A decisão da União Europeia de descredenciar cerca de 20 frigoríficos brasileiros autorizados a exportar carne de frango ao bloco agravou a crise no setor avícola nacional, visto que os embarques vinham sendo alternativa para o escoamento do produto, apesar de não registrarem desempenho excelente neste ano. Em abril, as exportações da carne in natura já estão bastante enfraquecidas. Segundo dados da Secex, até a terceira semana do mês, a média diária de embarques era de 12,8 mil toneladas, a menor em 38 meses. No mercado interno, conforme colaboradores do Cepea, a demanda está desaquecida, pressionando o valor da carne no atacado. Nesse cenário, frigoríficos reduziram abates, também pressionando as cotações do animal vivo. Além disso, os preços dos principais insumos utilizados na atividade (milho e farelo de soja) estão em alta, dificultando a situação do avicultor.
OVOS: MAIOR OFERTA DE OVOS GALADOS PRESSIONA COTAÇÕES DOS COMERCIAIS
A redução da procura por ovos, típica em final de mês, e a maior oferta de galados no mercado têm pressionado as cotações dos ovos comerciais em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo colaboradores do Cepea, com o recente anúncio da União Europeia indicando o descredenciamento de cerca de 20 frigoríficos brasileiros autorizados a enviar carne de frango aos países do bloco, agentes do setor de avicultura de corte passaram a descartar os ovos férteis que seriam alocados à produção de aves de corte, no intuito de equilibrar a atual sobreoferta da proteína e de animais para abate. Segundo agentes do setor, ovos galados têm menor vida útil que os comerciais e, por isso, são ofertados a preços inferiores, aumentando a concorrência e dificultando as negociações dos ovos usualmente comercializados. Neste mês (até o dia 26), o preço do ovo tipo extra, branco, colocado na Grande São Paulo teve média de R$ 85,96 por caixa com 30 dúzias, desvalorização de expressivos 15% frente à média do mesmo período do mês passado.
CITROS: TAHITI REGISTRA 2ª MAIOR MÉDIA PARA UM MÊS DE ABRIL
Ao contrário do esperado por agentes, a disponibilidade de lima ácida tahiti está controlada no estado de São Paulo, e os preços, em patamares mais elevados. A média da fruta na parcial de abril (até o dia 26) é a segunda maior para o mês, em termos nominais, considerando-se a série histórica do Cepea, iniciada em 1996 para a tahiti. Segundo colaboradores do Cepea, agentes esperavam que a colheita das frutas provenientes de segunda florada elevasse a disponibilidade de tahiti no mercado de mesa em abril. Contudo, o baixo índice pluviométrico no cinturão citrícola no primeiro bimestre atrasou o desenvolvimento da variedade, aumentando o tempo de permanência das frutas nos pés. Assim, na parcial desta semana (de segunda a quinta-feira), a variedade registrou média de R$ 19,22/cx de 27 kg, colhida, 7,8% superior à do período anterior. Na parcial de abril, a média da variedade é de R$ 18,21/cx de 27 kg, colhida, alta de 31,4% em relação a março e de 22% no comparativo com abril/17, em termos nominais.