A CVC companhia de turismo deve apresentar os resultados dos seus últimos trimestres (4T2019 e 1T2020) daqui a 3 semanas. O óbice de não apresentar os resultados, no prazo, se dar por conta dos erros contábeis.
A própria companhia tenta dificilmente dar tratos a bola, e na manhã desta terça feira (07/07/2020), ela apresentou para o mercado um fato relevante que trouxe em cerne novas informações sobre a questão de suas receitas liquidas de vendas.
Os ajustes relacionados a irregularidades eram na ordem de R$ 350 milhões e não os R$ 250 milhões como projetados anteriormente, porém, ela alega, de antemão, que consiga resgatar, pelo menos, o valor de R$ 55 milhões em tributos pagos anteriormente.
Chega ate ser uma incongruência, pois, esse aumento não produzirá, de fato, desdobramentos positivos, com os efeitos já visiveis pela crise do coronavirus, que agiu como uma onda de antimatéria varrendo grandes segmentos do setor econômico, afetou a sustentabilidade das contas públicas, do investimento direto no país, como na balbúrdia de nossa política, na combalida saúde, na educação, e para completar, no bem estar social. (Algo que nem Nostradamus conseguiu prever).
E não fazendo apologia sobre o Arrowverse, mas o Monitor alertou há muito tempo sobre uma crise!
O cancelamento de viagem soma R$ 96 milhões (fechamento 30 de junho), no qual, gerou perdas relativas a valores já pagos pela CVC e que não são recuperáveis (como comissões e tarifas de cartões de crédito) no valor de R$ 13 milhões.
Custos de R$ 3 milhões relativos a repatriação de passageiros durante a pandemia de covid19.
A inadimplência de R$ 72 milhões em saldos em aberto a receber de clientes e franquias. (baixa expectativa de recuperação)
Perdas relacionadas a contratos com fornecedores em créditos para utilização futura, de pagamentos antecipados e já efetuados (como, hotéis, companhias aéreas e navios) valor aproximado R$ 16 milhões.
Atualmente, a operadora de turismo tem um saldo em torno de R$ 380 milhões com companhias aéreas, em bilhetes já pagos. Essa conta pode gerar perdas adicionais caso alguma companhia aérea encerre suas operações sem honrar ou transferir os bilhetes para outra aérea.
Nesse interim, a CVC vê a necessidade de registro de Impairment na ordem de R$ 475 milhões no 1T2020, referentes a ativos intangíveis originados na aquisição de empresas.
E de R$ 81 milhões relacionados a créditos de tributos diferidos relativos a prejuízos acumulados e diferenças temporárias.
Já os gastos com cancelamentos e reembolsos de viagens alcançaram a cifra de R$ 96 milhões até 30 de junho. (Fonte: Fato Relevante CVC 07/07/2020)
Antes da crise, a cvcb3 era considerada um time de primeira linha, por simplesmente, ser uma das principais operadoras de turismo do Brasil, cuja as suas agências se abrangem em várias cidades do País, e, acredito, que a companhia possui um impeto em resgatar a confiança dos investidores, não deixando eles ficarem em um mato sem cachorro na hora de montar uma posição. (Confie, mas verifique).
Eu li em um site a seguinte frase de Warren Buffett (Maior Investidor de Todos os Tempos)
"Grandes oportunidades de investimentos surgem quando empresas excelentes são vítimas de circunstâncias incomuns que fazem suas ações serem mal avaliadas"
Atualmente a CVCB3 está passando por desafios, e, por ser a maior empresa da América latina e possuir um market share de 25% no País, é bem possível, no médio a longo prazo o preço da ação se valorizar. (Converse com o seu analista sobre os fundamentos e preço alvo do papel).
Boa Semana!