Trump consegue tarifas; os norte-americanos recebem aumentos de preços
Na primeira quinzena de setembro, as cotações do milho registraram movimentos distintos dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea. No interior paulista, os preços recuaram, enquanto nas regiões do Centro-Oeste e Sul do País a retração produtora sustentou os valores e limitou as negociações. A partir da segunda quinzena, porém, os preços seguiram em queda no mercado interno, com exceção do Nordeste e do Rio Grande do Sul, devido à baixa disponibilidade de cereal nestas regiões.
Do lado da oferta doméstica, vendedores sinalizaram necessidade de caixa. Tipicamente, no final de setembro, existem vencimentos de dívidas de custeio da temporada passada e necessidade de compras de insumos para o custeio da nova safra de verão. Do lado da demanda, agentes se mostraram retraídos no mercado interno, sinalizando estarem abastecidos pelo menos para o curto prazo.
Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços no mercado de balcão (ao produtor) caíram 3,4% e, no de lotes (negociação entre empresas), 3,3% entre agosto e setembro. Na região de Campinas (SP), a disparidade entre os preços de compradores e vendedores seguiu limitando os negócios. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa em setembro, registrou baixa de 4,1%, fechando a R$ 39,4/sc de 60 kg em 28 de setembro. Em relação à média do Indicador em setembro, está 2,1% inferior à de agosto.
No campo, a semeadura segue intensa, mesmo com chuvas pontuais na terceira e quarta semanas do mês no Sul do País. Segundo dados do Seab/Deral, da área prevista para a safra verão, 70% já foram semeadas, com 100% das lavouras em boas condições até 2 de outubro. Destas, 77% estão em desenvolvimento vegetativo e 23%, em período de germinação. No Rio Grande do Sul, dados da Emater indicam que, até o dia 4, a semeadura atingiu 47% da área esperada. As lavouras do estado apresentam boas condições, com baixa incidência de pragas e bom desenvolvimento.
Nos Estados Unidos, a temporada 2018/19 terá maior volume e as boas condições climáticas durante o desenvolvimento das lavouras seguiram beneficiando a safra. Dados divulgados pelo USDA no dia 1º de outubro apontaram que, até o final de setembro, 69% das lavouras de milho estavam em condições boas e excelentes. Do total das lavouras, 86% estavam maduras até o mesmo período, contra 66% há um ano. Quanto à colheita, chegou a 26% até o final de setembro, 10 p.p. maior que o mesmo período de 2017 e ainda 9 p.p. superior à média dos últimos cinco anos.
As cotações do milho na Bolsa de Chicago (CME/CBOT) oscilaram, mas fecharam em queda no acumulado do mês. O contrato Dez/18 caiu 2,4%, passando para US$ 3,5625/bushel (US$ 140,25/t) no dia 28. Os vencimentos Mar/19 e Mai/19 recuaram 2,5% e 2,3%, nessa ordem, indo para US$ 3,68/bushel (US$ 144,87/t) e US$ 3,7575/bushel (US$ 147,92/t). Na B3, os contratos futuros do milho brasileiro tiveram considerável recuo, acompanhando a desvalorização do cereal no mercado físico. Os contratos Nov/18 e Jan/19 tiveram baixas de 7,1% e 7,3%, respectivamente, a R$ 39,73/sc e R$ 40,6/sc no dia 28.
Na Argentina, a semeadura da safra 2018/19 foi intensificada nas regiões de Buenos Aires e Córdoba e já alcançou 19,5% da área total, projetada em 5,8 milhões de hectares, até o dia 4. Para as próximas semanas, a expectativa é de que o semeio avance para as regiões Sul do país. Apesar do clima benéfico durante a maior parte do mês, geadas pontuais em Córdoba e Santa Fé na última semana de setembro afetaram parte das lavouras.