ETFs lançados na B3 em 2025: Diversificação, inovação e acesso global

Publicado 22.06.2025, 10:05

Os ETFs (Exchange Traded Funds) continuam sua ascensão e seguem aquecidos no mercado de capitais. Com estrutura simples e eficiente, esses fundos permitem a exposição a carteiras diversificadas com custos acessíveis e maior transparência. De índices setoriais e internacionais até temáticas inovadoras como criptoativos e biotecnologia, os ETFs vêm ganhando espaço entre investidores de todos os perfis. De acordo com o último boletim mensal da B3 (BVMF:B3SA3), o número de investidores distintos (CPF e CNPJ) chegou a 623 mil, sendo mais de 617 mil pessoas físicas – e 2025 reforça essa tendência com o lançamento de novos produtos na B3 que ampliam o cardápio de oportunidades disponíveis no país.
 




Segundo uma análise publicada no Investing.com, o mercado de ETFs no Brasil teve um ano notável em 2024. Foram lançados 16 novos produtos, superando os 13 de 2023, impulsionados por maior educação financeira, facilidade operacional e benefícios fiscais. Os ETFs oferecem isenção de come-cotas, facilidade na declaração do IR e, em alguns casos, redução dos custos de corretagem. A combinação desses fatores tem contribuído para que os ETFs sejam vistos como opções atrativas para diversificação com eficiência.

Conheça agora os 10 novos ETFs listados na B3 em 2025, cada um com uma proposta distinta e estratégias pensadas para atender diferentes objetivos de investimento:

GLDX11 (BVMF:GLDX11) – ETF do Ouro (Investo)

O GLDX11 oferece exposição ao ouro físico, replicando a performance do ETF OUNZ, da VanEck, fundo que conta com cerca de US$ 1,68 bilhão de patrimônio de acordo com os dados de maio/25. O GLDX11 chega como mais uma opção para investimento em ouro, uma reserva de valor muito buscada em momentos de estresse e desordem mundial. O ETF possui lastro direto no metal precioso e permite ao investidor acessar a oscilação do preço do ouro sem ter o ativo físico. Com custo de 0,30% a.a. de adm, não distribui dividendos e permite exposição na variação cambial em dólar.

HODL11 – ETF de Bitcoin (Investo)

Focado em Bitcoin, o HODL11 busca replicar o desempenho do VanEck Bitcoin ETF (HODL). Com taxa de administração de 0,20% a.a. (a partir de agosto de 2025), é uma porta de entrada para exposição ao mercado cripto com segurança e regulação, sem exigir armazenamento em carteira própria. Esse é um ETF tradicional, o que significa que não efetua pagamento de proventos periódicos. Além disso, também é um ativo que concede exposição na variação cambial do dólar.

GPUS11 – ETF irlandês de S&P 500 (Investo)

O GPUS11 é o primeiro ETF com estrutura UCITS listado no Brasil e oferece exposição ao índice S&P 500 com domicílio na Irlanda. O GPUS11 replica o UCITS ETF VUAA, um ETF da Bolsa de Londres, domiciliado na Irlanda e que permite exposição nas 500 maiores empresas dos EUA. A estrutura reduz a alíquota de dividendos pagos nos EUA (de 30% para 15%). Com taxa global de 0,188 % a.a., é uma alternativa eficiente para investidores interessados em dolarizar o patrimônio numa estrutura de menor custo como um ETF irlandês.

NUCL11 – ETF de Energia Nuclear (Investo)

O NUCL11 replica o VanEck Uranium and Nuclear Energy ETF (NLR), com empresas que atuam na geração de energia nuclear e exploração de urânio. Por meio do NUCL11 o investidor consegue acessar cerca de 28 empresas do setor e ainda possui proteção ao dólar. Ideal para investidores com foco em inovação energética e diversificação temática. A taxa também é de 0,60% a.a. e aqui também se trata de um ETF tradicional, ou seja, que não paga dividendos diretamente.

BIZD11 – ETF de Business Development Companies (Investo)

Inspirado no ETF BIZD da VanEck, o BIZD11 permite exposição em empresas que geram renda emprestando e investindo em companhias públicas e privadas — as chamadas BDCs (Business Development Companies). Com taxa de 1,00% a.a, trata-se de um ETF com um nível de risco mais elevado, com exposição às oscilações do dólar e que efetua pagamento de proventos trimestralmente.
Um ponto que vale ser lembrado é que os proventos pagos pelos ETFs possuem retenção de 15% na fonte.

