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Momento Positivo Depois de Fixações

Publicado 23.06.2014, 12:19
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O FOMC (equivalente ao COPOM brasileiro) em sua reunião nesta semana cortou outros US$ 10 bilhões de compras de títulos, e em nada alterou sua indicação às taxas de juros – apesar de um índice inflacionário americano ter vindo acima das expectativas.

A presidente do FED, Janet Yellen, disse que as valorizações de ativos estão dentro da normalidade, declaração que junto com a falta de preocupação com a inflação ajudaram as bolsas a subir.

O índice mundial de ações, MSCI All-Country World Index, conseguiu finalmente romper a alta histórica que havia feito em outubro de 2007, e na semana as commodities também subiram. Os destaques das matérias-primas foram os metais preciosos, que são usados como proteção em situações de instabilidade, como no momento a deterioração das disputas internas no Iraque.

Os Estados Unidos está enviando 300 homens para dar apoio ao serviço de inteligência iraquiano, e Barack Obama diz estar preparado para medidas adicionais caso seja preciso.

Nos últimos cinco dias o mercado de café fechou em baixa acumulada de US$ 1.26 a saca em Nova Iorque e inalterado em Londres, performances relativamente positivas depois da recuperação dos preços das novas mínimas feitas na quinta-feira.

O contrato de julho do arábica teve fixações de origens, que vinham sendo represadas, no último dia antes do começo do período de entrega, e na sexta-feira conseguiu subir US$ 6.40 centavos por libra, sendo que no dia teve uma alta de quase US$ 10.00 centavos.

A valorização da moeda brasileira, assim como a semana encurtada pelo jogo da seleção e o feriado “prolongado”, contribuiu para uma movimentação menor do físico na principal origem, e como consequência de vendas significativas na bolsa.

Outras notícias como exportações vietnamitas revisadas para baixo no mês de maio, e informações de uma grande cooperativa no Brasil sobre a quebra da safra maior do que esperada, deixaram os especuladores mais receosos de vender.

É verdade que a figura técnica, leia-se, o gráfico, deu uma força com sinais de que o movimento de baixa está perdendo força, razão que ao menos no curto-prazo dá folego para os altistas testarem novamente o patamar de US$ 180.00 centavos e avaliar o quanto de vendas aparecerão por lá.

Adicionalmente um torrador americano, e dono da rede mais famosa de café no mundo, anunciou que aumentará o preço de alguns de seus produtos ao consumidor, outro ponto altista que anima os “bulls”.

Mas, como não poderia ser diferente, houve muitas notas que reforçaram o argumento dos baixistas, como o aumento das exportações dos países da América Central, Colômbia, Perú, República Dominicana (todos combinados), assim como o apoio que tem existido em cessão de mudas à Costa do Marfim para incrementar produção, a desvalorização de 1% da taxa referencial da moeda vietnamita, e finalmente o relatório do USDA que consolida os números de oferta e demanda mundial de café.

O órgão americano em seu resumo, bem encurtado já que o documento deste ano tem apenas cinco páginas contra as normalmente vinte e cinco a trinta páginas, aponta que a produção mundial será de 148.67 milhões de sacas, e o consumo doméstico de 147.71 milhões de sacas, números que inicialmente apontam um superávit pequeno. O balanço, entretanto, confunde, pois mostra uma redução dos estoques mundiais e não há notas explicativas que justifiquem os critérios (ao menos que eu tenha notado).

Na minha leitura o mercado deve tentar subir no curto-prazo, e neste momento a única origem que pode limitar os ganhos é o Brasil, justamente quando oficialmente começa o inverno brasileiro – que aos fundos pouco importa. Ao mesmo tempo dentro de um quadro de incerteza e depois do rally que tivemos este ano, os mesmos fundos podem não seguir os gráficos de sazonalidade para incrementarem suas posições vendidas.

Aos produtores resta fazer suas contas e definir os pontos de venda que os interessem, aproveitando para se capitalizar e cuidar de suas lavouras – como sempre o fazem muito bem.

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