O mercado avícola fechou janeiro com ritmo lento de negócios. De acordo com colaboradores do Cepea, as dificuldades na comercialização do animal vivo e da proteína refletem a baixa procura doméstica e uma possível retração das vendas ao mercado externo. Com isso, tanto os preços do animal pago ao produtor quanto os da carne comercializada no atacado da Grande São Paulo estão em queda, segundo levantamento do Cepea. Quanto à exportação, apesar da decisão da Arábia Saudita em vetar a importação de cinco frigoríficos brasileiros ser recente e ainda não ter impactado significativamente a indústria nacional, dados divulgados pelo Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que, nos primeiros 18 dias úteis de janeiro, a média diária de embarques da carne de frango in natura está 27% abaixo da observada em dezembro/18, com cerca de apenas 215,9 mil toneladas embarcadas.
OVOS: PREÇOS SOBEM NA SEMANA, MAS REGISTRAM FORTE QUEDA NO ACUMULADO DO MÊS
Após iniciar janeiro em queda, as cotações dos ovos comerciais voltaram a se recuperar na última semana do mês. De acordo com colaboradores do Cepea, nos últimos dias, compradores ampliaram as aquisições do produto, em decorrência do aumento da procura de grandes redes varejistas, que se abastecem para o início de fevereiro. Mesmo nesse cenário altista, as cotações da proteína encerram janeiro com forte baixa – vale ressaltar que os preços dos ovos estiveram em queda no mercado doméstico em praticamente todo o mês de janeiro. Entre 24 e 31 de janeiro, a caixa com 30 dúzias de ovos brancos tipo extra, negociada em Bastos, teve valorização de 8%, a R$ 66,80 na quinta-feira, 31. Para os ovos vermelhos, os preços aumentaram expressivos 14,4% no período, fechando a R$ 83,45/cx nesta quinta.
CITROS: MENOR OFERTA SUSTENTA PREÇOS EM JANEIRO; CENÁRIO DEVE SEGUIR EM FEVEREIRO
Os preços médios de todas as variedades de laranja in natura acompanhadas pelo Cepea no estado de São Paulo foram satisfatórios em janeiro/19 em relação a janeiro e dezembro de 2018, em termos nominais. Esse cenário se deve à menor oferta no cinturão citrícola (São Paulo e Triângulo Mineiro) em 2018/19. Assim, ao que tudo indica, fevereiro será mais um mês de cotações elevadas para o citricultor paulista, principalmente para as frutas com maior qualidade, uma vez que a disponibilidade de laranjas precoces deve aumentar somente a partir de abril, quando as “boca de safra” de 2019/20 podem ser colhidas.
MANGA: COM BONS RESULTADOS, PRODUTORES DEVEM AUMENTAR INVESTIMENTOS
Mangicultores do sertão brasileiro consultados pelo Cepea devem investir mais na cultura em 2019, devido aos bons resultados alcançados nos últimos anos. A região de Jaína/Janaúba, por exemplo, projeta aumento de 7% da área plantada de manga neste ano – totalizando, aproximadamente, 7,5 mil hectares no Norte de Minas até o final de 2019. Petrolina/Juazeiro (PE/BA), na região do Vale do São Francisco, também deve registrar crescimento de 3% na área total plantada, podendo atingir 31,2 mil hectares. A região baiana de Livramento de Nossa Senhora, por sua vez, busca alternativa para retomada do crescimento. Segundo colaboradores do Cepea, há muitos plantios sendo feitos em torno do município de Rio de Contas (BA), que, apesar de situar-se a apenas 10 km de Livramento, oferece melhores condições para o cultivo da manga, incluindo maior oferta de água para irrigação.