Após o feriado, os frigoríficos paulistas estão aos poucos retornando as compras. Com a oferta de bovinos ajustada à demanda, os preços ficaram estáveis na comparação diária.
Região de Paragominas no Pará
A cotação do boi caiu R$3,00/@ e as cotações para a vaca e novilha ficaram estáveis na comparação feita dia a dia.
Exportação de carne bovina in natura
Até a primeira semana de abril de 2023, foram exportadas 22,59 mil toneladas de carne bovina in natura, com embarque médio diário de 5,6 mil toneladas, queda de 31,8% em comparação ao com a média diária de abril/22. O faturamento médio diário está em U$25,68 milhões queda de 50,1% no mesmo comparativo.
Mercado do boi gordo no primeiro trimestre
De janeiro a março, o mercado do boi gordo viveu uma tormenta. Quando é assim, o mercado usa o termo “volátil”.
Em janeiro, a cotação da arroba do boi gordo estava largada, sem força. Os compradores sem interesse em comprar e o pecuarista sem interesse em vender.
O mercado só melhorou no final de janeiro e foi assim até 23 de fevereiro, quando foi anunciado um possível caso do mal da “vaca louca”. O mercado então desandou de vez.
A China, principal destino da carne bovina brasileira, deixou de ser atendida, pois nesses casos, segundo o protocolo de sanidade celebrado, a exportação é suspensa pelas autoridades brasileiras.
A cotação para boiadas destinadas ao mercado interno caiu e as compras do boi China (bovinos com até 30 meses de idade) desapareceram. Nada bom.
Comprovada a atipicidade da doença, a exportação foi retomada durante a visita da delegação brasileira à China. A retomada dos embarques foi autorizada pelas autoridades chinesas. É assim que funciona, a gente suspende e são eles quem podem liberar.
Com a liberação, o mercado ganhou força. A cotação da arroba do boi gordo destinado ao mercado interno subiu e as ofertas de compra para o boi China reapareceram. A diferença do preço da arroba para exportação chegou a R$25,00. Um belo ágio.
Aliás, a cotação já esboçava reação antes mesmo da liberação, pois os vendedores, os pecuaristas, estavam firmemente na retranca.
No começo de abril, véspera do feriado de Páscoa, o mercado bambeou novamente, os preços caíram em São Paulo, praça balizadora de preço, e ficaram estáveis nas demais praças pecuárias. Na verdade, nas demais praças, oscilaram um pouco para cima e um pouco para baixo.
A exceção foi o Acre, onde a cotação subiu. A dificuldade de transporte, em função do estado lamentável das estradas, fez o preço subir.
Temos ainda um abril com pastagens e por isso o mercado deverá ter preços relativamente sustentados. Mudança de comportamento deverá acontecer em maio, quando tudo muda e o capim seca.
Aí, a oferta de boiadas aumenta e o preço tende a cair.
Mas será assim?
Não se sabe, mas é o que acontece quando todo mundo tenta aproveitar até a última folha do capim.