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O dilema do mercado no fim do ano

Publicado 22.12.2023, 09:07
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A queda dos mercados globais na quarta-feira (20), seguida de uma recuperação ontem (21), deixou dúvidas se o movimento no meio da semana foi uma “preocupação de um dia” sobre a trajetória dos juros ou o início de uma realização de lucros mais decente. É sob esse dilema que o Ibovespa opera pela última vez em uma sexta-feira neste ano.

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Daqui a uma semana, não haverá pregão na bolsa brasileira, devido ao feriado bancário, o que encerra os negócios locais em plena quinta-feira (28), um dia antes de Nova York. Aliás, serão apenas três pregões por aqui depois do Natal, o que também levanta dúvidas quanto à liquidez dos ativos de risco na próxima semana.

Hoje, porém, o Ibovespa inicia o dia em novo nível recorde, acima dos 132 mil pontos, cravado exatamente uma semana depois de o principal índice acionário ter alcançado a máxima histórica pela primeira vez em dois anos e meio. Na sequência, o patamar foi renovado por três vezes, totalizando quatro recordes nos últimos seis pregões.

O movimento está alinhado ao observado em Wall Street, onde os três principais índices acionários seguem em busca de recordes após recuperarem ontem parte do terreno perdido na véspera. Até então, o Dow Jones vinha de uma sequência de cinco recordes consecutivos, enquanto o S&P 500 segue colado à marca histórica dos 4,7 mil pontos.

Agenda do dia em destaque

Os investidores aguardam, agora, a leitura do índice de preços preferido do Federal Reserve, o chamado PCE (10h30), para confirmar a vitória declarada pelos mercados contra a inflação. Os números sobre os gastos com consumo e a renda pessoal em novembro devem mostrar desaceleração, alimentando as expectativas de corte nos juros.

Por ora, as apostas não só indicam um início do ciclo de afrouxamento monetário mais cedo, em março de 2024, como também mais agressivo. O mercado prevê um ajuste total de quase dois pontos percentuais (pp) na taxa dos Estados Unidos, indo abaixo de 4% ao final do próximo ano, o que deve enfraquecer o dólar globalmente.

É essa expectativa que alimenta o apetite por risco no mundo e beneficia o Brasil. Ainda mais diante da aprovação da agenda econômica no Congresso, o que ajuda na melhora da percepção fiscal, permitindo ao país voltar a sonhar com o selo de grau de investimento. Aliás, a movimentação no Legislativo segue intensa em plena sexta-feira, com a votação do Orçamento, entre outras pautas.

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