Ação do BB fecha em queda após banco acionar AGU contra fake news

Publicado 25.08.2025, 17:52
Atualizado 25.08.2025, 19:15
© Reuters. Sede do Banco do Brasil em Brasílian29/10/2019nREUTERS/Adriano Machado

(Reuters) -As ações do Banco do Brasil voltaram a recuar nesta segunda-feira, ainda fragilizadas por ruídos relacionados à atuação do banco na aplicação da Lei Magnitsky, enquanto o BB acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) contra o que chamou de "publicações inverídicas e maliciosas" envolvendo a instituição.

Após o fechamento do mercado, a AGU informou que, a partir da denúncia do BB, requereu à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar a divulgação de fake news contra o Sistema Financeiro Nacional.

Em ofício à AGU na sexta-feira, o BB elencou uma série de publicações em sites e perfis de redes sociais e pediu que sejam adotadas as medidas jurídicas cabíveis, "com a urgência necessária".

"O Banco do Brasil, como relevante integrante do Sistema Financeiro Nacional, teve seu nome, de tradição bissecular, envolvido em diversas fake news que propagam a desordem financeira do país nos últimos dias", afirma o BB no documento à AGU ao qual a Reuters teve acesso.

"Mais precisamente, a partir do dia 19 de agosto de 2025, diversos perfis de redes sociais veicularam notícia falsa envolvendo o Banco do Brasil e seu posicionamento institucional frente às sanções impostas pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos da América por meio da OFAC (Office of Foreign Assets Control), com base na chamada Lei Global Magnitsky."

Nesta segunda-feira, as ações do BB fecharam em queda de 2,2%, a R$20,05.

No dia 19, os papéis desabaram na B3, fechando em queda de 6%, em meio a ruídos desencadeados por decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que leis e decisões estrangeiras não se aplicam a brasileiros no Brasil até que o Supremo as homologue.

A decisão de Dino foi vista pelo mercado como uma referência indireta à Lei Magnitsky, aplicada recentemente pelo governo de Donald Trump contra o ministro Alexandre de Moraes, também do STF, que o impede de manter contas e investimentos em instituições financeiras ligadas aos EUA, destacou a equipe da Genial Investimentos.

"Esse cenário intensificou a aversão a risco no mercado financeiro, ao expor o setor bancário a potenciais consequências relevantes", afirmaram os analistas Eduardo Nishio e Nina Mirazon, em relatório publicado na última sexta-feira.

Ainda no último dia 19, o BB afirmou que está preparado para lidar com temas complexos e sensíveis que envolvem regulamentações globais e que atua em plena conformidade à legislação brasileira, às normas dos mais de 20 países onde está presente e aos padrões internacionais que regem o sistema financeiro.

No ofício à AGU, o banco afirmou que, "após o impulsionamento massificado das fake news, clientes do Banco do Brasil apresentaram pedidos de esclarecimento pelo temor de sanções secundárias falsamente propagadas".

No documento encaminhado à PF, a AGU afirmou que a propagação de mensagens sugerindo a retirada de dinheiro dos correntistas dos bancos visa "pressionar agentes financeiros e gerar caos no Sistema Financeiro Nacional".

"Tais condutas têm o potencial de fomentar uma verdadeira corrida bancária para retirada de valores dos bancos, o que pode causar prejuízo à economia do país", argumentou a AGU.

Procurado nesta segunda-feira, o BB reiterou informação de nota divulgada na última sexta-feira de que tomará todas as medidas legais cabíveis para proteger sua reputação em meio a notícias sugerindo que clientes retirem seus depósitos da instituição.

O BB ressaltou no comunicado que, conforme a Lei 7.492/1986, que trata de crimes contra o sistema financeiro nacional, quem divulga informações falsas ou incompletas sobre instituições financeiras pode estar sujeito à pena de reclusão de dois a seis anos, e multa.

Os papéis do banco também têm sido pressionados recentemente por preocupações com o desempenho do BB, após o balanço do segundo trimestre mostrar um resultado fraco, minado principalmente pelo aumento na inadimplência no segmento do agronegócio.

(Reportagem de Marcela Ayres, reportagem adicional de Paula Arend Laier; edição de Isabel Versiani e Patrícia Vilas Boas)

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