Os índices futuros dos EUA e da Europa operavam em alta, diante do otimismo dos investidores com os balanços positivos das empresas e uma interpretação mais "dovish" (moderada) da retórica do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA).
Além disso, a queda das taxas dos títulos americanos reforçou o argumento de “virada” de posição do Fed. Seria de se esperar que, se os investidores estivessem antevendo juros maiores, venderiam treasuries, fazendo com que seus rendimentos subissem, na expectativa de taxas mais elevadas.
No entanto, na minha visão, embora o comportamento tradicional das taxas aponte para a trajetória futura dos juros, acredito que os investidores se esqueceram de algo. A curva de juros está invertida!
“E daí?”, você deve estar se perguntando.
Bem, vamos à análise. Por que a curva de juros está invertida?
Porque os investidores estão comprando títulos com vencimentos mais longos em detrimento dos papéis mais curtos, mesmo com as taxas mais longas sendo menores. Em um ambiente típico de mercado, isso não faz sentido. Os investidores estão dispostos a se comprometer com vencimentos mais longos por juros menores. Eles não estão comprando treasuries mais curtas neste momento porque estão inseguros quanto ao ambiente de mercado no vencimento, temendo expor seu capital.
Em outras palavras, os investidores estão comprando títulos não por causa das taxas, mas para se proteger. Se esse for o caso, o aumento da demanda por títulos americanos, responsável por reduzir as taxas, não sugere uma expectativa de juros menores. Além disso, minha expectativa é que haja uma queda maior nos juros de 10 anos, mesmo contra o aumento do rendimento de 2 anos, acentuando a curva a termo invertida.
As taxas de 10 anos saltaram na sexta-feira acima da linha de pescoço do OCO de topo. No entanto, voltaram a ficar levemente abaixo dela, com as médias móveis de 50 e 100 dias curvadas para baixa, sugerindo que os rendimentos de 10 anos se recuperarão ao longo do seu canal de baixa. Por outro lado, o rendimento de 2 anos fez um rompimento de alta de um triângulo simétrico, dentro de uma tendência de alta, indicando que o título mais curto continuará subindo, acentuando a inversão da curva de juros.
As Big Techs tiveram bom desempenho durante o rali atual do mercado, e acredito que isso tenha acontecido pela noção equivocada de que o ciclo de aperto do Fed irá atingir o pico. As grandes ações de tecnologia sofrem mais durante períodos de juros altos, pois os custos de endividamento superam seus valuations em relação ao de empresas cíclicas negligenciadas, que fornecem um valor considerável. Se eu estiver certo e o recente rali não passou de uma correção, em vez de um fundo, o Nasdaq 100 deve ser o mais afetado. Os aspectos técnicos concordam que o índice de mega-ações de tecnologia está superesticado.
O NDX vem sendo negociado dentro de um canal de baixa. Na sexta-feira, o índice caiu após tocar o topo da fronteira. Além disso, trata-se do mesmo nível da mínima anterior de março, aumentando o grau de resistência. A tendência de alta de longo prazo é muito mais potente do que a tendência de alta de curto prazo, já que já muito mais interesse investido nela.
Perceba ainda as duas divergências negativas: a acumulação/distribuição e a linha de avanço-declínio. Enquanto a primeira tem um oitavo de sua amplitude de pico, o indicador de Acumulação/Distribuição ficou estável no rali atual.
Estratégias de negociação
Traders conservadores devem aguardar uma vela longa semanal para confirmar que os canais de queda permanecem intactos antes de arriscar uma posição vendida.
Traders moderados podem se contentar com uma falha no rompimento do canal no período semanal.
Traders agressivos poderiam abrir venda desde já, desde que aceitem o risco maior proporcional aos ganhos mais elevados em atuar antes do resto do mercado. Você deve operar de acordo com um plano de trade coerente, que incorpore seu momento, orçamento e temperamento. No entanto, se você não sabe como fazer isso, sinta-se à vontade para praticar com o seguinte exemplo, compreendendo que se trata apenas de uma exemplo genérico e não representa a validade da análise. Procure aprender antes de lucrar ou acabará não alcançando nenhuma das coisas. Isso eu garanto. E não há dinheiro de volta. Bons negócios!
Exemplo de operação – venda agressiva
- Entrada: 13.326
- Stop-Loss: 13.526
- Risco: 200 pontos
- Alvo: 11.326
- Retorno: 2.000 pontos
- Relação risco-retorno: 1:10
Aviso:O autor atualmente não possui nenhum dos ativos mencionados neste artigo.