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Foco na Reunião do Copom

Publicado 03.08.2021, 08:41
Atualizado 09.07.2023, 07:32
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Os americanos se assustaram nesta segunda-feira, depois que o Tesouro retornou com o “teto de gastos” e operações emergenciais e um presidente do Fed colocou na conta a hipótese do início do tapering entre setembro e outubro, ou mesmo elevar o juro em 2022, se os próximos indicadores de mercado de trabalho vierem muito bons. No Brasil, a bolsa de valores perdeu o fôlego e o dólar voltou a subir ao longo do dia, com os futuros de juro virando, depois de recuar por toda manhã, diante dos embates políticos entre Bolsonaro e o judiciário. Continuam tensas estas relações.

Pandemia...

No mapeamento da pandemia, a variante Delta continua assustando. No Brasil, ontem, dia 02/08, foram 15.143 novos casos, na média, 35.120, e 449 óbitos em 24 horas, segundo dia abaixo dos mil mortos diários. Já são 557 mil óbitos desde o início. Em relação às vacinas, atingimos 48,1% da população com algum grau de imunização. Nos EUA, um festival de música em Chicago (EUA) no fim de semana provocou preocupações com a variante Delta no radar. Na China, autoridades estão alarmadas com o maior surto de Coronavírus no país desde o observado na província de Wuhan. Retrocessos com a obrigatoriedade no uso de máscaras em ambientes fechadas, estão na pauta.

No Brasil...

Na política, o retorno do recesso dos poderes já voltou a gerar crises, pelas inúmeras e inapropriadas declarações do presidente Jair Bolsonaro. E as respostas do STF e do TSE foram duras nesta segunda-feira, com este último enviando ao STF duas “representações” contra o presidente. Na Câmara, como destaque, a partir desta terça-feira, teremos os projetos do imposto de renda e da Contribuição sobre Bens e Serviços e a proposta da Reforma Administrativa. No Senado, a pauta reúne projetos como o refinanciamento de dívidas tributárias, o marco cambial, o novo marco de ferrovias e o teto do funcionalismo público.

Na reunião do Copom, nesta terça-feira, mantemos uma leitura mais agressiva de que a opção deve recair por elevar a taxa Selic em 1 ponto básico, a 5,25% ao ano. Nossa interpretação é de que a inflação, neste ano, já está dada, sendo preocupação “ancorar as expectativas” para trazer a do ano que vem para o centro da meta, entre 3,50% a 3,75%.

Como dito, neste ano, dada a abertura da economia, e o desalinhamento das cadeias produtivas, a alta das commodities, e variados choques de oferta, de tarifa na energia elétrica e nos combustíveis, sem esquecer a “onda de frio”, provocando geadas, e elevando os hortigranjeiros, não será surpresa se o IPCA fechar acima de 7,0%. Por enquanto, a pesquisa Focus trabalha com 6,7%, mas aguardemos. Para a reunião do Copom de setembro devemos indicar mais um ajuste 1,0 p.p., a 6,25%, uma decisão que serviria para acalmar as expectativas dos mercados. Depois, mais uma de 0,75 ponto percentual. A Focus trabalha com a Selic a 7% para este ano e o próximo.

Nos EUA...

A adoção de medidas emergenciais no front fiscal, com o retorno do “teto dos gastos” pautam o comportamento dos mercados nesta semana. Soma-se a isso, Christopher Waller, um dos diretores do Fed, levantou ontem a possibilidade do início do tapering neste ano, elevando o juro em 2022, se os dados de emprego surpreenderem positivamente.

Voltando a vigorar neste fim de semana, o “teto dos gastos” tem um agravante ao limitar que o Tesouro norte-americano possa tomar recursos no mercado e impõem ao órgão a necessidade de ajustes nas contas públicas, algo que os democratas não parecem muito preocupados em adotar. Segundo a Oxford Economics, o Tesouro ainda pode captar empréstimos no mercado no total de US$ 350 bilhões, quantia a ser usada até o fim de setembro. A partir daí, terá que reduzir o volume de leilões de Treasuries, algo considerado “disruptivo aos mercados”. Diante disso, os treasuries recuaram nesta segunda-feira: os de 2 anos foram a 0,1772%, os de 10 anos, a 1,173% e os de 30 anos, a 1,850%.

Nos mercados asiáticos, esta madrugada foi de queda, diante das ameaças das autoridades chinesas de irem em cima dos games eletrônicos, considerados “ópios espirituais”. Mais intervenções, com a mão pesada do Estado, sobre o mercado chinês (o mundo não gosta disso). Nas bolsas, Nikkei recuou 1,0%, a 27.499 pontos, Shangai -0,66%, a 3.441 pontos, e Hang Seng -1,19%, a 25.838 pontos. Na Europa, todos os mercados operavam próximos da estabilidade ou em pequenas quedas.

Na agenda de indicadores, no Brasil atenção para a Pesquisa Industrial Mensal de junho (PIM), a ser divulgada pelo IBGE, importante por manter em alta as expectativas econômicas em 2021 como para o discurso do ministério da Economia, incomodado com o alto desemprego registrado pela PNAD Contínua. No exterior, destaque para as Encomendas à Indústria de junho, nos EUA, e para o PMI (Caixin) de serviços de junho, na China.

Boa semana a todos! Saudações aos nossos atletas, verdadeiros heróis nacionais sem apoio. São treze medalhas, três de ouro, três de prata e sete de bronze.

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