Os dados de pedidos iniciais e contínuos de seguro-desemprego são os indicadores mais próximos de um termômetro em tempo real sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos. Embora tenham menor peso para os mercados do que os relatórios mensais do Bureau of Labor Statistics (BLS), seu acompanhamento se torna mais relevante em momentos de mudança de tendência, como o atual. Os gráficos a seguir oferecem perspectiva sobre o comportamento de longo prazo e os movimentos mais recentes desses indicadores.
O gráfico à esquerda mostra a evolução histórica dos pedidos iniciais e contínuos. Apesar do aumento recente ser perceptível, o movimento ainda é bastante discreto quando comparado às últimas três décadas. Ainda assim, vale destacar que ambos os indicadores estão acima dos níveis observados antes da pandemia.
Além disso, os pagamentos de seguro-desemprego pelos governos estaduais não acompanharam o avanço da inflação. Por esse motivo, acredita-se que menos pessoas estejam recorrendo ao benefício, optando por atividades autônomas na chamada gig economy, como motoristas da Uber (NYSE:UBER) e entregadores da DoorDash (NASDAQ:DASH).
Já o gráfico de curto prazo à direita traz um sinal de alerta: os pedidos contínuos estão no maior patamar em três anos, enquanto os pedidos iniciais se aproximam de níveis similares. O aumento nos pedidos contínuos indica que os trabalhadores estão enfrentando mais dificuldades para conseguir nova colocação no mercado.
Embora esses dados, isoladamente, não sejam motivo de preocupação imediata para o Federal Reserve, a autoridade monetária está atenta ao enfraquecimento desses indicadores, especialmente em conjunto com sinais de perda de fôlego nos dados mensais do BLS.
Atualização sobre os mercados
Ontem, comentamos sobre a recuperação rápida dos três principais índices de ações dos EUA, o que é um bom sinal para o desempenho futuro. Isso não exclui, contudo, a possibilidade de uma correção de curto prazo que melhore a relação risco-retorno para novas alocações. Como discutimos no programa #RealInvestmentShow, estamos dispostos a manter a cautela antes de alocar novos recursos.
"O mercado permanece sobrecomprado no curto prazo, mas não é incomum que essa condição persista por mais tempo do que se imagina. Embora aguardemos uma correção para aumentar exposição, esse movimento pode ainda demorar a ocorrer.
Importante: não estamos esperando preços mais baixos para entrar. Estamos dispostos a pagar mais, desde que a relação risco-retorno seja mais favorável. Por isso, um período de consolidação, que permita o arrefecimento de indicadores como força relativa ou momentum, pode oferecer uma oportunidade melhor do que os níveis atuais. Já temos exposição suficiente para capturar os ganhos em caso de alta, mas alocar capital nesses preços está mais arriscado do que o ideal."
Com os mercados ainda sobrecomprados em vários indicadores, embora em sinal de compra, a relação risco-retorno para novos aportes continua pouco atrativa. Uma correção até níveis de suporte das médias móveis poderia melhorar substancialmente as perspectivas de retorno. O desafio, como sempre, é ter paciência para esperar.
Por que o mercado pode corrigir?
Há vários fatores: desequilíbrios entre oferta e demanda, redução dos programas de recompra de ações, riscos persistentes nas negociações tarifárias. Além disso, com a nova temporada de balanços se aproximando, há risco de decepções em um contexto de desaceleração econômica. Como observamos ontem na plataforma “X”, também estamos entrando em um período sazonalmente fraco para as bolsas, o que pode aumentar a volatilidade.
Embora o mercado pareça não ceder, ele eventualmente o fará. O difícil é saber esperar.
Inflação ao produtor decepciona
Assim como o IPC, o IPP veio abaixo do esperado. O índice cheio e o núcleo do IPP subiram 0,1% em maio, frente a expectativas de 0,2% e 0,3%, respectivamente. Os números de março e abril foram revisados para cima — abril passou de -0,5% para -0,2%, e maio de -0,4% para 0%.
A variação anualizada de três meses do IPP, considerando os dados atualizados, está em -0,74%. Para comparação, o IPC opera ligeiramente acima de 1% no mesmo horizonte.
Do ponto de vista tarifário, o IPP tende a refletir os impactos antes do IPC, já que mede os preços dos insumos utilizados na produção — enquanto o IPC reflete o preço final ao consumidor. A diferença entre IPP e IPC pode ser interpretada como um indicador de margens de lucro corporativas.
Por ora, os dados sugerem que os vendedores estrangeiros estão absorvendo os custos tarifários. Ainda será necessário acompanhar os próximos meses para avaliar os efeitos com maior precisão.
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