O Set-24 iniciou a semana negociando na máxima do período @ 244,55 centavos de dólar por libra-peso e encerrou o dia em “cima da média móvel” dos 9 dias @ 243,05 centavos de dólar por libra-peso. Superando essa média móvel o próximo objetivo seria voltar a testar os 250 centavos de dólar por libra-peso (a resistência do topo da Banda de Bollinger dos 50 dias). O suporte da média móvel dos 9 dias passou a virar resistência, e o Set-24 encerrou a semana @ 230,25 centavos de dólar por libra-peso – respeitando o próximo importante suporte da média-móvel dos 50 dias @ 228,35 centavos de dólar por libra-peso.
No curto prazo o mercado continua técnico, com os fundos + especuladores se posicionando na expectativa do próximo rompimento! Quem estiver na posição correta irá ganhar muito, muito dinheiro nos próximos meses.
Aparentemente o “mercado” ainda não acredita na quebra da safra brasileira 24/25. Segundo a Cecafé* o Brasil deverá exportar agora no mês de julho-24 entre +3,80/+4,20 milhões de sacas. Esse “número expressivo” (+4 milhões de sacas) representa 33% acima do mês de julho-23 e 11% acima do mês de junho-24.
Na safra 23/24 a média mensal da exportação brasileira ficou em 3,94 milhões de sacas e o total exportado em 47,30 milhões de sacas.
Com as novas projeções / revisões para a safra brasileira 24/25 entre 53-63 milhões de sacas e um consumo interno estável em 22 milhões de sacas, então novamente a exportação brasileira deverá ficar entre 31-41 milhões de sacas (média mensal entre 2,58-3,42 milhões de sacas). Ou seja, em breve as exportações mensais deverão voltar para o piso/teto das médias acima…
Segundo o Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV) a produção no estado do Espirito Santo (que representa aproximadamente 70% da safra do café brasileiro) deverá sofrer uma queda entre 20%-30%. Uma produção ao redor de 13 milhões de sacas x aproximadamente 16 milhões de sacas na safra 23/24.
A queda no rendimento nas lavouras e redução no tamanho dos grãos já foi comprovado sendo necessário agora 360 litros de grãos para forrar uma saca de 60kg de café pilado x 280 litros de grãos para forrar uma saca de 60 kg de café pilado na safra 23/24.
A colheita do café robusta finalizou e a do café tipo arábica segue bem adiantada – ao redor dos 90%. Diferente das outras safras, as filas nos armazéns / cooperativas para recebimento praticamente não existe / existiu.
Já começou a disputa entre os compradores por lotes de produtos peneira 17/18 e cereja descascado. O mercado interno continua firme com o produtor “sentando em cima” do seu “grão de ouro” vendendo apenas o mínimo necessário para pagar as contas de curto prazo.
No mercado interno os preços continuam firmes negociando entre 1.200-1.450 R$/saca para o café tipo arábica (padrão rio – cereja descascado) e 1.250 R$/saca para o café robusta.
Em Londres o vencimento Set-24 encerrou @ 4.302 US$/tonelada (equivalente @ 258,07 US$/saca ou 1.452 R$/saca). No mercado interno local o mercado continua pagando prêmios acima dos 500 US$/tonelada para conseguir originar o “grão de ouro” (aproximadamente +168 R$/saca sobre a cotação da bolsa de Londres). O Brasil continua sendo a “origem do café tipo robusta mais barata do mundo” com o produtor brasileiro ainda vendendo seu produto com um deságio ao redor dos -350 R$/saca. Até quando?
Na sexta-feira algumas cooperativas estavam procurando originar café arábica tipo 6 para entrega nas safras 25/26 e 26/27 @ 1.380 R$/saca (para ambos vencimentos/entregas). Considerando que o Julho-25 e o Julho-26 encerraram respectivamente @ 223,70 e 212,35 centavos de dólar por libra-peso o “ajuste” nos preços está diretamente relacionado com a cotação do dólar futuro oferecido pelos bancos parceiros para vencimento em julho-25 e julho-26 e ao “spread” pretendido pelos compradores.
O clima continua seco e quente nas principais regiões produtoras. O mercado já está monitorando o desenvolvimento das lavouras para a próxima safra 25/26 e o stress hídrico em muitas regiões é fato.
Para quem realizar essas vendas futuras nossa recomendação continua sendo em comprar uma opção de compra “call*” ou uma estrutura “call-spread*” contra o próximo vencimento Set-25 (vencimento onde existe alguma liquidez) e depois “rolar” o hedge da safra 26/27 “lá na frente” para o vencimento Set-26. Como vimos nesse ano, muitos produtores que venderam café robusta nos 700/800 R$/saca (e não fizeram hedge/seguro contra eventual quebra no rendimento) estão sendo obrigados a renegociar seus contratos e/ou “ir ao mercado” para poder honrar com seus compromissos perdendo 400/500 R$/saca.
Os gráficos continuam indicando “topos e fundos” ascendentes tanto no gráfico diário quanto no semanal. Se o mercado conseguir se segurar acima dos importantes suportes dás médias móveis dos 50 dias então creio que o mercado está apenas dando um “passo pra trás para dar 5 pra frente”!
Continuo com uma leitura muito positiva com o mercado indo buscar os 250 / 300 centavos de dólar por libra-peso até o final do ano, e, possivelmente romper o topo histórico ao redor dos 360 centavos de dólar por libra-peso. Porém, como estamos vendo, o “mercado não irá subir em linha reta” e teremos muita volatilidade durante esse período.
Produtor: faça suas contas e proteja-se! Mesmo acreditando em preços mais altos a compra de uma opção de venda “put*” ou a compra de uma estrutura “put-spread*” é primordial para proteção contra eventual “cisne-negro” durante os próximos 24 meses!
E para o “vendido”: proteja-se! O mercado ainda tem muito a subir. Como mencionado semana passada, a cada 5.000 pontos o “mercado” irá “chamar” 4,2 bilhões de dólares em margem adicional!