O Ibovespa quer ‘sextar’ em plena quinta-feira (28), último pregão do ano. Depois de cravar novo recorde ontem - o quarto consecutivo - e ainda sem ter fechado em queda nesta semana, o índice acionário abre só mais vez em 2023 e acima dos 134 mil pontos pela primeira vez na história. Mas esta marca está sujeita a alterações ao longo do dia.
Ainda mais diante do comportamento lateral dos índices futuros das bolsas de Nova York nesta manhã. A ver, então, se a bolsa brasileira irá continuar driblando a realização de lucros e manter a alta observada desde antes do Natal, à medida que se aproxima do recesso de ano-novo. Os negócios voltam a funcionar só na terça-feira que vem (dia 2).
Antes do apagar das luzes de 2023, os investidores recebem (9h) a prévia da inflação ao consumidor em dezembro (IPCA-15) enquanto digerem declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e aguardam detalhes (10h) do pacote do ministro Fernando Haddad (Fazenda) para compensar a desoneração da folha de pagamento.
Resoluções de fim de ano
Nada disso deve alterar a confiança do mercado de que a taxa Selic chegará ao final do atual ciclo de queda em apenas um dígito - ainda que na última unidade, porém, sem casa decimal. O mercado sabe que as decisões de janeiro e março do ano que vem já estão contratadas, com cortes de meio ponto percentual, cada.
Mas a partir daí soma-se ao cenário local a previsão de cortes nos juros pelo Federal Reservejá no primeiro trimestre de 2024, o que deve mudar a dinâmica do fluxo e acelerar a queda da Selic. Os estrangeiros já vêm se antecipando e “comprando Brasil”, com a questão fiscal deixando de ser um risco e tornando os ativos locais ainda mais atrativos.
É assim que se resume a perspectiva dos mercados globais para o ano que vem. Olhando pelo retrovisor, pouco do que se viu neste ano era esperado e foi corretamente antecipado pelos ativos de risco, humilhando as projeções mais pessimistas e frustrando os prognósticos mais otimistas. Afinal, a realidade é sempre concreta.