Publicado originalmente em inglês em 16/08/2021
As varejistas do setor de reforma e decoração Home Depot (NYSE:HD) (SA:HOME34) e Lowe’s (NYSE:LOW) (SA:LOWC34) viram suas vendas disparar durante a pandemia. Como o mercado imobiliário americano segue forte, essa boa fase, que já dura seis trimestres, deve continuar quando ambas as empresas anunciarem seus últimos resultados nesta semana.
Apesar da grande perda de empregos e falências nos setores mais castigados pelo distanciamento social, as vendas de casas estão com tudo nos EUA, já que as famílias optaram por se mudar para os subúrbios em busca de mais espaço para suas atividades de teletrabalho, educação remota e confinamento.
Os preços das residências dispararam em praticamente todos os cantos do país no segundo trimestre, já que a demanda continua superando em muito a oferta de casas para venda. Essa mudança é promissora para ambas as varejistas, já que os proprietários tendem a gastar mais com reformas do que os inquilinos.
Os consumidores também tinham dinheiro no bolso, graças ao auxílio emergencial concedido pelo governo federal.
“Com a subida dos preços residenciais, as pessoas se sentem mais motivadas a investir em suas casas de forma geral”, declarou o CEO da Home Depot, Craig Menear, em maio, durante uma teleconferência com analistas. “Somente esse fator traz uma perspectiva muito positiva para a reforma de residências no futuro".
A Home Depot divulgará seu balanço amanhã, terça-feira, 17 de agosto, antes da abertura do mercado. Os analistas esperam um LPA de US$4,42 sobre vendas de US$40,48 bilhões. A Lowe’s faz seu balanço no dia seguinte, quarta-feira, 18 de agosto, antes da abertura. A projeção de vendas é alta para US$26,65 bilhões e um LPA US$3,99.
Pressões inflacionárias
Com a robustez da atividade de vendas, a escalada de custos tem sido uma grande preocupação para essas varejistas nos últimos meses após os preços das commodities dispararem. Mas os últimos números indicam que essas redes de reforma e decoração estão, na verdade, beneficiando-se do ambiente inflacionário.
Vendas com tíquetes elevados na HD indicam a forte disposição dos clientes em gastar com a melhora de suas residências no 1º tri. Vendas acima de US$1000 subiram cerca de 50% em termos comparáveis ano a ano. O tíquete médio, durante o primeiro trimestre, subiu de US$74,70 para US$82,37. O número total de transações de clientes da Home Depot subiu para 447,2 milhões no trimestre, de 374,8 milhões no ano passado.
A maior concorrente da HD, a Lowe’s, está ganhando mais negócios de profissionais do setor, que são mais lucrativos e constantes. De acordo com sua última projeção:
“Os resultados acima das expectativas até agora no ano e um cenário macroeconômico favorável aumentam a confiança da companhia em sua capacidade de entregar fortes resultados para o ano fiscal, inclusive ganhos contínuos de participação de mercado e a realização de uma margem operacional de 12%”.
As ações de ambas as gigantes do setor de reforma e decoração seguiram valorizadas neste ano, com a HD subindo 25% e a Lowe’s, cerca de 20%. Alguns analistas acreditam que essa força irá continuar, na medida em que a demanda por reforma residencial não para de crescer.
“Continuamos otimistas com as ações da Home Depot, Lowe’s e Floor & Décor, que acreditamos estar bem posicionadas no atual ambiente de reforma”, declarou em nota o Bank of America.
Conclusão
Ambas as varejistas de reforma e decoração estão em um forte ciclo de crescimento. Isso deve continuar, desde que o mercado residencial americano siga forte, graças ao ambiente de juros baixos.