O recuo de compradores no mercado spot e o baixo ritmo das exportações seguem pressionando as cotações internas do milho, que registram os menores patamares do ano em muitas regiões. Nesse contexto, vendedores têm reajustado suas expectativas e muitos já passam a ser mais flexíveis nos valores de negociação. Segundo pesquisadores do Cepea, a forte diferença entre o preço doméstico e o internacional também pressiona as cotações, à medida que reduz a competitividade do milho brasileiro no mercado externo e estimula as importações. De 25 de novembro a 2 de dezembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) recuou 0,3%, a R$ 36,53/saca de 60 kg na sexta-feira, 2. Em novembro, o Indicador acumulou forte baixa de 10,7%, registrando a menor média mensal de 2016, de R$ 38,76/sc.
SOJA: VALORIZAÇÃO DO DÓLAR E INCERTEZAS CLIMÁTICAS SUSTENTAM PREÇOS NO BR
A recente valorização do dólar, preocupações com chuvas mal distribuídas na Argentina, umidade abaixo do esperado em algumas regiões do Brasil e a firme demanda pela oleaginosa norte-americana sustentaram os preços internos da soja. Por outro lado, conforme pesquisadores do Cepea, esse cenário reduziu o ritmo de venda do grão da safra 2016/17, visto que, agora, sojicultores nacionais têm expectativa de preços ainda maiores no início de 2017. Vale (SA:VALE5) lembrar que as negociações estiveram mais aquecidas em meados de novembro, com valores já acima da paridade de exportação. Entre 25 de novembro e 2 de dezembro, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no porto de Paranaguá (PR), subiu 0,2%, fechando a R$ 80,08/saca de 60 kg na sexta-feira, 2. Já a média ponderada da soja no Paraná,refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, foi de R$ 76,42/saca 60 kg, pequena queda de 0,9% no período.
MANDIOCA: COM OFERTA REDUZIDA, COTAÇÕES SEGUEM EM ALTA
A oferta de mandioca de segundo ciclo ainda é baixa na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Nesse cenário, conforme colaboradores do Cepea, muitas empresas interromperam a moagem na última semana, também devido ao clima seco, o que reduziu a quantidade de mandioca processada pelas fecularias em 21,4% no período. Quanto à demanda industrial, apesar de limitada, ainda superou a oferta, já que algumas empresas têm interesse em formar estoques. Ao mesmo tempo, algumas farinheiras retomaram a produção. Desta maneira, os preços da mandioca seguiram em alta na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Entre 28 de novembro e 2 de dezembro, o valor médio semanal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia ficou em R$ 456,26 (R$ 0,7935 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), 4,3 acima da média anterior. O preço médio nominal de novembro caiu 16% em relação ao de outubro.