- Sequência de perdas históricas do Dow e baixa amplitude do mercado são preocupações;
- Apesar disso, um repique do S&P 500 traz esperança;
- Saber economizar é a primeira regra de investimento! Aproveite os preços especiais de Cyber Monday Estendida para usar o InvestingPro
O S&P 500 registrou forte queda na quarta-feira, após o Federal Reserve adotar um tom mais rígido em sua perspectiva para 2025. O FOMC indicou apenas dois cortes de juros no próximo ano, totalizando 50 pontos-base, frustrando expectativas mais otimistas.
A possível chegada de uma era de estagflação desponta como tema central para o próximo ano. Enquanto isso, o ex-presidente Trump aposta em um gasto público recorde para conter tais riscos, enquanto investidores otimistas esperam que o entusiasmo em torno da inteligência artificial continue a compensar essas preocupações.
Riscos atenuados, mas incertezas persistem
Após a queda acentuada pós-FOMC, os futuros de índices mostraram sinais de recuperação durante a madrugada. Na Ásia-Pacífico, o Nikkei 225 liderou uma alta depois que o Banco do Japão optou por não elevar juros. A decisão também enfraqueceu o iene, elevando o USD/JPY para a faixa de 157,00.
No mercado de criptomoedas, o Bitcoin caiu brevemente abaixo de US$ 100 mil, mas recuperou parte das perdas junto com outros ativos de risco, mantendo-se acima desse nível psicológico importante.
O sentimento do mercado, embora ligeiramente melhorado, ainda está longe de dissipar as dúvidas. Com os principais eventos de risco do ano encerrados, o debate agora gira em torno do potencial retorno do tradicional rali de Natal ou da possibilidade de um cenário atípico neste final de ano.
Dúvidas em relação ao Dow Jones e ao fôlego do mercado
Um dos sinais de alerta mais claros é o enfraquecimento do ímpeto de alta. O Dow Jones Industrial Average entrou em sua primeira sequência de 10 dias consecutivos de perdas desde 1974. Desde o pico antes do início das vendas, o Dow já acumulou uma queda de 2.900 pontos em apenas duas semanas.
Além disso, a situação do S&P 500 também levanta questões. Apesar de estar próximo de máximas históricas até a queda de quarta-feira, menos de 39% das ações do índice estão acima de suas médias móveis de 50 dias.
Outro dado preocupante é que apenas cerca de 30% das ações do S&P 500 superaram o desempenho do índice no acumulado do ano. Esse é o segundo ano consecutivo em que a participação é tão baixa—uma situação que só ocorreu antes entre 1998-1999, logo antes do estouro da bolha das empresas de tecnologia. Com um mercado liderado por poucas ações, o que acontecerá se a bolha tecnológica estourar?
Análise técnica e perspectivas para o S&P 500
Após a queda de quarta-feira, os futuros do S&P 500 mostraram algum alívio. Do ponto de vista técnico, o recuo encontrou suporte na zona entre 5.893 e 5.927 pontos, que foi uma resistência significativa em outubro antes de ser rompida após as eleições.
Se essa zona de suporte continuar a se sustentar, é possível evitar uma correção maior por enquanto. Caso contrário, a perda desse nível pode abrir caminho para quedas até 5.805 inicialmente, seguidas por 5.721 (máxima de julho) e, em cenários mais pessimistas, até a média de 200 dias em torno de 5.560.
Os vendedores, por sua vez, estão focados em defender áreas de suporte rompidas, sendo a principal entre 6.040 e 6.053 pontos. Essa zona atraiu múltiplos testes e ordens de venda antes do movimento pós-FOMC. Um ponto adicional a observar é o nível dos 6.000 pontos, onde a antiga linha de suporte do canal rompido em agosto pode influenciar o próximo movimento.
Considerações finais
Embora o tom mais rígido do Fed tenha desencadeado preocupações no mercado, ainda existem zonas técnicas importantes a serem monitoradas para determinar se o rali de final de ano poderá ser retomado ou se a correção continuará. O comportamento dos principais índices e a concentração de mercado em poucas ações sugerem que os investidores devem permanecer atentos à volatilidade e a possíveis rupturas no atual cenário de alta liderado por tecnologia.