Pirâmides financeiras ocorrem o tempo todo, e um caso recente chocou a Itália.
Como investidores inteligentes, precisamos reconhecer sinais de alerta, a fim de proteger nosso capital.
Quais passos devem ser tomados para não cair em esquemas desse tipo?
Sempre verifique as credenciais e o registro das pessoas que oferecem serviços de consultoria financeira. Não confie em quem não tem autorização para exercer essa atividade.
Desconfie de quem promete retornos garantidos ou muito acima da média do mercado. Lembre-se de que os investimentos envolvem riscos e incertezas, e que ninguém pode prever o futuro com certeza. Além disso, saiba que o mercado acionário costuma render entre 6% e 9% ao ano em média, no longo prazo (15 anos ou mais). Menos de 5% dos investidores no mundo conseguem superar o mercado consistentemente. Se alguém lhe oferecer um retorno anual de 15% a 18%, peça-lhe que:
Mostre os resultados históricos, comprovados por contas e operações certificadas dos últimos 5 anos.
Explique a Regra dos 72: Se afirmar obter retornos anuais de 15% a 18%, deve demonstrar que seu capital dobrou nos últimos 4-5 anos (72 dividido pelo retorno)
Nunca compartilhe seus dados bancários com ninguém. Nem mesmo consultores financeiros autorizados devem solicitar essas informações, muito menos um consultor ilegal.
Entenda que gerar retornos financeiros consistentes no longo prazo é difícil e ainda mais no curto prazo, onde a volatilidade é maior.
Reconheça que a consultoria financeira é uma profissão séria e regulamentada. Enquanto houver pessoas ignorantes ou gananciosas no campo financeiro, esses casos lamentáveis podem continuar acontecendo.
Recentemente, um caso de fraude financeira chocou a Itália, deixando mais de 50 investidores em ruínas, com uma perda total estimada em 10 milhões de euros. O autor desse esquema fraudulento era um falso consultor financeiro, que usou sua influência e falsas promessas para atrair as vítimas.
O esquema era baseado no princípio clássico do Ponzi, que consiste em usar o dinheiro dos novos investidores para pagar os antigos, criando a ilusão de altos retornos. O que torna esse caso peculiar é o baixo nível de conhecimento financeiro do fraudador, que o levou a cometer erros crassos e a se expor.
Como funcionava o esquema?
O fraudador era um ex-consultor financeiro, que havia sido excluído do Registro OCF, o órgão regulador da atividade de consultoria financeira na Itália.
Ele iniciou uma operação ilegal de intermediação e consultoria financeira, oferecendo aos clientes retornos anuais de 15% a 18%, pagos mensalmente. Ele afirmava investir no mercado americano, usando uma estratégia sofisticada e secreta.
Para convencer os clientes, ele os fazia abrir contas bancárias dedicadas em um banco de sua confiança, e lhes pedia as credenciais de acesso online a essas contas. Assim, ele podia manipular as movimentações bancárias e os extratos dos clientes, fazendo-os acreditar que estavam recebendo os lucros prometidos.
Na verdade, ele não fazia nenhum investimento real, mas apenas transferia o dinheiro de um cliente para outro, usando o método do Ponzi.
Ele também usava parte do dinheiro para financiar seu estilo de vida luxuoso, comprando relógios e carros caros.
O esquema começou a ruir quando as perdas se tornaram insustentáveis e os clientes começaram a desconfiar. Alguns deles descobriram que o fraudador não tinha nenhuma qualificação ou registro para atuar como consultor financeiro. Outros perceberam que os extratos bancários eram falsificados e que os investimentos não existiam. O fraudador foi denunciado à polícia e está sendo investigado por vários crimes.
Quais são as lições desse caso?
Esse triste episódio nos ensina algumas lições importantes para evitar cair em golpes financeiros:
(Tradução de Julio Alves)
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Aviso: Este artigo foi escrito apenas com fins informativos e não constitui qualquer solicitação, oferta, conselho ou recomendação de investimento, não tendo por objetivo incentivar a compra de ativos de nenhuma forma. Cabe lembrar que qualquer tipo de ativo é avaliado a partir de diversos pontos de vista e possui riscos; por isso, a decisão de investir e o risco associado são de sua inteira responsabilidade. O autor não investe nas ações mencionadas nesta análise.