O modelo de precificação de ativos de capital (Capital Asset Pricing Model, CAPM) é amplamente utilizado por investidores para modelar o risco sistemático de um ativo em relação ao mercado. Esse modelo calcula o retorno esperado de um ativo com base em sua sensibilidade ao risco de mercado, medida pelo beta. O beta é uma medida que indica o quanto o preço de um ativo tende a se mover em relação ao mercado como um todo. Um beta de 1 sugere que o ativo deve se mover em linha com o mercado, enquanto um beta maior que 1 indica que o ativo é mais volátil. Já um beta menor que 1 sugere que o ativo apresenta menos volatilidade em comparação ao mercado. Investidores que desejam montar uma carteira ajustada pelo beta utilizam essa métrica para selecionar ativos de acordo com o nível de risco que estão dispostos a assumir em relação ao mercado.
Para construir uma carteira ajustada pelo beta, o primeiro passo é definir o nível de risco desejado. Um investidor mais conservador pode preferir uma carteira com beta próximo de 0,8, enquanto um mais agressivo pode buscar um beta acima de 1,2. A partir daí, selecionam-se os ativos de acordo com os betas individuais, escolhendo tanto ações quanto outros ativos que tenham características complementares de volatilidade. Em seguida, os ativos são ponderados de forma que a média ponderada dos betas da carteira atinja o nível de risco definido. Isso permite ao investidor ajustar sua exposição ao risco de mercado de acordo com suas expectativas e perfil de investimento.
Um dos principais benefícios de ajustar uma carteira pelo beta é o controle mais preciso sobre o risco sistemático. O investidor pode gerenciar sua exposição ao mercado de maneira eficiente, evitando oscilações indesejadas e alinhando seu portfólio com sua tolerância ao risco. Além disso, o beta é uma métrica amplamente compreendida e fácil de utilizar, tornando a estratégia simples de aplicar. Outra vantagem é que o beta permite uma diversificação direcionada, onde o investidor pode ajustar a volatilidade esperada sem comprometer a diversidade de ativos na carteira.
No entanto, há algumas desvantagens. A principal é que o beta é uma medida baseada em dados históricos, o que significa que pode não refletir o risco futuro de forma precisa. Mudanças nas condições do mercado ou nos fundamentos de uma empresa podem fazer com que o beta se altere, tornando as estimativas menos confiáveis. Alinhado a isso, o beta pode ser calculado em diferentes janelas (6 meses, 1 ano, 5 anos, etc.), o que torna difícil saber qual o beta que exprime corretamente o grau de risco de determinado ativo. Além disso, o beta considera apenas o risco sistemático, ou seja, os movimentos gerais do mercado, ignorando os riscos específicos de cada ativo. Isso pode levar o investidor a negligenciar fatores importantes relacionados ao desempenho individual de empresas ou setores. Outro ponto crítico é a necessidade de rebalanceamento constante da carteira. Como os betas dos ativos mudam com o tempo, é necessário ajustar as ponderações da carteira de forma regular, o que pode aumentar os custos operacionais e fiscais (i.e., vender operações com lucro e incidir no pagamento de impostos).
A escolha do período de rebalanceamento é um outro fator que deve ser considerado em uma carteira ajustada pelos betas. Um rebalanceamento muito frequente pode gerar altos custos, enquanto ajustes feitos em intervalos muito longos podem deixar a carteira desalinhada com os riscos, podendo estar exposta a riscos maiores que o inicial. Ou, ainda, estar exposta a menos riscos, o que diminuirá o retorno esperado. Alguns investidores optam pelo rebalanceamento automático, que pode ajudar a manter a consistência do portfólio, mas tende a aumentar os custos. Outros preferem rebalancear periodicamente, como a cada trimestre ou semestre, o que equilibra a necessidade de ajustes com os custos associados. Existe também a possibilidade de rebalanceamento dinâmico, no qual ajustes são feitos quando o beta foge de uma banda. Por exemplo, um investidor pode montar uma carteira que tenha um beta de 1 e só haveria rebalanceamento quando o beta estivesse menor que 0,8 ou superior a 1,2. Essa abordagem é mais flexível, mas requer monitoramento constante.
Criar uma carteira ajustada pelo beta do CAPM é uma estratégia interessante para quem busca alinhar o risco sistemático da carteira com seus objetivos de investimento. No entanto, é fundamental entender as limitações do beta, como a sua dependência de dados históricos, e considerar os custos do rebalanceamento.
Quer saber qual ação comprar agora?
Com a disparada do mercado em 2024, muitas pessoas têm medo de colocar mais dinheiro em ações. Se você está em dúvida sobre onde investir, nossas estratégias comprovadas mostram as oportunidades mais promissoras.
Em 2024, o ProPicks IA identificou 2 ações que já subiram mais de 150%, outras 4 que saltaram mais de 30% e mais 3 que se valorizam mais de 25%. É um histórico impressionante.
Com portfólios personalizados com ações do Dow, S&P, setor de tecnologia e empresas em crescimento, você pode explorar diversas estratégias para construir seu patrimônio.