Após tarifas de Trump ao Brasil, small cap na B3 subiu mesmo com mercado negativo
Nesta análise, exploraremos as Operações de Mercado Aberto (OMOs) no contexto da última ata do Federal Open Market Committee (FOMC) dos Estados Unidos, destacando a importância crucial dessa ferramenta na condução da política monetária.
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"Utilização das OMOs de forma a controlar a Federal Funds Rate entre 5,25%-5,5%"
A Federal Funds Rate (FFR) é a taxa de juros de curto prazo da economia americana. Essa taxa é monitorada, moldada e delimitada pelo a partir das diretrizes de política monetária do Federal Reserve. A FFR é a taxa pelo qual os bancos comerciais contraem empréstimos e emprestam capital uns para os outros durante a noite, ou seja, é a taxa interbancária conhecida como "overnight". Há uma incompreensão acerca da FFR quando comparada com a SOFR (Secured Overnight Financing Rate), que é a sucessora da antiga LIBOR (London Interbank Offered Rate) nos Estados Unidos. Tanto a SOFR quanto a FFR são taxas interbancárias "overnight", onde a SOFR representa as taxas colateralizadas com títulos do Tesouro, enquanto a FFR não possui garantias colateralizadas.
Os Federal Funds Rate afetam a economia real de diversas formas, quando o Federal Reserve ajusta a FFR, ele busca, mediante um ferramental amplo de políticas monetárias, controlar a liquidez no sistema financeiro. Se o Federal Reserve aumenta a FFR, as taxas de juros em toda a economia tendem a acompanhar esse aumento, uma vez que essa taxa interbancária se torna a base para todas as outras taxas, pois ela, como "taxa base", é a taxa pela qual os bancos se voltam quando precisam de liquidez e servem de "benchmark" para todas as suas operações de crédito. Por isso, quando o Fed quer controlar a inflação, ele aumentará a FFR, tornando o crédito mais caro, e, consequentemente, arrefecendo a demanda agregada.
O processo de tradução do FFR na economia real envolve (além de outras ferramentas "auxiliares" de política monetária) as Operações de Mercado Aberto, ou, Open Market Operations (OMOs). Quando o Fed deseja aumentar a FFR no mercado, ele vende seus ativos no Open Market, e, consequentemente, retira liquidez do mercado. Os agentes econômicos, cientes dessa liquidez, tenderão a precificá-las no mercado creditício.
Outra forma do Federal Reserve manter a FFR no alvo estabelecido em suas diretrizes de política monetária, é o controle da IORB (Interest on Required Balances). O IORB é uma taxa de juros que o Federal Reserve paga aos bancos sobre os saldos mínimos exigidos por lei junto ao Fed. Essa taxa atua como um "incentivo" para os bancos manterem seus saldos com o Fed, e, em contrapartida, o banco central consegue ancorar o FFR através desses "pesos e contrapesos" de incentivos que o ferramental monetário o permite. Uma vez que o Fed aumenta o IORB, os bancos se arriscam menos no mercado creditício e deixam seu capital "represado" ao Fed, sendo remunerado de acordo com a taxa estabelecida. De forma mais simples, quanto maior for a quantia de capital junto ao banco central nas reservas bancárias, menos liquidez há na economia, isso torna os empréstimos mais caros. Dessa forma, o Federal Reserve consegue manter as taxas de mercado dentro da FFR.
Portanto, o Federal Reserve, neste trecho, reitera, dizendo que está apto para realizar operações de compra/venda de títulos do Tesouro e outros ativos de qualidade quando as taxas de mercado se afastarem da ancoragem estabelecida pelo FFR.