O ouro se manteve firme nesta manhã, após registrar seu pior desempenho semanal em 15 meses, na semana passada.
O fechamento 6,2% mais baixo da última semana fez com que o metal amarelo apresentasse um valor fundamental de 46%, calculando-se a oferta monetária “M2” de US$ 3.870, mesmo após incluir o aumento da oferta do metal de 201.480 toneladas.
Embora o Wells Fargo preveja que o aumento da inflação fará com que os rendimentos (yields) dos títulos americanos (treasuries) superem 2% nos próximos meses – pela primeira vez desde meados de 2019 – os yields acabaram despencando após o mercado precificar o novo posicionamento mais rígido do Fed, que pode incluir uma elevação de juros em 2023... Ou até antes disso.
A queda atual dos yields diminui a atratividade dos treasuries, mas aumenta o brilho do ouro, o que pode explicar por que o metal amarelo se estabilizou. No gráfico técnico, a previsão do Wells Fargo pode acabar gerando um alinhamento.
Independente da sua interpretação da razão, os yields de 10 anos formaram topo depois que os investidores voltaram a investir nos títulos soberanos dos EUA. No entanto, esse movimento pode desacelerar nesta semana, permitindo que os yields encontrem suporte acima da linha de tendência de alta desde a mínima de agosto.
A MMD 200 se uniu à linha de tendência de alta, revelando sua significância técnica, reforçando seu suporte e solidificando a linha de tendência de alta no fundo de um canal ascendente.
A queda do ouro na semana passada o fez retornar para um canal de baixa. A expectativa é que o preço reteste as mínimas de março-abril. No entanto, foi nessa região que o ouro encontrou suporte.
Os compradores entraram no mesmo nível da mínima de novembro. Coincidência? Quem sabe. Mas também pode ser a formação de um grande padrão de continuação de ombro-cabeça-ombro.
No gráfico semanal, está claro que o ouro ainda está em uma longa tendência de alta, em cima da sua linha de tendência de alta, rente à média móvel semanal de 10 semanas. O MACD e o IFR encontraram suporte acima das mínimas desde 2018.
Como isso estaria de acordo com a visão do Wells Fargo de que os juros podem voltar acima de 2%? Dissemos anteriormente que o ouro havia encontrado demanda graças à queda dos yields. Então, isso não faria com que a alta dos yields reduzisse as alocações no ouro?
Primeiramente, a questão está baseada na alta concreta dos yields. E, evidentemente, isso pode não ocorrer.
Em segundo lugar, se os yields subirem tanto assim, é porque os investidores NÃO estão comprando treasuries, na medida em que os juros seguem na direção oposta à dos preços dos títulos soberanos americanos. Portanto, independente da alta dos rendimentos, eles ainda não compensam o risco de inflação, potencialmente erodindo o fluxo de caixa futuro de um título.
Nessa situação, o que as pessoas comprariam para preservar o valor do seu capital? Historicamente, a escolha é o ouro.
Parece que estamos tentando encontrar argumentos a favor do ouro com base nos fundamentos, mas, novamente, isso depende do caráter sistêmico ou transitório da inflação, bem como da sua longevidade e intensidade.
Em outras palavras, o futuro ainda é incerto, inclusive o resultado desta operação, que também é complexa. Por isso, forneceremos algumas diretrizes técnicas apenas para o curto e médio prazos.
Estratégias de negociação
Traders conservadores devem aguardar a tendência de baixa média se encontrar com a linha de tendência de alta de longo prazo.
Traders moderados podem abrir venda se o ouro perder a linha de tendência de longo prazo ou abrir compra se o preço fechar acima do canal de queda.
Traders agressivos podem abrir compra para capturar um potencial repique, após o metal atingir a linha de tendência de alta de longo prazo, reforçada pela média móvel de 100 semanas, acreditando no rali do ouro com base na alta da inflação.
É importante ressaltar a importância de um plano de trading que atenda suas necessidades. Apresentamos abaixo os parâmetros básicos de um plano coerente:
Exemplo de operação
- Entrada: US$1775
- Stop-Loss: US$1750
- Risco: US$25
- Alvo: US$1900
- Retorno: US$125
- Relação risco-retorno: 1:5
Nota do autor: Apresentamos acima apenas um exemplo, e não uma análise concreta. Esta encontra-se no corpo do texto. Nossa análise pode estar errada. Ou pode acabar dando certo, mas as condições podem mudar. Mesmo que nossa análise esteja correta e as condições permaneçam consistentes, o exemplo também pode dar errado.
Suas circunstâncias pessoais terão um impacto determinante em seus resultados. A correta gestão monetária deve levar em consideração seu orçamento, temperamento e, evidentemente, timing. Até saber fazer isso, siga nossos exemplos para aprender, e não lucrar, ou acabará não conseguindo nenhuma dessas coisas. O que podemos garantir é que não existe possibilidade de retorno de dinheiro.