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Inflação em 2014

Publicado 22.01.2014, 07:36
ZW
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MAR
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Veio a primeira reunião do Copom em 2014 e mais um ajuste de 0,5 ponto percentual foi sancionado, elevando a taxa básica a 10,5%. No comunicado foi dito que o juro seria elevado “neste momento”, deixando no ar o que será feito na próxima reunião, dia 28/2. Tanto pode vir mais um ajuste de 0,5 ponto percentual, como um menor, de 0,25 p.p.. Tudo dependerá de como responderá a economia e a inflação neste período. Lembremos que o primeiro trimestre costuma ser marcado pelos reajustes de mensalidades e material escolar, assim como de taxas anuais, como IPTU e IPVA.

Importante salientar, no entanto, que boa parte deste ajuste da Selic ocorreu depois que o IPCA de dezembro foi divulgado, a 0,92%, acumulando mais do que em 2012 (5,91% contra 5,84%), o que gerou certo mal estar no mercado. Como o BACEN havia prometido menos do que em 2012, acabou se vendo obrigado a atuar com mais dureza nesta reunião, em sintonia com a maioria do mercado.

Mas e para 2014 como um todo? O que esperar do BACEN e da inflação? Tentemos responder a estas duas indagações no Panorama desta semana.

Como deve atuar o BACEN em 2014?


No seu esforço solitário de ancorar as expectativas, o BACEN deve continuar vigilante, na contramão do ativismo fiscal da Fazenda e do Tesouro. Para a próxima reunião, dia 28/2, deve observar como se comportará a inflação e o ritmo da economia, para decidir se eleva o juro em mais 0,25 p.p. ou 0,5 p.p.. Como disse no comunicado da semana passada que este ciclo de aperto monetário estaria perto do fim, este pode ser o momento para dar uma parada e ver o que acontece, até porque este ano é eleitoral. Guiando-se por este raciocínio, pode passar ao mercado um pragmatismo político que o afasta da suposta retórica de autonomia operacional. No entanto, caso continue atento à inflação, com novos ajustes, caso esta se eleve, mesmo com a proximidade das eleições, passará uma impressão mais favorável, mostrando autonomia e ganhos de credibilidade.

O fato é que o BACEN vem se esforçando para se desvincular de uma postura meio leniente no passado recente com a inflação, marca do governo. Ao longo destes anos, o sistema de metas sempre foi colocado sob pressão, com o IPCA no limite superior do sistema de metas, desgastando a gestão monetária do BACEN. Fracassada esta estratégia, a autoridade monetária voltou a ser mais ortodoxa, mais atenta, mesmo gerando algum desconforto com os desencontros da equipe econômica na gestão fiscal.

Sobre a inflação de 2014, o que se pode dizer é que não será um ano fácil. São variados os fatores de risco.

Gráfico 1.
Efeito câmbio.

Com a política cambial se deslizando a R$ 2,40, o impacto deste repasse aos preços se torna inevitável. Acontece primeiro no início da cadeia produtiva, nos chamados bens tradeables, afetando mais os IGPs, e num segundo momento contamina o varejo, principalmente com o encarecimento de insumos ou componentes importados. Isto pode ser visto pela trajetória dos bens duráveis no gráfico ao fim. No segmento de eletroeletrônicos, pelo uso de componentes importados, estes duráveis fecharam 2013 a 3,3%, após serem deflacionários em 5,1% em meados de 2012, quando o câmbio estava mais apreciado. Somado a isto, esta pressão do câmbio tende a encarecer algumas commodities, como trigo, impactando, por exemplo, no preço de pães e outros derivados. Lembremos que este câmbio vem se depreciando por causa da política de redução gradual de estímulos do Fed e certa decepção dos investidores externos com os rumos da política econômica doméstica. Por estes motivos, em dezembro a saída de recursos foi de US$ 8,8 bilhões, chegando a US$ 1,4 bilhão na primeira quinzena deste ano.

Trajetória dos Alimentos.


Os preços dos não duráveis fecharam a 7,5% em 2013, depois de irem a 13,2% em março, mas devem recuar a 6% neste ano de 2014, dada a perspectiva de boa safra agrícola. Isto, no entanto, não afasta o risco de possíveis choques agrícolas gerados por fatores climáticos. Estejamos atentos.

Comportamento dos Serviços.

Estes mostram certa resistência, dado o mercado de trabalho aquecido, o forte consumo das classes C e D e a proximidade de grandes eventos, como a Copa do Mundo. Observando o gráfico ao fim, estes fecharam 2013 a 8,7%, devendo recuar pouco em 2014. Nos últimos anos vêm se mantendo neste patamar acima de 8%. Junto com o câmbio, deve ser o maior fator de pressão neste ano.

Monitorados em 2104.


Também conhecidos como administrados, englobam preços (ou tarifas) de combustíveis e derivados, energia elétrica, transportes, dentre outros. Foram “represados” ou adiados em 2013, registrando 1,5%, mas devem vir com força em 2014, com projeções acima de 4,5%. Os preços livres, por outro lado, registraram 7,5% e devem ceder um pouco em 2014.

Comentários finais.


Será uma batalha diária do BACEN o balizamento da inflação em 2014. Nossas projeções indicam um intervalo entre 6% e 6,5%, em decorrência dos vários fatores de risco analisados acima. Nada garante, no entanto, que esta não supere o teto da meta ao fim do ano. Como 2014 é ano de eleições, com certa pressão por gastos públicos, tudo é possível. Achamos, no entanto, que o BACEN terá que se mostrar mais independente nas suas decisões, o que poderá gerar ganhos de credibilidade por parte dos mercados. Esperamos alguma coordenação no gerenciamento das políticas econômicas, principalmente, na conjugação da fiscal com a monetária. Ao fim do ano, estamos projetando taxa de juros a 11%.
Gráfico 2.

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