Uma das principais ferramentas de análise ténica que utilizo é a linha MACD.
Em momentos de transição-reversão, muitas vezes, essa ferramenta mais atrapalha do que ajuda; no entanto, nesses momentos, é sempre cauteloso ampliarmos o horizonte, sairmos do diário e irmos pro gráfico mensal.
O gráfico semanal da paridade "dólar x real" abaixo, mostra a linha MACD cruzada na compra desde semana passada. No gráfico mensal, colocado mais abaixo, a linha MACD já havia cruzado na compra ano passado.


Portanto, depois de testar novamente a faixa de 1,67, é provável que tenhamos o rompimento da resistência da faixa de 1,85-1,86, para finalmente enfrentarmos a resistência mais forte na faixa de 1,91-1,92
A linha MACD cruzada na compra desde semana passada no gráfico semanal, e, desde o ano passado, no gráfico mensal, sugere que, no longo prazo, teremos sim também o rompimento da faixa de 1,92, como tenho defendido aqui.
Do ponto de vista fundamentalista, o desmonte do carry trade em cima das taxas de juros brasileiras em curso desde o ano passado, delineia e ampara tal direção.
Agora, façamos a seguinte reflexão:
O Ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, teria alguma participação nesse movimento nos últimos 45-60 dias ao baixar de forma rápida a taxa de juros, provocando um desmonte mais acentuado ainda nas posições de carry trade em curso desde o ano passado, como destaquei acima ?
Não tenho essa resposta.
Por outro lado, se o movimento foi consciente por parte do Ministro para tirar "do limbo" o dólar e "desvalorizar" o real, e, consequentemente, estimular a indústria exportadora, o "tiro pode sair pela culatra".
Sim, pois uma política econômica em curso que já deixou de lado elementos básicos de controle da inflação, precisa de tudo agora, menos, uma disparada na taxa de câmbio.
Os gráficos abaixo explicitam que os reflexos de tal disparada na indústria como um todo e na inflação não são nada animadores no longo prazo, zerando qualquer benefício imediato que possa trazer às exportações brasileiras.


