O momento que o mercado está atravessando nos últimos meses vem sendo capa de notícias ao redor do mundo. Após observamos um 2021 com recorde de volume de transações de M&A, o primeiro semestre de 2022 apresentou desafios para empreendedores que buscavam levantar capital na tentativa de alavancar seus negócios, assim como para empresários que procuravam fazer algum movimento estratégico.
Com a alta da taxa de juros, somada a uma inflação global chegando em patamares não vistos há décadas, além de um desbalanceamento da cadeia de suprimento causado pela guerra Rússia-Ucrânia e lockdowns na China, os mercados de capitais acusaram o “golpe”. As bolsas ao redor do mundo estão em queda ou, no melhor dos casos, nos mesmos patamares do início do ano. Como consequência, a janela para IPOs no Brasil (oferta inicial de ações) se fechou em 2022 após um ano recorde de 2021 com 46 IPOs e mais de R$63 bilhões movimentados.
O “mood” para transações de M&A e captação de recursos seguiu o cenário desenhado acima, mas, ao contrário do que muitos pensam, o volume de transações tem crescido em 2022. Nos primeiros cinco meses do ano, segundo o banco de dados Transactional Track Record (TTR), foram concluídas 899 transações, crescimento de 6% quando comparado ao mesmo período de 2021. Após anos de taxa de juros baixa e abundância de liquidez incentivada por bancos centrais, os compradores estão com caixa para investirem em aquisições estratégicas e transformacionais enquanto os fundos de investimentos estão captados para continuarem a investir em empresas promissoras.
Na prática, a diferença do momento atual com o ano de 2021 está relacionada a diminuição da euforia e aumento na cautela e diligência no momento de uma aquisição ou investimento. O ano de 2021 foi marcado por um cenário de baixa diligência por parte de investidores e por empreendedores que viam uma oportunidade para capitalizar suas empresas a valuations extremamente atrativos. O que estamos presenciando no ano de 2022 é uma volta à normalidade pré-pandêmica. Compradores estratégicos e investidores voltam a uma posição mais diligente e cautelosa ao fazerem uma aquisição ou investimento. Ao mesmo tempo, empresários seguem a mesma lógica zelosa com os seus negócios, precisando comprovar que conseguem entregar um modelo rentável e duradouro. Ou seja, a vida como ela é: empresas precisam gerar lucros e aquisições ou investimentos precisam dar retorno ao investidor.
Compradores estratégicos não pararam nos primeiros seis meses do ano e devem continuar a investir, independentemente do cenário externo e do resultado das eleições no Brasil. Algumas transações emblemáticas comprovam que esses movimentos continuam sem se subordinar ao “mood” do mercado. Alguns exemplos corroboram essa tese: a aquisição da Sul América (BVMF:SULA11) pela Rede D'Or (BVMF:RDOR3) se consolidando como o maior player verticalizado do setor de saúde do Brasil, a aquisição do Banco Modal (BVMF:MODL11) pela XP (BVMF:XPBR31) aumentando a oferta de produtos e serviços para os clientes de ambas as empresas, a fusão entre BR Malls (BVMF:BRML3) e Aliansce (BVMF:ALSO3) Sonae, criando o maior player de shoppings do Brasil, a aquisição do Hermes Pardini (BVMF:PARD3) pelo Fleury (BVMF:FLRY3), consolidando o maior player 100% de diagnósticos do país, a entrada da rede internacional de escolas Inspired, através da aquisição do portfólio de escolas “premium” da Eleva.
Adicionalmente, fundos de investimentos continuam ativos e à procura de boas empresas. Alguns casos emblemáticos são: o aporte de R$ 1,35 bilhões da Advent na Tigre, maior fabricante de tubos e conexões do Brasil, o investimento de R$ 1 bilhão do Itaú (BVMF:ITUB4) na vertical de fintech da TOTVS (BVMF:TOTS3), o aporte de US$ 200 milhões da SPAC (Companhia com Propósito Especial de Aquisição) da XP na SuperBac — umas das maiores empresas independentes de biotecnologia do Brasil que por consequência passará a ser listada na NASDAQ —, o aporte de US$ 260 milhões do fundo americano Fidelity na Creditas, avaliando a fintech brasileira em US$ 4,8 bilhões, o investimento de R$ 200 milhões do banco Goldman Sachs (NYSE:GS) e do fundo General Atlantic na Conexa Saúde — empresa que vem revolucionando o setor de saúde através da telemedicina.
No segundo semestre de 2022, a tendência é continuarmos registrando uma escassez de IPOs, enquanto o mercado de M&A deverá crescer aproximadamente 20% vs. 2021. A realidade que vivemos nos primeiros meses do ano é apenas uma volta à normalidade de mercado após dois anos (2020 e 2021) de euforia e incertezas. Compradores estratégicos, fundos de investimento e empreendedores voltam para o básico no qual empresas boas prosperam e atraem o olhar e interesse de investidores. Por outro lado, companhias que ainda não conseguiram alcançar crescimento sustentável e perspectivas positivas de crescimento deverão encontrar dificuldade de acesso a capital, seja no mercado aberto ou privado. Por aqui, seguimos sentindo esse cenário de transações de M&A no nosso dia a dia.
Quer saber qual ação comprar agora?
Com a disparada do mercado em 2024, muitas pessoas têm medo de colocar mais dinheiro em ações. Se você está em dúvida sobre onde investir, nossas estratégias comprovadas mostram as oportunidades mais promissoras.
Em 2024, o ProPicks IA identificou 2 ações que já subiram mais de 150%, outras 4 que saltaram mais de 30% e mais 3 que se valorizam mais de 25%. É um histórico impressionante.
Com portfólios personalizados com ações do Dow, S&P, setor de tecnologia e empresas em crescimento, você pode explorar diversas estratégias para construir seu patrimônio.