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Durante o primeiro semestre de 2025, o dólar americano registrou uma queda de 10%, levantando preocupações e questionamentos sobre os fatores por trás dessa desvalorização. O relatório da Apollo Global Management oferece uma análise macroeconômica detalhada das causas e consequências desse movimento cambial, destacando o papel de forças estruturais e conjunturais na trajetória do dólar.
1. Por que o dólar caiu 10% em 2025?
Ao contrário do que muitos poderiam supor, essa queda não se deve à venda em massa de ativos americanos por investidores estrangeiros. Dados do mercado indicam que a valorização das ações nos EUA e os spreads de crédito estreitos não corroboram essa hipótese. O principal fator, segundo os analistas, foi o aumento da atividade de hedge cambial: após anos mantendo exposições não protegidas, investidores estrangeiros começaram a proteger parte de seus investimentos em dólares.
2. As forças em jogo: o que pressiona o dólar para cima ou para baixo
Pressões de baixa:
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Incertezas políticas e fiscais
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Expectativa de desaceleração econômica
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Atividade de hedge elevada
Pressões de alta:
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Taxas de juros elevadas por mais tempo
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Retornos atrativos em ativos americanos
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Papel de moeda de reserva global
3. O custo do hedge está elevado
Para investidores estrangeiros, proteger-se contra flutuações do dólar tornou-se caro, o que compromete os rendimentos de títulos do Tesouro americano quando comparados a equivalentes europeus e japoneses. Mesmo assim, a busca por segurança e retorno ainda sustenta o interesse pelos ativos dos EUA.
4. O papel do dólar no cenário global
Apesar das flutuações, o dólar segue como moeda dominante no comércio internacional, nas reservas cambiais e nos pagamentos via SWIFT. Ele representa:
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88% das transações cambiais globais
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58% das reservas cambiais
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48% dos pagamentos internacionais via SWIFT
Essa liderança reflete características-chave: mercados financeiros líquidos, estabilidade institucional e confiança de longo prazo na moeda.
5. Efeitos da desvalorização do dólar
A queda do dólar tende a impactar:
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Inflação nos EUA, ao encarecer importações
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Commodities, com pressão altista sobre os preços
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Preços ao consumidor (CPI), com aumento projetado de até 0,5% nos próximos trimestres se a desvalorização continuar
6. Perspectivas fiscais e riscos futuros
O déficit público dos EUA é uma preocupação crescente. Segundo o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), a dívida pública pode saltar de 100% para 160% do PIB sob as políticas atuais. Esse cenário fiscal poderá limitar a capacidade de estímulos futuros e influenciar a confiança internacional no dólar.
7. Ainda vale confiar no dólar?
Apesar dos desafios, os EUA continuam sendo uma potência econômica com forte atratividade para investidores globais. A combinação de altas taxas de juros, liderança financeira global e estabilidade institucional sustenta a posição do dólar como moeda dominante, mesmo em tempos de turbulência.