Publicado originalmente em inglês em 28/07/2021
- Resultados do 2T2021 serão divulgados na quarta-feira, 28 de julho, após o fechamento do mercado;
- Expectativa de receita: US$27,85 bilhões
- Expectativa de lucro por ação: US$3,04.
A julgar pela força atual das ações do Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34), existem poucas dúvidas de que os investidores estejam esperando mais um excelente número de vendas quando a gigante das redes sociais divulgar seu mais recente balanço trimestral hoje.
O papel tem registrado um dos melhores desempenhos no grupo FAANG, que inclui Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34) e Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34). O FB disparou mais de 30% neste ano, o que fez sua capitalização de mercado superar a marca de US$1 trilhão no último trimestre.
As vendas devem saltar para US$27,85 bilhões, crescendo 49% ante mesmo período do ano anterior. A expectativa é que seu lucro por ação suba de US$1,80 para US$3,04, de acordo com as estimativas de consenso de analistas.
Por trás dessas fortes previsões está o robusto gasto com publicidade digital por pequenas e médias empresas no ambiente pós-pandemia, onde conseguir clientes online é crucial para sua sobrevivência.
De fato, todos os sinais apontam para esse fator de impulsão das ações dessa gigante das mídias sociais sediada na Califórnia. O Facebook é conhecido por fornecer projeções cautelosas e, depois, superá-las.
O que fortaleceu ainda mais esse argumento foram os recentes balanços de empresas menores no mercado de redes sociais, como Twitter (NYSE:TWTR) (SA:TWTR34) e Snap (NYSE:SNAP) (SA:S1NA34), que superaram as expectativas com ampla margem e fizeram projeções otimistas para o atual período.
Essas empresas também estão vendo uma disparada no número de usuários em suas plataformas, usadas para entretenimento em casa e contato com amigos e familiares em diversos países onde a pandemia ainda gera seus efeitos, forçando os governos a impor restrições. Nesse ambiente, grandes anunciantes têm confiado nos sites de redes sociais, enquanto pequenas empresas aumentam seus gastos para conquistar clientes digitais.
Para o Facebook, esse tem sido um ambiente propício para aumentar os preços dos anúncios. O preço médio de um anúncio no 1º tri subiu 30% em relação ao ano anterior, e o número de anúncios entregues cresceu 12%.
Ameaça de atualização de software
Mesmo com todo esse otimismo na temporada de balanços, uma possível ameaça que pode prejudicar o Facebook é um novo recurso instalado pela Apple na atualização de software do iOS para iPhones no início de julho, que explicitamente pergunta aos usuários de aplicativos se desejam ser rastreados durante sua atividade na internet.
Uma matéria da Bloomberg afirmou que a vasta maioria dos usuários, quando perguntada se quer ser rastreada no iPhone, responde que não.
De acordo com a matéria:
“Isso está preocupando anunciantes do Facebook, que estão perdendo acesso a alguns dos dados de direcionamento mais valiosos e já viram uma diminuição na eficiência dos anúncios”.
Os executivos do Facebook, em suas projeções em abril, disseram aos investidores que acreditam que muitos usuários recusarão esse rastreamento, tornando mais difícil para os clientes publicitários ajustar precisamente suas campanhas.
“Continuamos preocupados com o impacto dessa atualização na capacidade das pequenas empresas de usar seus orçamentos de publicidade com eficiência”, afirmou o diretor-geral financeiro David Wehner durante uma teleconferência em abril. “Dito isso, acreditamos que o impacto em nossos negócios será manejável”.
Conclusão
A força dos resultados do Facebook deve continuar durante a maior parte do ano fiscal, graças ao crescimento no número de usuários e receita com publicidade em suas plataformas, inclusive Instagram e WhatsApp. Mas a atualização de software do iPhone da Apple pode representar um desafio se impactar de forma significativa os anunciantes.