Na parcial da temporada 2019/20 (de abril a novembro), o volume total de etanol hidratado captado pelo Cepea supera em 14,9% o de igual período da safra anterior. Quanto à quantidade negociada em novembro deste ano, está 35,2% acima da observada no mesmo mês de 2018. A média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado, na parcial da temporada 2019/20, supera em 3,13% a do mesmo período da anterior. Para o anidro, por sua vez, o aumento é de 2,17%, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-M de novembro/19). Em novembro, a média das semanas cheias do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado foi de R$ 1,9051/litro, valor 5,23% maior que o das semanas de outubro. Para o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, o Cepea também registrou alta, de 6,04%, com média de R$ 2,1030/litro, considerando-se somente o mercado spot. Na última semana do mês (de 25 a 29 de novembro), o volume negociado foi o terceiro maior de toda a série histórica do Cepea, atrás somente do período encerrado em 8 de fevereiro de 2019 e 7 de dezembro de 2018. Esse cenário é resultado do comportamento aquecido do comprador, que está antecipando volumes para este mês e também para janeiro de 2020. Do lado das usinas, as boas saídas de etanol hidratado nas bombas e a finalização da moagem para um número grande de unidades seguem influenciando o volume negociado e dando sustentação aos preços. Nos postos, o abastecimento com etanol hidratado ainda segue vantajoso nos principais estados produtores do Centro-Sul, mesmo após os repasses das altas nos preços no segmento produtor. Em São Paulo, a média entre as cotações do etanol hidratado e da gasolina C ficou em 66,6% em novembro, ante os 65,1% em outubro, segundo a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Nos outros estados, o abastecimento também esteve vantajoso com o biocombustível: MT (57,4%), MG (64,4%) e GO (67,7%). Já no estado do Paraná, a relação entre os dois combustíveis ficou superior a 70% em novembro.
NORDESTE – Em novembro, os preços do etanol hidratado caíram nos principais produtores do Nordeste acompanhados pelo Cepea, devido ao avanço da moagem e o aumento da oferta do produto. As cotações do etanol anidro, por outro lado, subiram neste mesmo período. O abastecimento com a gasolina C ainda segue mais vantajoso frente ao biocombustível nos postos da região, aumentando a procura pelo etanol anidro. Ainda, a diminuição das cotas de importação do etanol sem taxas para o período pode ter influenciado as altas, uma vez que a oferta foi restringida e compradores tiveram que se abastecer com o produto nacional. Quanto aos volumes negociados, houve aumento nos três estados na comparação com o total captado no mês anterior, tanto para o etanol hidratado quanto para o anidro. Em Pernambuco, o volume de etanol hidratado negociado foi praticamente 2,5 vezes superior ao de outubro e para o anidro foi cinco vezes maior na mesma comparação. A média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 1,5899/litro em novembro, queda de 2,85% frente a outubro. A média do Indicador CEPEA/ESALQ do anidro fechou em R$ 2,0925/litro, alta de 2,68% na mesma comparação. Em Alagoas, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado foi de R$ 1,6060/litro, 2% menor frente a outubro. Para o anidro, a média do Indicador CEPEA/ESALQ fechou em R$ 2,0784/litro, alta de 3,34% frente ao mês anterior. Em relação aos volumes, houve aumento de 41% para o hidratado e de 21% para anidro, quando comparados aos do mês anterior. Na Paraíba, tanto para o etanol hidratado como para o anidro, os volumes captados mais que dobraram em relação ao total negociado em outubro. A média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 1,5967/litro em novembro, queda de 3,99% em relação a outubro. Para o etanol anidro, a média do Indicador CEPEA/ESALQ foi R$ 2,0767/litro, 1,56% superior em relação ao mês anterior.
EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES – No acumulado da safra 19/20 (de abril a novembro), foram exportados pelo Brasil mais de 1,475 bilhão de litros de etanol, volume 13,11% superior quando comparado ao mesmo período da temporada passada. Em novembro, especificamente, foram enviados ao exterior 181,1 milhões de litros, gerando receita de US$ 91,6 milhões (R$ 380,625 milhões), de acordo com a Secex. As importações de etanol somaram 47,99 milhões de litros em novembro, com despesa de US$ 20,21 milhões para o País. Cerca de 48,8% do volume foi destinado aos portos da região Nordeste e 51,2%, aos do Centro-Sul. Frente ao mês anterior, houve redução de 42,02% no volume importado e na comparação com nov/18, queda de 65,58%. No acumulado da safra 19/20, o Brasil importou menos etanol do que na temporada anterior. De abril a novembro, o total importado foi 876,394 milhões de litros de etanol, contra 947,275 milhões de litros da temporada passada, segundo a Secex.
