As bolsas de ações europeias tiveram uma modesta alta na semana, sendo que na França o índice CAC 40, acionário, caiu 0.5% em uma leve tomada de lucro após a confirmação da eleição de Emmanuel Macron.
Nos Estados Unidos o S&P500 fez nova alta na terça-feira, mas cedeu na sequência para encerrar com perdas de 0.35% nos últimos cinco dias, assim como o Dow Jones escorregou 0.53%, ambos influenciados por resultados ruins de empresas do setor de varejo. O NASDAQ subiu 0.72%.
Os índices de commodities recuperaram as perdas da primeira semana de maio, com destaque de ganhos para os contratos de suíno magro, gás natural, algodão e cacau– apenas três matérias-primas que compõe o CRB cederam: gado, café e suco de laranja.
Os cafés robusta e arábica negociados em bolsa falharam mais uma vez em romper resistências que atrairiam uma cobertura de vendidos, encerrando a semana com ligeira baixa. Londres ensaiou fechar um gap, intervalo de preços deixado entre 1,965 e 1,974 dólares por tonelada no dia dois de maio, mas por parou justamente na alta do intervalo.
Nova Iorque está tendo dificuldade em trabalhar acima da média-móvel de vinte dias, que na sexta-feira ficou em US$ 135.65 centavos por libra, mas por outro lado se mantém, ao menos por enquanto, acima de US$ 132.35 centavos, ponto técnico que se perfurado pode levar ao teste das mínimas.
Ao que parece há interesse de compra de torradores sentados abaixo do mercado, entretanto causou surpresa ver no Commitments of Traders os comerciais aumentarem sua posição vendida em 2,265 lotes entre os dias três e nove de maio – imagina-se que a maior parte destas vendas deva ter acontecido no próprio dia três, quando o contrato de julho teve a máxima de US$ 137.45 centavos por libra.
O vencimento das opções de junho influenciou o terminal de ficar ao redor de US$ 135.00 centavos por libra dado o grande número de posições que existia neste nível.
Fundamentalmente notícias de chuvas a partir na próxima semana no “cinturão do café” não deram estímulo aos compradores, provavelmente em função da colheita do arábica ainda estar apenas começando.
As exportações brasileiras de abril totalizaram 2,126,054 sacas, segundo a CECAFE, número em linha com o esperado dado que os embarques de café verde foram de 1,87 milhões de sacas. Espera-se um volume não muito diferente nos meses de maio e junho.
O IBGE estima uma safra 17/18 em 46.4 milhões de sacas, abaixo da percepção do mercado em geral. Apenas para ilustrar: se a produção brasileira for de 46 milhões de sacas o déficit mundial será ao redor de 8 milhões de sacas, significativo o suficiente para não fazer com que o mercado futuro ignore a estatística favorável à preços melhores.
A conversa sobre importação de café voltou ao noticiário, de forma confusa e depois de tanto vai e vem sem nenhuma atenção dos agentes, claro.
O fluxo de negócios nas origens do arábica foi pequeno na semana, seja por diferenças entre idéias de compra e venda no Brasil, ou por atraso da entrada da safrinha na Colômbia por causa das chuvas, ou ainda pela disponibilidade reduzida de café, como é o caso em geral na América Central. No Peru a movimentação é melhor com o avanço da colheita.
Entre os produtores de robusta o fluxo é bom na Indonésia, que também está em período de oferta crescente em função da colheita, mas no Vietnã espera-se um mercado mais alto em Londres para destravar as negociações.
A valorização do Real para 3.12 e a queda do índice do Dólar podem ser fatores adicionais de suporte ao mercado, que juntamente com um apetite melhor para as commodities ajudariam Nova Iorque a tentar mais uma vez trabalhar próximo de US$ 140.00 centavos. Por outro lado, uma nova falha na subida deve atrair especuladores para pressionar e tentar levar o terminal abaixo de US$ 130.00 centavos.