- O metal precioso cede após se aproximar da máxima histórica na sexta-feira.
- A escalada no Oriente Médio chegou a abalar os mercados, mas a reação atual é mais contida.
- Atenções agora se voltam às decisões dos bancos centrais e à cúpula do G7 nesta semana.
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Após um fim de semana marcado por novos episódios do conflito entre Israel e Irã, os mercados financeiros iniciaram a semana com instabilidade, antes de mostrar recuperação parcial. O movimento inicial de busca por proteção levou o ouro a se aproximar de uma nova máxima histórica, mas a valorização perdeu força ao longo da manhã em Londres, com o metal chegando a operar no campo negativo.
O petróleo também devolveu parte dos ganhos, recuando mais de 1,5% após ter subido até 5,5% no domingo, o que contribuiu para a recuperação dos futuros do S&P 500, que reverteram perdas superiores a 1% e passaram a subir cerca de 0,5%. A dúvida agora é se o apetite por risco ganhará tração ou se voltaremos a ver fluxos defensivos. A percepção predominante é de que o embate permanece regional, sem grandes implicações globais no momento.
Ainda assim, a cautela permanece. Os títulos do Tesouro dos EUA foram pressionados pelo segundo dia consecutivo, com o rendimento da Treasury de 10 anos alcançando 4,46%, refletindo receios persistentes de que uma pressão contínua nos preços da energia reacenda as expectativas inflacionárias. Para o ouro, o recuo recente a partir da máxima histórica indica uma reavaliação do risco geopolítico, embora o viés continue favorável à valorização do ativo.
A atratividade do ouro como proteção segue elevada
Desde os ataques israelenses ao Irã, observou-se uma nova onda de fluxos defensivos em direção ao ouro, embora a força desses movimentos ainda não tenha sido suficiente para levar o metal acima da máxima histórica de abril, em US$ 3.500. Os preços do petróleo também recuaram, diante da ausência de interrupções significativas no fornecimento até agora—mas o risco permanece latente.
O aumento da tensão introduziu um prêmio de risco nos mercados, especialmente diante da possibilidade de impactos na produção e transporte de petróleo, notadamente no Estreito de Hormuz. Enquanto o cenário não se estabilizar, o espaço para quedas no preço do ouro tende a ser limitado. Além das questões geopolíticas, continuam presentes tensões comerciais persistentes. Se o conflito entre Israel e Irã se intensificar, o ouro pode facilmente alcançar uma nova máxima histórica.
Outros vetores de sustentação para o ouro
Mesmo sem o fator geopolítico, o ouro já vinha registrando valorização, sustentado por compras contínuas de bancos centrais e pelo aumento do interesse de investidores individuais. O principal catalisador tem sido a inflação elevada no pós-pandemia, que corroeu o poder de compra das moedas fiduciárias em escala global.
A proteção contra a inflação continua sendo um dos principais motores para os preços do ouro. A incerteza tarifária também tem contribuído para elevar as expectativas inflacionárias, favorecendo o metal nesse canal. Adicionalmente, crescem as preocupações sobre a sustentabilidade das dívidas públicas diante do aumento dos custos de financiamento.
Esse contexto pode explicar por que bancos centrais, como o PBoC, estão substituindo títulos do Tesouro por ouro em suas reservas. Além disso, a desvalorização do dólar americano tem dado suporte adicional ao metal, que é cotado em dólares.
O ouro continuará atraindo compradores nas correções?
Enquanto essas preocupações permanecerem, é provável que eventuais correções no preço do ouro sejam moderadas e encontrem demanda compradora. No entanto, o espaço para valorização no curto prazo pode ser limitado, já que o ouro começa a parecer caro e o dólar, excessivamente depreciado. Ainda assim, uma nova máxima histórica não está descartada.
Fatores que poderiam pesar sobre o ouro mais adiante incluem um eventual acordo dos EUA com parceiros comerciais, resultando na retirada de tarifas e restrições. O presidente Trump poderia argumentar que tais mudanças já deveriam ter ocorrido. O atraso, por outro lado, evidencia a complexidade de negociar melhores termos sem desestabilizar os mercados.
Com a persistência da incerteza comercial, os efeitos negativos sobre o ouro podem ser postergados, abrindo espaço para uma eventual quebra da barreira dos US$ 3.500 e, possivelmente, um avanço adicional, especialmente se as tensões no Oriente Médio voltarem a se intensificar.
Decisões de bancos centrais ganham destaque
Nos próximos dias, o foco se volta à política monetária. O Federal Reserve e o Banco do Japão anunciarão suas decisões de juros, enquanto os líderes do G7 se reúnem em um ambiente carregado de tensões geopolíticas e incertezas inflacionárias. Para os investidores em ouro, isso representa uma combinação explosiva: fluxo para ativos de proteção, expectativa sobre os juros e risco macroeconômico. Ou seja, muita coisa pode mudar conforme a semana avança.
Níveis técnicos a observar
O principal suporte está agora na faixa dos US$ 3.400, antiga resistência rompida na sexta-feira. Uma eventual correção até esse patamar pode atrair novos compradores. Abaixo disso, os próximos suportes relevantes se encontram em US$ 3.350 e US$ 3.300.
Do lado da resistência, poucas barreiras restam. A região de US$ 3.430 limitou o fechamento do ouro recentemente e segue como um ponto crítico. Se ultrapassada, os US$ 3.500 voltam ao radar. Acima disso, o próximo alvo técnico é a projeção de 127,2% de Fibonacci da correção a partir da máxima de abril, situada em US$ 3.603.
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