Os R$ 400,59 bilhões para a agricultura empresarial do Plano Safra 24/25 vieram acima do anterior em 9,7%, mas o calcanhar de Aquiles do governo - ou a pedra no sapato dos agricultores - foi a manutenção das taxas de juros iguais no programa do ciclo 23/24.
A uma Selic de 10,50%, o custo do financiamento não ficou menor.
Deixando de lado de quem é a culpa, se do Banco Central em manter a Selic nesse nível ou do governo - para o mercado o dono do pecado original em gastar demais -, não há estoque de recursos suficientes para baixar mais os juros subsidiados.
A poupança rural foi esvaziada, tanto mais que os depósitos à vista. Quem deixa dinheiro na poupança rural, que paga no máximo 8% ao ano, ou deixa alguma sobra na conta corrente? Se qualquer CDB paga 100% ou mais do CDI e até o Tesouro Direto remunera acima de 6%, com folga, da inflação?
Essas são duas das principais fontes do crédito rural.
Não há milagre, nem almoço grátis. É a economia como ela, na fotografia do momento.
Assim, os juros do custeio do Plano Safra ficaram iguais em 8% e 12% (para médios e grandes respectivamente) e de 7% a 11,5% nas linhas de investimento, com somente o Moderfrota sob pequena redução, porque não há investidores suficientes sem que se pressione mais o Tesouro.
São R$ 60 bilhões a menos, em dados transparentes do Banco Central, o que equivale repetir James Carville: “é a economia, estúpido”.