Futuro do dólar americano pós-seção 899: Por que os EUA ainda são excepcionais

Publicado 07.07.2025, 10:15

Durante o primeiro semestre de 2025, o dólar americano registrou uma queda de 10%, levantando preocupações e questionamentos sobre os fatores por trás dessa desvalorização. O relatório da Apollo Global Management oferece uma análise macroeconômica detalhada das causas e consequências desse movimento cambial, destacando o papel de forças estruturais e conjunturais na trajetória do dólar.

1. Por que o dólar caiu 10% em 2025?

Ao contrário do que muitos poderiam supor, essa queda não se deve à venda em massa de ativos americanos por investidores estrangeiros. Dados do mercado indicam que a valorização das ações nos EUA e os spreads de crédito estreitos não corroboram essa hipótese. O principal fator, segundo os analistas, foi o aumento da atividade de hedge cambial: após anos mantendo exposições não protegidas, investidores estrangeiros começaram a proteger parte de seus investimentos em dólares.

2. As forças em jogo: o que pressiona o dólar para cima ou para baixo

Pressões de baixa:

  • Incertezas políticas e fiscais

  • Expectativa de desaceleração econômica

  • Atividade de hedge elevada

Pressões de alta:

  • Taxas de juros elevadas por mais tempo

  • Retornos atrativos em ativos americanos

  • Papel de moeda de reserva global

3. O custo do hedge está elevado

Para investidores estrangeiros, proteger-se contra flutuações do dólar tornou-se caro, o que compromete os rendimentos de títulos do Tesouro americano quando comparados a equivalentes europeus e japoneses. Mesmo assim, a busca por segurança e retorno ainda sustenta o interesse pelos ativos dos EUA.

4. O papel do dólar no cenário global

Apesar das flutuações, o dólar segue como moeda dominante no comércio internacional, nas reservas cambiais e nos pagamentos via SWIFT. Ele representa:

  • 88% das transações cambiais globais

  • 58% das reservas cambiais

  • 48% dos pagamentos internacionais via SWIFT

Essa liderança reflete características-chave: mercados financeiros líquidos, estabilidade institucional e confiança de longo prazo na moeda.

5. Efeitos da desvalorização do dólar

A queda do dólar tende a impactar:

  • Inflação nos EUA, ao encarecer importações

  • Commodities, com pressão altista sobre os preços

  • Preços ao consumidor (CPI), com aumento projetado de até 0,5% nos próximos trimestres se a desvalorização continuar

6. Perspectivas fiscais e riscos futuros

O déficit público dos EUA é uma preocupação crescente. Segundo o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), a dívida pública pode saltar de 100% para 160% do PIB sob as políticas atuais. Esse cenário fiscal poderá limitar a capacidade de estímulos futuros e influenciar a confiança internacional no dólar.

7. Ainda vale confiar no dólar?

Apesar dos desafios, os EUA continuam sendo uma potência econômica com forte atratividade para investidores globais. A combinação de altas taxas de juros, liderança financeira global e estabilidade institucional sustenta a posição do dólar como moeda dominante, mesmo em tempos de turbulência.

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