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Os Fundamentos Para a Apreciação do Dólar Ganham Consistência!

Publicado 25.06.2014, 08:30
DX
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Os números atuais do setor externo brasileiro divulgados ontem pelo BC, data base maio, permitem projetar tendências sinalizando um 2º semestre bastante pressionado na formação do preço da moeda americana no nosso mercado de câmbio, com notória tendência de fluxo cambial negativo, não susceptível de controle com a oferta de “swaps cambiais”, visto que a demanda será de moeda efetiva e não de “hedge” (proteção de preço).

Até maio último o déficit em transações correntes acumula US$ 40,074 Bi e tudo sugere que haverá um comportamento ascendente neste numero ao longo do 2º semestre, e, muito provavelmente a projeção do BC de US$ 80,0 Bi ao final do ano será superada ultrapassando os US$ 81,0 Bi registrado em 2013, indo muito provavelmente às proximidades dos US$ 85,0 Bi.

A projeção de superávit considerada para a balança comercial mesmo tendo sido reduzida para US$ 5,0 Bi ainda denota otimismo que poderá não se confirmar, pois as projeções mais rigorosas situam esta perspectiva entre zero a US$ 2,0 Bi. Este ano até o momento acumula déficit de US$ 2,707 Bi, face á recuperação ocorrida neste mês com superávit em torno de US$ 2,1 Bi.

Por outro lado, o BC persiste na manutenção da projeção deste déficit para o final do ano em US$ 80,0 Bi, não sancionando de imediato uma nova projeção provavelmente para não agravar mais a percepção pelo mercado do quadro negativo a partir de sua (BC) própria projeção.

Realizou, também, alguns pequenos ajustes nas projeções para ingressos esperados para o mercado de títulos passando de US$ 15,0 Bi para US$ 18,0 Bi, sendo importante destacar que até abril já tinham ingressado com este destino US$ 13,8 Bi, muito provavelmente incrementado pelos ingressos especulativos, que tendem a reversão dada sua natureza e podem não sancionar esta revisão.

Reduziu de forma “cosmética” a projeção de gastos de brasileiros no exterior no ano de US$ 18,5 Bi em março para US$ 18,0 Bi, embora maio tenha apontando a saída recorde liquida de US$ 2,266 Bi neste quesito. No ano até maio acumula déficit de US$ 7,635 Bi nesta rubrica, contra US$ 7,274 Bi no mesmo período do ano passado, quando acumulou US$ 18,4 Bi, o que fragiliza a revisão para menos realizada pela autoridade monetária, sugerindo que fosse elevada e não reduzida, a menos que a contribuição de gastos de estrangeiros no país durante a Copa do Mundo surpreenda positivamente.

Os IED´s (inclusos os empréstimos “intercompanies”) líquidos representaram US$ 6,0 Bi em maio, acumulando ao longo dos últimos 12 meses acumularam US$ 66,5 Bi, e o BC manteve a projeção para este ano em US$ 63,0 Bi, porém como este ano é eleitoral é bem possível que não atinjam este montante ficando otimistamente em US$ 60,0 Bi, dado ao viés de queda para o 2º semestre.

Fica bastante evidente que o Brasil novamente não conseguirá financiar o seu déficit em transações correntes com os IED´s, que serão insuficientes.

Importante observar que os investimentos estrangeiros em carteira apresentaram ingressos líquidos de US$ 6,3 Bi, sendo US$ 6,6 Bi em ingressos para o mercado acionário e tendo havido saídas de US$ 279,0 Bi do mercado de renda fixa. Este é um detalhe relevante, pois os ingressos para renda fixa onde o atrativo é o elevado juro perderam intensidade e os ingressos para ações podem realizar movimento de reversão muito rápidos, instigando movimentos artificiais de alta até com base em pesquisas eleitorais para dentro deste ambiente irem saindo do país.

Entendemos que o 2º semestre tende a apresentar muita volatilidade no câmbio e viés de alta, com o BC buscando intervir, mas constatando que por meio de oferta de “swaps cambiais” a probabilidade de controle será muito baixa, pois a demanda será sobre o mercado à vista. Nestas circunstâncias para gerar liquidez ou os bancos aumentam suas posições vendidas ou o BC realiza oferta de dólares à vista ao mercado de câmbio à vista.

E, não podemos deixar de considerar que a melhora insistente de dados da economia americana cria apreensões nas economias emergentes e ao fortalecer o dólar no mercado internacional impacta provocando depreciação nas moedas destes países. Sinais positivos da economia americana colocam no radar eventual antecipação de mudanças de política monetária por parte do FED americano com efeitos no juro dos T-Bills que assim passariam a disputar a preferência dos investidores internacionais atualmente com recursos alocados nos emergentes.

Ontem, novamente foram divulgados dados positivos da economia americana. A confiança do consumidor americano é a maior desde 2008 e a venda de casas novas registraram maior nível em 6 anos, isto após melhora nas vendas de imóveis usados e alta maior do que previsto no PMI.

Por isso entendemos correta a decisão do BC em manter a partir de 1º de julho o mesmo formato de programa de oferta de 5.000 contratos novos de “swaps cambiais” diários , pois eventuais investidores ou mesmo tomadores de recursos estrangeiros na forma de empréstimos e bancos expandindo posições vendidas precisarão ter a convicção da disponibilidade de “hedge” para proteção, especialmente num ambiente projetando apreciação do preço da moeda americana em perspectiva.

As posições colocadas anteriormente vincendas no 2º semestre poderão continuar sendo objeto de rolagens parciais ou totais se prestando a ajuste da eventual demanda excedente à oferta de contratos novos.

Mas esta estratégia, certamente, será menos eficaz no controle do preço da moeda americana ao longo do 2º semestre, pois tudo leva a crer que estaremos convivendo com um período mais acentuado de transição da demanda hoje ainda presente no mercado futuro, onde são colocados os “swaps cambiais”, para o mercado à vista, que requer moeda efetiva para atender o movimento de saída do país.

Esta mudança de contexto é que fomentará a apreciação do preço da moeda americana no nosso mercado.

O simples ajuste via rolagens das posições vincendas deixaria insegurança no mercado de câmbio.

A falta de segurança pela garantia de oferta de swaps cambiais novos poderia adicionar pressão suplementar na formação do preço do dólar, que já revelará tendência de alta a partir do mercado à vista, controlável somente com oferta de moeda efetiva.

Na ponta final poderemos ter maior pressão inflacionária provocada pelo preço do dólar, num momento em que a inflação tem recrudescido mais em função da corrosão da renda provocada pela própria inflação do que como resposta ao juro elevado.

O setor externo tende a ser, neste ano de 2014, como já temos salientado um fator perturbador a mais para a política monetária do país.

O Brasil fechou maio com US$ 379,2 Bi de reservas cambiais e a divida externa bruta estimada para maio totalizou US$ 326,7 Bi, sendo US$ 38,1 Bi de curto prazo e US$ 288,6 Bi de longo prazo.

Os bancos autorizados a operar em câmbio até o último dia 13 de junho detinham posições vendidas de US$ 13,8 Bi, decorrentes de insuficiência de fluxo cambial, e representavam algo em torno de 3,64% das reservas cambiais brasileiras.

Tudo fortalece e dá consistência as projeções presentes no mercado financeiro sinalizando correção do preço da moeda americana no nosso mercado, minimamente, entre 10% a 15% até ao final do ano.

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