Mercado do café continua com um olho no céu e outro em Washington

Publicado 20.10.2025, 10:00

O dez-25 encerrou a semana em “apenas” 397,45 centavos de dólar por libra-peso. O mercado iniciou a segunda-feira em alta e, em apenas três dias, chegou a subir +4.550 pontos (fechamento anterior / mínima / máxima / nova mínima / nova máxima / fechamento atual respectivamente @ 373,05 / 373,20 / 418,50 / 385,75 / 401,90 / 397,45 centavos de dólar por libra-peso).

As chuvas sumiram dos radares e a preocupação com o pegamento da florada voltou a preocupar o mercado. O “gap” em aberto desde o dia 16 de setembro de 2.025 (entre 407,50 e 407,00 centavos de dólar por libra-peso) e a posição em aberto das opções de compra “call*” no próximo vencimento (dia 12 de novembro) trabalharam como um imã, acionando “stops de compra” e empurrando os preços até os 418,50 centavos de dólar por libra-peso.

Na segunda-feira também o mercado acordou com notícias vinda da Europa onde o parlamento europeu poderá não autorizar a prorrogação da implementação das regras “antidesmatamento” previstas para o dia 01 de janeiro de 2.026. Essa notícia, no curto prazo, também é altista pois estará trazendo novas compras “spot” para embarque imediato. Lembrando que o café precisa estar em porto europeu, desembaraçado, carga liberada até no máximo dia 31 de dezembro de 2.025.

Como sabemos, essa “Lei antidesmatamento” é uma barreira comercial disfarçada “de lei ambiental” para prejudicar o Brasil. Porém, infelizmente essa “bandeira ambiental” vem ganhando forças e muitos burocratas desconhecedores da realidade brasileira (e assessorados por empresas e profissionais inescrupulosos buscando apenas os seus lucros) devem estar recebendo altos favores para acelerar esse absurdo. Até quando os lideres do agro brasileiro, e do nosso setor do café, continuarão se sujeitando a esse absurdo?

Na quarta-feira, logo após o mercado negociar nas máximas @ 418.50 centavos de dólar por libra-peso,  também tiveram notícias confirmando a reunião entre os Estados Unidos e o Brasil na quinta-feira (dia 16 de outubro). Essas informações derrubaram as cotações em minutos - quase que imediatamente o dez-25 despencou 2.835 pontos! O estrago técnico foi feito, e agora o dez-25 continua trabalhando no “caixote” 400-385 centavos de dólar por libra-peso.

Londres chegou a subir +3% e o vencimento nov-25 encerrou @ 4.552 US$/tonelada (fechamento anterior / mínima / máxima / fechamento respectivamente @ 4.480 / 4.450 / 4.670 / 4.552 US$/tonelada). No curto prazo ofertas do Vietnam e do Brasil seguem restritas com os produtores brasileiros aguardando preços acima dos 1.500 R$/saca e os produtores do Vietnam prontos para iniciarem as operações de colheita.

O pegamento da florada da safra 26/27 já começa a preocupar o produtor, e, de acordo com o pessoal da Procafé*, estragos já existem e dificilmente serão recuperados – mesmo com as chuvas previstas até o final do mês de outubro / primeira quinzena do mês de novembro.

A próxima safra 26/27 continua sendo a grande aposta do mercado! Safra brasileira >= 70 milhões de sacas deverá ser “baixista” e <= 65 milhões de sacas deverá ser considerada como “bem altista”! O Brasil continuará sendo o “efeito preço” nos próximos 2-3 anos, pois o Brasil é a única origem capaz em aumentar sua produção significativamente com reflexo imediato na recomposição dos estoques mundiais.

A reunião em Washington aconteceu, porém sem resultados concretos. Ainda teremos mais algumas semanas/meses nessa “queda de braço” e o mercado continuará suscetível ao assunto “café na lista de exceção”.

Fazendo uma “conta de padeiro”, a tarifa brasileira em 50% x tarifa média para outras origens em 20% representa um custo adicional do café brasileiro em +140 US$/saca frente as outras origens.

Então, de certa forma, outras origens podem estar utilizando a “paridade Brasil” para otimizar as vendas do seu produto. Se as tarifas forem igualadas e/ou reduzidas, então NY poderá corrigir forte assim que as tarifas forem ajustadas! E essa deve ser a aposta dos grandes fundos + especuladores.

Muita atenção no curto prazo, pois com a colheita iniciando em outras origens – principalmente na América Central e no Vietnam – o mercado deverá ter oferta abundante durante os próximos 3-5 meses, até a entrada da próxima safra brasileira 26/27 (prevista para iniciar com o café conilon já no final de abril/início de maio-26).

Segundo dados da Cecafé, em outubro-25 o Brasil deverá exportar novamente entre 3,80-4,00 milhões de sacas. 

No curto prazo o dez-25 encontra resistências @ 401 / 418,50 / 424 e 428 centavos de dólar por libra-peso. Suportes @ 385 / 371 e 344 centavos de dólar por libra-peso.

Já em Londres o vencimento Julho-26 encontra suportes @ 4.288 / 4.170 / 3.900 e 3.665 US$/tonelada e resistências @ 4.310 / 4.400 / 4.480 e 4.670 US$/tonelada.

Para a próxima safra 26/27 o mercado segue movimentado com o café conilon sendo negociado acima dos 1.400 R$/saca e o café arábica tipo 6 acima dos 2.000 R$/saca.

Produtor: Aproveite essa janela de oportunidade que o mercado está proporcionando, com preços acima dos 250 US$/saca para o café conilon e acima dos 350 US$/saca para o café arábica tipo 6 e Proteja-se!

Boa semana a todos!

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