Publicado originalmente em inglês em 11/05/2021
As ações da empresa de cultivo de maconha Cronos Group (NASDAQ:CRON) (TSX:CRON) fecharam em alta na semana passada, apesar dos resultados abaixo das estimativas para o primeiro trimestre.
CONFIRA: Cotação de ações de cannabis
A empresa canadense ficou abaixo das expectativas ao divulgar seu balanço referente aos três meses encerrados em 31 de março, na sexta-feira.
Apesar do salto de 50% na receita, alcançando US$12,6 milhões, a companhia registrou um decepcionante prejuízo de US$37,1 milhões em EBITDA ajustado.
Seu saldo de tesouraria, no entanto, manteve-se no saudável nível de US$1,02 bilhão, se bem que represente uma queda de 9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Eventualmente, os investidores podem começar a se perguntar por que a Cronos não está seguindo o ritmo de crescimento do mercado global de cannabis, principalmente nos EUA.
Olhando além da fusão da Tilray
Depois que os acionistas formalmente confirmaram a fusão entre Tilray (NASDAQ:TLRY) e Aphria na semana passada, as ações da Tilray registraram forte queda. Mas a trajetória descendente teve uma impressionante reviravolta na sexta-feira.
Os papéis da Tilray tocaram a mínima a cerca de US$13,89 na última quinta-feira, mas ganharam força e atingiram a máxima de US$16,98 no fim do pregão de sexta. Depois desse pico, as ações acabaram devolvendo parte dos ganhos e fecharam a semana a quase U$16,16.
Nesta semana, voltaram a derrapar, caindo cerca de 7% ontem.
O salto da semana passada provavelmente deve-se a uma reação ao otimismo dos analistas com a “maior empresa de cannabis do mundo”, como foi chamada. Owen Bennett, analista do Jefferies, renovou seu interesse pela cultivadora de marijuana, recomendando compra em suas ações e definindo um preço-alvo agressivo de US$ 23, o que corresponde a uma alta de quase 50%.
Passados os atrasos na fusão e diante da expectativa do balanço da próxima semana, a Tilray é a principal ação do Jefferies no setor de cannabis.
De acordo com relatórios publicados, Bennett afirmou que a Tilray pode triplicar suas receitas no ano que vem, antes mesmo de os EUA legalizarem o uso recreativo da maconha em âmbito federal.
Todas as atenções estão agora voltadas à nova empresa, cujos papéis estão sendo negociados no Canadá com o código TLRY. Ela está pronta para deixar de ser identificada apenas como uma empresa canadense para assumir o desafio de se tornar um player global.
O novo CEO, Irwin Simon, deixou clara essa intenção em um informe à imprensa na semana passada. Simon disse:
“Tilray tem hoje presença em todo o mundo. Estamos participando de uma categoria de US$ 100 bilhões com enormes oportunidades de crescimento em torno das nossas marcas e categorias de atuação".
A nova companhia tem operações em todos os cantos do planeta, inclusive Austrália, Alemanha e interesses nos EUA.
De acordo com analistas do Stifel, citados em reportagens:
“A Tilray está bem posicionada atualmente para se beneficiar da sua posição de liderança no mercado canadense e captar o crescimento global da cannabis”.
Parte desse crescimento deve ocorrer no emergente mercado de CBD (SA:PCAR3).
No ano passado, as ações da Tilray se valorizaram mais de 105%.
CONFIRA: Cotação de ETFs de maconha
Trulieve também entrou na onda das fusões
A Trulieve Cannabis (OTC:TCNNF) (CSE:TRUL), sediada na Flórida, anunciou um acordo de fusão na segunda-feira, que transformará essa operadora multiestágios em um player nacional com ampla atuação operacional, capaz de se beneficiar plenamente da legalização nos EUA.
A Trulieve está adquirindo a Harvest Health (OTC:HRVSF) (CSE:HARV), do Arizona, empresa de cannabis multiestágio e verticalmente integrada. A aquisição das ações representa um acordo de US$2,1 bilhões, a maior fusão de operadoras americanas.
“Essa combinação nos permitirá impulsionar nossa plataforma para o futuro crescimento”, disse o CEO Kim Rivers, em um informe emitido pela companhia.
As ações da Trulieve fecharam ontem em queda de 5.65%, a US$ 38,61. No ano passado, a ação valorizou-se um pouco mais de 292%.
Os papéis da Harvest Health saltaram mais de 12% no pregão de ontem e fecharam a US$4,01. No ano passado, a ação valorizou-se quase 210%.