um nível elevado de dívida do governo limita o espaço para medidas de estímulo fiscal, enquanto a inflação elevada restringe a capacidade do BACEN para afrouxar a política monetária em apoio ao crescimento e restringe o poder de compra e o consumo”. Continuamos presos nas nossas contradições, na leniência fiscal e no péssimo ambiente de negócios.
Comentários finais. O mundo vive um processo de retomada lenta e sem perspectivas de grandes avanços. Os avançados seguem empacados pela crise da Zona do Euro e nos EUA o crescimento segue “dosado” pela possibilidade de retorno da elevação do juro, adiada pelo receio de estouro de bolhas. Na China há um processo de desaceleração em curso, o que deve afetar ainda mais a cotação das commodities transacionadas no mercado global. Com isto, o fluxo de comércio do Brasil deve continuar afetado. Neste ano, até a primeira semana de novembro, nosso déficit é de US$ 2,8 bilhões, com as importações recuando menos do que as exportações, e em 2015 as perspectivas são bem incertas, dado o cenário global (sem contar o nosso ambiente interno, também bastante conturbado).
Quer saber qual ação comprar agora?
Com a disparada do mercado em 2024, muitas pessoas têm medo de colocar mais dinheiro em ações. Se você está em dúvida sobre onde investir, nossas estratégias comprovadas mostram as oportunidades mais promissoras.
Em 2024, o ProPicks IA identificou 2 ações que já subiram mais de 150%, outras 4 que saltaram mais de 30% e mais 3 que se valorizam mais de 25%. É um histórico impressionante.
Com portfólios personalizados com ações do Dow, S&P, setor de tecnologia e empresas em crescimento, você pode explorar diversas estratégias para construir seu patrimônio.