Após dias de grande volatilidade, notícias por parte do clima, colheita e alertas de emergência zoosanitária, os mercados físico e futuro do milho têm ficado mais comportado nos últimos dias.
Note no gráfico abaixo que o indicador esalq se comportado de maneira lateral, já que a referência de preços segue praticamente nos mesmos patamares desde o dia 31 de maio, consolidado em R$53,77.
Preço do indicador Esalq do milho em Campinas-SP desde o início de 2023.
Fonte: Broadcast / Elaborado por Radar Investimentos
O motivo para este comportamento pode ser muitos. O mercado do milho brasileiro é gigantesco e a demanda também se divide entre exportação, consumo doméstico para indústria de alimentos, nutrição animal e outros. No entanto, um dos motivos pode ser o fato de o agricultor estar atento ao custo de produção e bem capitalizado com o caixa gerado nas duas safras anteriores, no qual os preços atingiram níveis até então nunca vistos.
No Brasil, a colheita da safrinha no maior estado produtor, o Mato Grosso, já foi praticamente finalizada. De acordo com dados da Ag Rural, o consolidado dos trabalhos no campo até quinta-feira (3/ago) no Centro-Sul brasileiro havia atingido 64% da área semeada.
EUA
Nos EUA, a novidade vem do fim do chamado “Weather market”. Ou seja, a divulgação da previsão de chuvas ou secas nos próximos dias nos principais pontos do cinturão produtor norte-americano tende a ter menos peso na precificação das expectativas.
O último dado divulgado pelo Departamento de Agricultura do país (USDA) mostrou que cerca 57% das lavouras norte-americanas estão classificadas entre “boas e excelentes”, algo bem próximo dos 58% verificado no mesmo período do ano anterior.
Na sexta-feira, o mesmo Departamento pode trazer novas estimativas de produtividade e produção de milho e soja dos EUA. Como o mercado de clima deve ter menos peso daqui adiante, os dados devem ser bem observados pelo mercado.
Argentina
Já a colheita na Argentina está relativamente mais adianta. Segundo informações da Bolsa de Cereales de Buenos Aires, ao redor de 72,6% da área cultivada havia sido colhida até a semana anterior.
Outro ponto que foge dos trabalhos no campo, mas que reforça um fator de calmaria é o alívio em relação aos casos de gripe aviária no país vizinho. O Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) encerrou os procedimentos no último caso de gripe aviária na Argentina e declarou o país como livre da doença. Na medida em que as temperaturas voltam a subir é possível que os casos nos demais países ao redor também se dissipem.