Qualquer investidor mais informado ou experiente em mercados convencionais sabe que é possível ganhar dinheiro num mercado em baixa. Há inúmeras maneiras de conseguir isso: short-selling, operações com futuros, opções de venda, o conjunto dessas ferramentas com operações estruturadas. A especulação nesses mercados é bem mais flexível que no mercado de cripto, onde a nossa única opção é, normalmente, buy-and-hold. A ausência de um mercado de derivativos consolidado para criptoativos é danosa para a especulação real que esse mercado comporta, sendo uma lacuna a ser preenchida por empresas entrantes.
Para a felicidade dos especuladores mais agressivos, há uma startup chamada dYdX que pretende fechar esse gap. A startup visa oferecer um smart contract que possibilita operações vendidas com Ethereum e tokens ERC20; ela foi financiada pela Andreessen Horowitz e pela PolyChain, duas gigantes do mercado financeiro cripto, e conta com o aconselhamento/investimento de membros da Coinbase e outros investidores experientes. Há, portanto, recursos e experiência em gerenciar projetos tanto de finanças quanto de criptoeconomia, sendo esse um forte diferencial que indica otimismo para – ironicamente – investidores que acham que o mercado de criptoativos possui tendências bearish.
Curiosamente, isso não significa que será mais fácil para bears dominarem o mercado. Num mercado convencional, o mercado de derivativos provê possibilidades de hedge para empresas interessadas num determinado mercado. Por exemplo, se eu quiser desenvolver uma aplicação na blockchain da Ethereum, mas não confio em sua capacidade e segurança, posso fazer uma operação com derivativos para não perder todos os recursos investidos. Nesse caso, se a aplicação for bem-sucedida, perco o valor da opção, porém a rede ganha apesar da pressão bearish inicial. Há maiores incentivos para projetos arriscados e escaláveis, com potenciais ganhos para o crescimento do mercado. Evidentemente, isso ainda depende de haver projetos de fato interessantes para motivar um investimento qualquer, porém a adição de um mercado financeiro saudável facilita a execução de projetos.
Entretanto a estrutura da dYdX ainda é limitada. Haverá um token short-ETH ou short-ERC20 que estará pegged ao oposto das variações do ETH ou do token ERC20 em questão. Esse token será negociável e atrelado a um ETH emprestado por outro investidor, que recebe uma taxa de juros pelo empréstimo. Na prática, isso é uma versão criptoeconômica do aluguel de ações, velho conhecido dos investidores convencionais. Não haverá o uso de opções, que creio mais interessantes como ferramentas de hedging.
O aspecto positivo é que isso tudo será feito de maneira descentralizada, por meio de um protocolo. Isso significa que poderá haver forks e a fácil criação de concorrentes. De maneira geral isso pode ser percebido como negativo, porém significa maior pressão concorrencial e incentivos para manter alta liquidez. Dessa maneira, o sistema é transparente e possui uma estrutura de mercado favorável à sua consolidação de maneira sadia e eficiente. Com o tempo, pode haver adaptações dessa estrutura para possibilitar a existência de opções financeiras de fato.
A iniciativa, como se pode perceber, ainda é experimental e se trata de um novo modelo de negócios. Entretanto, o mercado de criptoativos como um todo possui essa marca e, por ser demasiado disruptiva, essa estrutura possui maiores riscos, sendo isso uma limitação. Creio que uma estrutura inovadora para short-selling é adequada e possui forte potencial, porém deve ser acompanhada com maior atenção por essas características. Se bem-sucedida, haverá grandes ganhos para o Ethereum como plataforma, com maior potencial de investimentos. Acredito que acompanhar esse projeto e outras iniciativas similares pode ser importante como indicador para manter o ETH num portfólio de criptoativos.
mais informado ou experiente em mercados convencionais sabe que é possível ganhar dinheiro num mercado em baixa. Há inúmeras maneiras de conseguir isso: short-selling, operações com futuros, opções de venda, o conjunto dessas ferramentas com operações estruturadas. A especulação nesses mercados é bem mais flexível que no mercado de cripto, onde a nossa única opção é, normalmente, buy-and-hold. A ausência de um mercado de derivativos consolidado para criptoativos é danosa para a especulação real que esse mercado comporta, sendo uma lacuna a ser preenchida por empresas entrantes.
Para a felicidade dos especuladores mais agressivos, há uma startup chamada dYdX que pretende fechar esse gap. A startup visa oferecer um smart contract que possibilita operações vendidas com Ethereum e tokens ERC20; ela foi financiada pela Andreessen Horowitz e pela PolyChain, duas gigantes do mercado financeiro cripto, e conta com o aconselhamento/investimento de membros da Coinbase e outros investidores experientes. Há, portanto, recursos e experiência em gerenciar projetos tanto de finanças quanto de criptoeconomia, sendo esse um forte diferencial que indica otimismo para – ironicamente – investidores que acham que o mercado de criptoativos possui tendências bearish.
Curiosamente, isso não significa que será mais fácil para bears dominarem o mercado. Num mercado convencional, o mercado de derivativos provê possibilidades de hedge para empresas interessadas num determinado mercado. Por exemplo, se eu quiser desenvolver uma aplicação na blockchain da Ethereum, mas não confio em sua capacidade e segurança, posso fazer uma operação com derivativos para não perder todos os recursos investidos. Nesse caso, se a aplicação for bem-sucedida, perco o valor da opção, porém a rede ganha apesar da pressão bearish inicial. Há maiores incentivos para projetos arriscados e escaláveis, com potenciais ganhos para o crescimento do mercado. Evidentemente, isso ainda depende de haver projetos de fato interessantes para motivar um investimento qualquer, porém a adição de um mercado financeiro saudável facilita a execução de projetos.
Entretanto a estrutura da dYdX ainda é limitada. Haverá um token short-ETH ou short-ERC20 que estará pegged ao oposto das variações do ETH ou do token ERC20 em questão. Esse token será negociável e atrelado a um ETH emprestado por outro investidor, que recebe uma taxa de juros pelo empréstimo. Na prática, isso é uma versão criptoeconômica do aluguel de ações, velho conhecido dos investidores convencionais. Não haverá o uso de opções, que creio mais interessantes como ferramentas de hedging.
O aspecto positivo é que isso tudo será feito de maneira descentralizada, por meio de um protocolo. Isso significa que poderá haver forks e a fácil criação de concorrentes. De maneira geral isso pode ser percebido como negativo, porém significa maior pressão concorrencial e incentivos para manter alta liquidez. Dessa maneira, o sistema é transparente e possui uma estrutura de mercado favorável à sua consolidação de maneira sadia e eficiente. Com o tempo, pode haver adaptações dessa estrutura para possibilitar a existência de opções financeiras de fato.
A iniciativa, como se pode perceber, ainda é experimental e se trata de um novo modelo de negócios. Entretanto, o mercado de criptoativos como um todo possui essa marca e, por ser demasiado disruptiva, essa estrutura possui maiores riscos, sendo isso uma limitação. Creio que uma estrutura inovadora para short-selling é adequada e possui forte potencial, porém deve ser acompanhada com maior atenção por essas características. Se bem-sucedida, haverá grandes ganhos para o Ethereum como plataforma, com maior potencial de investimentos. Acredito que acompanhar esse projeto e outras iniciativas similares pode ser importante como indicador para manter o ETH num portfólio de criptoativos.