Como citamos nesta semana, o processo de aperto monetário nas economias centrais tem diversos fatores condicionantes, todos obviamente como meio de controlar a inflação vigente e criar a brecha para o fim do ciclo de alta nos juros.
Nos EUA ontem, um PIB mais forte fechando 2022 foi acompanhado de um consumo pessoal mais fraco, porém inflação do PCE elevada, o que deve ser acompanhado hoje de uma análise dos indicadores mensais desagregados.
Os dados, portanto, não conseguiram definir um rumo concreto para a situação americana e o mesmo se repete com os pedidos semanais de auxílio desemprego aos 186.000, considerado como sinal de forte aquecimento do mercado de trabalho e o resultado das Techs como Intel (NASDAQ:INTC), fraco e abaixo das expectativas, influenciando a abertura dos futuros das bolsas americanas.
Esta difusão de indicadores, ora apontando para um crescimento econômico robusto e um mercado de trabalho aquecido, com inflação, ora dando sinais de recessão e perspectivas negativas de gerentes e de empresas em seus balanços dificulta em muito o trabalho da autoridade monetária.
Isso ocorre não somente nos EUA, pois a Europa sofre com a mesma difusão, quando se observa uma inflação declinante, muitas vezes negativa, porém concentrada em energia, enquanto alimentos e serviços continuam a registrar recordes consecutivos de alta.
Outro exemplo foi o PIB espanhol, superando as expectativas e fechando o ano com crescimento de 2,7%, quando o projetado era 2,2%, reforçando junto a dados de outros países como França e Alemanha um contexto de recuperação econômica.
O problema tem nome: a resistência absurda dos Bancos Centrais de economias desenvolvidas em iniciar o processo de aperto, em nome de uma política economia mais heterodoxa, mas que se mostrou altamente equivocada e agora cobra um preço elevado nesta dicotomia entre inflação e crescimento econômico.
O Japão registrou inflação acima das expectativas e Kuroda, já de saída do BoJ continua a insistir na política frouxa, com anuência de Kishida, que insiste que uma deflação deva retornar em breve ao país.
Em resumo, nada tem rumo palpável.
Localmente, continuamos a reagir aos ruídos políticos, como a condução de Prates à Petrobrás e à falta de planos concretos para a economia do ministério da Fazenda.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, reagindo a dados corporativos como Intel e na expectativa pelos dados do PIB americano.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, seguindo o forte PIB americano e mesmo após a maior inflação no Japão em 42 anos.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam no positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, destaque de alta ao cobre e minério de ferro.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, com o crescimento mais forte dos EUA e a reabertura na China como condicionantes de maior demanda.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,80%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,0696 / -0,14 %
Euro / Dólar : US$ 1,09 / -0,073%
Dólar / Yen : ¥ 129,76 / -0,238%
Libra / Dólar : US$ 1,24 / -0,306%
Dólar Fut. (1 m) : 5076,12 / -0,09 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,50 % aa (0,15%)
DI - Janeiro 25: 12,70 % aa (0,44%)
DI - Janeiro 26: 12,61 % aa (0,32%)
DI - Janeiro 27: 12,67 % aa (0,25%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,0810% / 114.178 pontos
Dow Jones: 0,6092% / 33.949 pontos
Nasdaq: 1,7594% / 11.512 pontos
Nikkei: 0,07% / 27.383 pontos
Hang Seng: 0,54% / 22.689 pontos
ASX 200: 0,34% / 7.494 pontos
ABERTURA
DAX: 0,006% / 15133,73 pontos
CAC 40: 0,161% / 7107,41 pontos
FTSE: 0,141% / 7772,02 pontos
Ibov. Fut.: -0,18% / 114879,00 pontos
S&P Fut.: -0,31% / 4062,75 pontos
Nasdaq Fut.: -0,593% / 12042,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,13% / 112,53 ptos
Petróleo WTI: 1,20% / $81,98
Petróleo Brent: 1,15% / $88,48
Ouro: -0,21% / $1.927,77
Minério de Ferro: 1,20% / $127,10
Soja: -0,08% / $1.521,25
Milho: 0,15% / $683,50
Café: 0,63% / $168,10
Açúcar: 0,73% / $20,90