GOAT11 – ETF Multiasset (Itaú (BVMF:ITUB4) Asset)

O GOAT11 adota uma composição 80/20, sendo 80% do portfólio com exposição ao juro real brasileiro (por meio do IMAB11 (BVMF:IMAB11)) e 20% de exposição no S&P 500 (por meio de exposição ao SPXI11). Este é o primeiro ETF da B3 que combina multestratégias e abre portas para novos lançamentos na indústria. O GOAT11 possui taxa total de 0,50% a.a., entrega exposição à variação cambial do dólar e é um ativo que tem o reinvestimento automático dos proventos pagos e dos títulos públicos que vencem.

CASA11 – ETF Imobiliário (Buena Vista Capital)

O CASA11 da Buena Vista Capital replica o ETF NEOS Real Estate High Income (IYRI), focado em empresas imobiliárias com forte geração de renda e com a estratégia de covered call para pagar dividendos sintéticos mensalmente. O IYR é um ETF que reúne cerca de 64 REITS de forma bastante diversificada. O CASA11 permite proteção à variação cambial, permite ao investidor geração de renda passiva e possui taxa total de 0,68% a.a.

FIXX11 (BVMF:FIXX11) – ETF de Renda Fixa americana com Estratégia de Opções (Buena Vista Capital)

Este ETF, cujo índice de referência é o NEOS Enhanced Income 1-3 Month T-Bill Index, inova ao combinar T-Bills americanos de curto prazo (1-3 meses) com a venda de put sobre o índice S&P 500. O objetivo do fundo é permitir a geração de reserva de liquidez em dólar e gerar retornos extras com prêmios das opções mantendo a volatilidade sob controle. Com taxa global de 0,38% a.a., este é um ativo que concede exposição ao dólar, porém, não paga dividendos.

PKIN11 – ETF Connect – Índice CSI 300 (Bradesco (BVMF:BBDC4) Asset)

Parte do programa ETF Connect entre Brasil e China, o PKIN11 replica o índice CSI 300, composto pelas maiores empresas das bolsas de Xangai e Shenzhen. A taxa de administração é de 0,19% a.a., e o fundo não paga dividendos, buscando valorização via crescimento de capital.

TECX11 – ETF Connect – Índice ChiNext (Bradesco Asset)

Também fruto da parceria Brasil-China, o TECX11 oferece exposição ao ChiNext, índice que reúne as 100 empresas tipo-A com maior liquidez e negociadas na Bolsa de Shenzhen. Assim como o PKIN11, trata-se de um ETF com taxa total de 0,19% a.a.

HERT11 – ETF de fundos imobiliários (Hedge Investments)

O HERT11 um ETF que replica o índice FTSE Hedge Brazil All Equity REITs, investindo predominantemente em FIIs de “tijolo” com maior valor de mercado e liquidez no Brasil. O fundo adota uma taxa de administração de 0,50% a.a. e é um ETF tradicional, ou seja, vai reinvestir automaticamente os proventos recebidos dos FIIs. Trata-se de uma ferramenta que tende a trazer mais eficiência e liquidez para os fundos de tijolo mais consolidados da indústria, já que acaba sendo uma porta de entrada ao real estate brasileiro para o investidor institucional doméstico e o estrangeiro.

Abaixo tem-se a consolidação dos ETFs lançados até o presente momento na B3.




O ano de 2025 reforça o avanço na maturidade dos ETFs no Brasil. As novas teses lançadas acabam abrindo caminho para cada vez mais aperfeiçoamento de teses já existentes e a criação de novas combinações. A diversidade dos produtos — desde exposição ao ouro, passando por criptoativos, até ativos chineses e estratégias de geração de renda — mostra que o investidor brasileiro está cada vez mais próximo de um cardápio variado de estratégias, sem precisar sair da B3. Isso reforça não apenas a sofisticação do investidor local, mas também o potencial do mercado brasileiro para se posicionar entre os grandes hubs de acesso a produtos financeiros globalmente competitivos.

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