Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com. Publicado originalmente em inglês em 20/08/2021
A maioria dos ativos de risco não teve uma boa semana e, a menos que vejamos hoje uma forte e inesperada recuperação, tudo indica que o gráfico semanal registrará alguns candles bem vermelhos.
A maior parte das quedas tem ocorrido nas commodities, com destaque para petróleo, cobre e paládio. Se bem que os principais índices tenham conseguido repicar na quinta-feira, sinais de baixa vindos dos mercados de commodities apontam para uma possível correção ou uma pausa no rali, no caso das ações.
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No mercado de câmbio internacional, portos seguros, como o iene japonês, tiveram bom desempenho, ao passo que divisas sensíveis ao risco e ligadas a commodities caíram bastante. Por isso, o sentimento permanece um pouco baixista neste último dia de uma semana repleta de acontecimentos.
Os investidores estão preocupados com uma demanda mais fraca no petróleo e cobre neste ano, devido à persistência da pandemia, com a variante Delta mostrando-se mais infecciosa e resiliente do que se esperava. O coronavírus está se espalhando rápido pelos EUA, onde as hospitalizações e mortes voltaram a subir. Isso deve pesar no sentimento dos investidores.
Ao mesmo tempo, sinais de que o Federal Reserve está cada vez mais próximo de reduzir suas compras de ativos estão ajudando a dar suporte ao dólar, o que, por sua vez, está pressionando as commodities denominadas na moeda americana.
Cabe ressaltar que os últimos dados macroeconômicos na China não foram muito bons, já que foi possível constatar, no início da semana, maiores preocupações com a sustentabilidade do crescimento do maior país consumidor de cobre e muitas outras commodities do mundo.
Devido a essas preocupações macro, o preço do cobre momentaneamente ficou abaixo de US$4,00 na quinta-feira:
O cobre rompeu diversos suportes de curto prazo no início da semana, o que ajudou a exacerbar a liquidação com o acionamento de stops. Embora o metal tenha conseguido se recuperar um pouco, com a média móvel de 200 dias fornecendo suporte, o recente comportamento técnico significa que esse movimento corretivo pode ser apenas um repique de curto prazo, e não um possível fundo.
Por isso, os compradores devem aguardar o sinal certo antes de voltar ao mercado. Isso pode se dar na forma de uma máxima mais alta, uma falsa reversão de rompimento ou um fundo duplo, por exemplo.
Por enquanto, o caminho de menor resistência é para baixo e, por isso, prefiro buscar vendas em correções até antigos níveis de suporte. Entre tais níveis estão os recentes pontos inferiores que foram vencidos, em torno de US$4,09 e US$4,16. Os traders devem buscar oportunidades de venda em torno desses patamares e outros pontos de resistência em níveis mais elevados, se houver um rompimento em tempos gráficos menores e intradiários.
Para o futuro, há muitos dados a serem divulgados hoje e que podem impactar o cobre, o que significa que a agenda de hoje será dominada por compras e vendas técnicas. Para a próxima semana, veremos como o setor industrial global está se saindo, com a divulgação de PMIs na segunda-feira. Também teremos a segunda estimativa para o PIB dos EUA na quinta-feira. Em seguida, teremos o presidente do Fed, Jerome Powell, fazendo um pronunciamento no simpósio de Jackson Hole, onde pode fornecer uma perspectiva para a redução de estímulos.