A pausa no rali de tudo dos mercados globais veio com dois dias de atraso. O Ibovespa acompanhou as perdas das bolsas de Nova York ontem (20), ainda que de forma mais comedida, deixando um residual positivo no acumulado da semana.
Mas isso não significa que essa realização de lucros deve ter continuidade nesta quinta-feira (21). Ao menos não é o que apontam os futuros dos índices acionários norte-americanos, que têm ganhos firmes nesta manhã, apesar do sinal negativo na Europa.
O que se percebe é liquidez cada vez menor nos negócios, à medida que as festas de fim de ano se aproximam. O giro financeiro do Ibovespa na véspera repetiu o do dia anterior, seguindo cerca de 10% abaixo da média dos últimos 12 meses.
Pelas leis do mercado, quanto menor o volume, mais voláteis ficam os ativos de risco. O resultado é um intenso vaivém e um comportamento atípico, com cotações distorcidas, até minguar de vez os recursos. De hoje em diante, é isso que se deve observar.
Agenda movimenta mercados
Ainda assim, a agenda econômica do dia está relevante e pode agitar os negócios, pela última vez em 2023. Aqui os destaques ficam com os eventos envolvendo o Banco Central, que publica o Relatório de Inflação (8h), seguido de entrevista coletiva do presidente Roberto Campos Neto (11h). À tarde, tem reunião do CMN (15h).
Lá fora, as atenções se voltam para a terceira e última estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no terceiro trimestre deste ano (10h30). Aliás, a economia norte-americana segue, de longe, como a maior do mundo, conforme projeção do FMI, com quase US$ 10 trilhões à frente da segunda colocada, a China.
A decepção com o crescimento econômico do gigante emergente neste ano alimenta o apetite dos investidores estrangeiros pelo risco em outros países, como Brasil e México. Ainda mais com a maior economia da América Latina revertendo de forma “excepcional” - conforme palavras do presidente Lula - a situação encontrada cerca de um ano antes.
Daí porque a tendência é de pregões arrastados na bolsa brasileira, com apenas mais cinco sessões em 2023. Afinal, foram os gringos que garantiram um novembro azul, em meio a busca por oportunidades em ativos mais arriscados, e são eles que conduzem os ganhos da renda variável em dezembro, até aqui, com direito a novos recordes.