Os mercados globais trocaram a narrativa do “higher for longer” pela aposta do “sooner than later” em relação à taxa de juros nos Estados Unidos. Traduzindo: enquanto a maioria das instituições, como o Bank of America (NYSE:BAC), prevê um início dos cortes em junho, a curva futura projeta 80% de chance da queda acontecer um mês antes, em maio.
CYBER MONDAY: Tenha mais desconto no plano bianual com cupom “investirmelhor”
Porém, há quem diga que o ciclo de queda deve começar ainda mais cedo: em março. Ou seja, cada vez mais os investidores colocam suas fichas de que o Federal Reserve deve começar a reduzir os juros antes do previsto. Talvez já no primeiro trimestre de 2024. As falas de dirigentes do Fed ontem alimentaram essa aposta, que o mercado quer acreditar.
Isso porque após promover o aperto mais rápido em 40 anos, o Fed ainda não começou o processo de flexibilização, apesar de a inflação ter desacelerado e de a economia americana afastar os riscos de recessão. A segunda estimativa para os dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no trimestre passado hoje (10h30) deve confirmar esses sinais encorajadores.
Os ativos de risco receberam ontem o impulso adicional que faltava para fechar novembro com um tom de azul forte, ampliando o rali das últimas quatro semanas. Esse movimento deve ter continuidade nesta quarta-feira (29). Os futuros dos índices em Nova York sobem firme nesta manhã. O petróleo também avança, ditando o ritmo do dia para o Ibovespa.
A bolsa brasileira encerrou a terça-feira (28) rondando os maiores níveis em quase dois anos e meio, subindo 0,8% em apenas dois dias e acumulando valorização de quase 12% neste mês. Portanto, salvo algum fenômeno raro, como um meteoro, o Ibovespa caminha para cravar o melhor desempenho mensal desde a pandemia - outro evento extraordinário.
A ver, então, se essa perspectiva não é apenas uma miragem. Afinal, a menos de um mês para o Natal e faltando cinco semanas para o fim de 2023, é a hora dos investidores consultarem a bola de cristal e fazerem as previsões para o ano que se aproxima. O problema é se estiver embaçada. Afinal, quem não quer um rali de Natal todo dia?