- Resultados do 4T2020 serão divulgados na quarta-feira, 10 de fevereiro, antes da abertura do mercado;
- Expectativa de receita: US$ 36,1 bilhões;
- Expectativa de lucro por ação: US$ 1,64.
A General Motors (NYSE:GM) (SA:GMCO34), fabricante automotiva de Detroit, conseguiu desviar a atenção dos investidores dos seus atuais desafios para um futuro mais promissor, já que a empresa busca se tornar um grande player do mercado de veículos elétricos.
Com isso, suas ações estão mostrando muita força nas máximas históricas, mesmo diante das dificuldades de vender carros novos durante a pandemia.
Na tentativa de convencer os investidores de que tem um plano para sobreviver em um mercado dominado por veículos elétricos (VEs), a maior fabricante americana de automóveis irá gastar US$ 27 bilhões até 2025 para desenvolver carros elétricos e autônomos. A iniciativa da GM faz parte da estratégia da CEO Mary Barra de desafiar a liderança da Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34) e deixar de ser uma fabricante de picapes e SUVs “beberrões” e emissores de carbono.
Barra afirmou em um comunicado no mês passado:
“Nossa equipe aceitou o desafio de transformar o desenvolvimento de produtos da GM e posicionar nossa empresa para um futuro totalmente elétrico. O que fizemos foi elaborar uma estratégia multimarca e multissegmentos de VEs com economias de escala para nossas picapes de grande porte com muito menos complexidade e ainda mais flexibilidade.”
O coração da estratégia da GM está no sistema de propulsão modular e uma plataforma global de VEs altamente flexível de terceira geração, impulsionada por baterias próprias Ultium. Isso permitirá que a empresa concorra por cada cliente no mercado atualmente, não importa se ele está à procura de um meio de transporte acessível, uma experiência de luxo, um utilitário para trabalho ou uma máquina de alta performance.
A estratégia parece estar funcionando e atraindo novos parceiros. A Honda (NYSE:HMC) (SA:HOND34) usará a plataforma de veículos elétricos da GM em seus próximos modelos após acordos firmados no ano passado, enquanto a Microsoft (NASDAQ:MSFT) (SA:MSFT34) concordou em seu unir à startup de veículos autônomos da GM, a Cruise LLC, integrando aos projetos suas avançadas capacidades de computação na nuvem.
Permanecendo rentável
Em meio a essa iniciativa de VEs, o grande desafio da GM é continuar gerando fluxos de caixa a partir das suas operações existentes para financiar seus veículos elétricos de margem mais apertada. Qualquer notícia nesse sentido será bem-vinda.
A fabricante automotiva de Detroit registrou um aumento de 4,8% nas entregas durante o trimestre de outubro a dezembro, seu melhor quarto trimestre em vendas no varejo desde 2007. Os preços médios das transações no período de três meses saltaram para o recorde de US$ 41,886, o que sugere que os grandes SUVs da GM, como o Chevrolet Tahoe e as picapes GMC Sierra, estão ganhando participação de mercado. Graças à recuperação das vendas no 4º tri, a GM conseguiu limitar os danos causados pela pandemia nas suas vendas em 2020, quando sofreram uma queda de 12%.
A retomada das vendas no 4º tri, em conjunto com suas joint ventures em VEs e possíveis economias de custos com a reestruturação dos seus negócios na América do Norte, está impulsionando a valorização das ações da GM neste ano. O papel fechou ontem cotado a US$ 56,90, depois de disparar 50% no último trimestre.
William Selesky, analista da Argus Research, afirmou em nota recente que também atualizou a recomendação na GM de neutra para compra:
“Acreditamos que os investidores subestimaram a força da companhia com os tradicionais veículos a combustão interna, bem como sua joint venture chinesa, sua bateria Ultium e seus serviços financeiros”.
Resumo
A força atual da General Motors claramente mostra que a fabricante automotiva tem um plano para sobreviver à revolução dos VEs e suas atuais operações conseguem financiar essa transição. O balanço de amanhã pode muito bem refletir essa visão.